O calorão prossegue nesta quinta-feira (15) no Paraná, segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar). O tempo fica bastante abafado com previsão de temporais a partir da divisa com Santa Catarina e fronteira do Brasil com o Paraguai. Na metade Sul do Estado são esperadas, além de temporais em algumas áreas, rajadas de vento de intensidade forte. Em Curitiba e Região Metropolitana, a previsão é de máxima de 30 graus e pancadas de chuvas fortes, como as de ontem, quando, em duas horas, o acumulado alcançou 57 milímetros. A média histórica do mês de março é de 130 mm.

O alerta foi publicado na Agência de Notícias do governo do Estado no começo da noite de ontem. Durante a chuvarada na Capital, que começou pouco depois das 14 horas de ontem, diversos bairros de Curitiba foram atingidos. Os bairros mais afetados foram Boa Vista, Bom Retiro, Pilarzinho, Mercês, Vista Alegre, Atuba, Centro, Alto da XV, Hugo Lange, Tingui, Bairro Alto, Santa Felicidade, Cajuru, Bairro Novo, Boqueirão e Bacacheri.

Na região Central, a região da Rua Visconde de Nacar foi tomada pelas águas, e a via mais parecia um rio. Houve alagamentos no Rebouças, na região do Rio Belém, no Anranches, Boa Vista, Bom Retiro e Bairro Alto. Neste último, muitas ruas ficaram debaixo da água.

A Defesa Civil da Capital registrava, até as 18 horas, cerca de 25 ocorrências de maior vulto envolvendo alagamentos, desmoronamento de muros, erosão em vias. A Comissão de Edificações (Cosedi) verificava 17 registros de desabamento de muro em toda a cidade.

Unidades da FAS
As fortes chuvas provocaram alagamentos em seis unidades da Fundação de Ação Social (FAS), três delas que prestam atendimento e acolhimento a pessoas em situação de rua, localizadas na Regional Matriz, e uma que oferece acolhimento a adolescentes, na Regional Boa Vista. Apesar dos transtornos, não foi preciso fazer a remoção dos usuários das unidades de acolhimento.

Escolas da rede municipal também foram atingidas pelas águas, mas em nenhuma delas foi preciso cancelar as aulas. A Secretaria Municipal da Educação (SME) mobilizou as equipes de limpeza locais e o serviço de limpeza nas unidades atingidas. Na Escola Municipal Professor Brandão, no Alto da Glória, entrou água pelas calhas mas a chuva não comprometeu o atendimento dos estudantes. O mesmo ocorreu na Escola Municipal Batel, na região central.


Municípios vizinhos também foram afetados

Além de Curitiba, houve alagamentos em municípios como Colombo e Almirante Tamandaré. Segundo a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil, as principais ocorrências relatadas são desabamento de muros, quedas de árvores e destelhamentos.

No Município de Colombo foram registradas ocorrências de alagamentos nos bairros do Rio verde, Maracanã, Jardim Adriana, Arruda, Campo Pequeno, Jardim Monte Castelo, Jardim São Domingos. Houve destelhamentos no São Dimas. Em Almirante Tamandaré os alagamentos aconteceram no Jardim Gramado e desabamento no Jardim Monte Santo.

Em Pinhais, a chuva forte assustou. A Prefeitura do município chegou a publicar um vídeo na sua página no Facebook mostrando o Rio Atuba cheio e com forte correnteza, quase invadindo a Avenida Leopoldo jacomel.

O nível de precipitação é preocupante, estamos monitorando a situação e emitindo alertas para as áreas de risco, mas em vários pontos das três cidades (Curitiba, Colombo e Tamandaré) o volume de água acumulada já reduziu e a situação deve normalizar, informou o coordenador Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cegerd) tenente Anderson Gomes.


Capital registra o segundo dia mais chuvoso do ano 

Rodolfo Luis Kowalski

Curitiba registrou o ontem segundo dia mais chuvoso de 2018. Até o começo da noite, segundo informações do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), a Capital havia registrado a precipitação de 66,6 milímetros de água, sendo que a média histórica para todo o mês de março é de aproximadamente 120 milímetros. O único dia mais chuvoso que o de ontem foi registrado em 3 de março, um sábado, quando o índice pluviométrico foi de 70 milímetros, e também provocou alagamentos atingindo mais de 1.500 pessoas, a maioria na Vila Parolin.

Mas de qualquer forma, é uma bela pancada de chuva. Mais da metade do previsto para o mês, destaca o meteorologista Samuel Braun, explicando ainda que ocorrências de alagamento e enchente seriam praticamente inevitáveis em situações assim numa grande cidade, especialmente porque a concentração da precipitação acabou transformando a cidade praticamente num funil.

A chuva foi extremamente excessiva, uma pancada bastante forte. Em meia hora, entre 13h15 e 13h45, foram 42 milímetros de precipitação. É muita chuva para pouco tempo e dificilmente as grandes cidades vão suportar, explicou o especialista.

Balanço municipal das chuvas

40 ruas alagadas na Capital
17 acionamentos para a Cosedi, para verificar risco em estruturas
7 quedas de árvores
6 unidades da FAS afetadas
16 bairros afetados mais seriamente
25 chamados para a Defesa Civil


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