Reggae Roots

5 ‘pedras’ que você já ouviu mas não sabe quem canta

O maranhense raiz pode até não saber dançar agarradinho, mas tem vários dos sucessos na ponta da língua.

A cidade de São Luís é conhecida como a Jamaica Brasileira pelo mundo afora. Seja nas radiolas com 40 amplificadores, seja no player do celular, o ritmo é onipresente por aqui. Nos ônibus, nas calçadas, no Centro da cidade. O maranhense raiz pode até não saber dançar agarradinho, mas tem vários dos sucessos na ponta da língua.

Há várias teorias sobre como o reggae entrou para a história do Maranhão. Uma das mais aceitas é a de que as rádios do Caribe, que conseguiam ser sintonizadas por aqui na década de 1970, fizeram a cabeça dos ouvintes.

A segunda tese afirma que os marinheiros que vinham da Guiana Francesa e aportavam em Cururupu, trocavam os vinis de reggae por comida, bebida, ou para pagar as prostitutas do Porto do Itaqui, em São Luís. Daí as bolachinhas – como são conhecidos os vinis – começaram a ser tocados pelas periferias maranhenses.

Outro mistério é origem dos nomes que batizam as melôs. Uma das hipóteses é a de que como havia uma grande competitividade entre as radiolas pela exclusividade das músicas – que eram importadas como ouro de cidades como Jamaica, Londres, França, Bélgica -, as capas dos discos eram jogadas fora para prejudicar a identificação do cantor/banda e o público ficava sem saber o nome da música, então criavam um.

A derradeira suposição recai sobre o famoso embromation. Como as músicas eram em outra língua, as pessoas se guiavam pela parte mais “compreensível” dela. Com isso, o refrão da música White Witch, da cantora norte-americana Andread True, que repete: “White witch’s gonna get ya?”, tornou-se Melô do Carangueijo, dada a proximidade sonora entre a frase e o nome crustáceo. Segura essa pedra!

 

 

Os nomes das mêlos também emanam paixão. Muitas delas eram batizadas com os nomes das namoradas ou das paixões platônicas dos DJs das radiolas. É o caso, quase certo, de Mêlo de Poliana, que é cantada pela canadense Donna Marie e se chama Think Twice. É só tijolada, pequeno!

 

 

Depois de regionalizado, os próprios maranhenses também começaram a produzir seus reggaes. Levando em conta a criatividade do povo, alguns ganharam o gosto da galera e se tornaram até armas em brigas entre vizinhos. É o caso de Melô do Fofoqueiro, de Ronnie Green. Talking, talking, talking people!

 

 

E tinha o caso de algumas melôs que de chamavam pelo nome original da música mesmo. Sem muita enrolação. Esse é o caso de Cinderela, de Eric Donaldson. Ou Melô de Cinderela.

 

 

E depois de dançar agarradinho, suado, e para finalizar a lista, o melhor é relaxar, esfriar a cabeça. Nas melôs, “esfriar a cabeça” tornou-se Melô de Cabeça de Gelo, música do cearence Shalon Israel.

 

 

Seja com o ouvido colado no alto-falante ou em uma caixinha com entrada USB, sabendo o nome oficial ou o da melô, ouvir um reggae é sempre bom. Agora, é só pegar sua boina tricolor e curtir “na paz de Jah”!

“na paz de Jah”!
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