Edição do dia 05/12/2017

05/12/2017 21h33 - Atualizado em 05/12/2017 21h34

Innovare premia iniciativas que ajudam a modernizar a Justiça

Material didático para deficientes visuais e combate à discriminação a gays, bissexuais e transgêneros foram alguns dos premiados.

Foram anunciados nesta terça-feira (5) os vencedores da 14ª edição do Prêmio Innovare. A premiação tem o apoio do Grupo Globo e reconhece inciativas que contribuem para modernizar a Justiça.

Eles são a voz que ensina a quem não pode ver. Leonildo é um dos 20 presos da penitenciária de Maringá, no Paraná, que participam do projeto "Visão de liberdade". Eles produzem material didático para quem tem deficiência visual. “Sabendo que a gente está fazendo bem para outras pessoas também, a gente fica feliz também”, disse o detento Hebert Sanos Pinho Junior.

Em 13 anos, já produziram 450 livros em braile e mais de cem foram gravados em áudio. A experiência ganhou o Innovare na categoria “Justiça e Cidadania”. “É um trabalho muito bonito, tanto para os presos, que gostam de fazer isso, como crianças e jovens atendidos. Então, a gente tem o maior orgulho de participar há 13 anos desse projeto”, disse Antonio Tadeu Rodrigues, do projeto “Visão de Liberdade”.

Também foram premiados projetos nas categorias “Tribunal”, “Juiz”, “Ministério Público”, “Defensoria Pública” e “Advocacia”.

“Innovare, na verdade, é quase como se fosse um Oscar da Justiça Brasileira. Nós premiamos as iniciativas que trazem melhoria para o judiciário. E é um reconhecimento da sociedade que trabalha e contribui para melhoria do Poder Judiciário”, explicou o presidente do Instituto Innovare, Sérgio Renault.

A experiência "Meninas que encantam", de Fortaleza, levou o prêmio destaque pela atuação no sistema penitenciário. O projeto combate à discriminação a gays, bissexuais e transgêneros.

Os 13 finalistas saíram das 710 iniciativas inscritas. Todo ano, as experiências vencedoras servem de exemplo e também de estímulo para que novos trabalhos sejam apresentados na edição seguinte.

“Não basta, para uma instituição, a simples existência. É preciso cumprir fidedignamente suas funções. Olha que exemplo para o poder público como um todo, para todo o poder estatal. Então, o Innovare é uma organização social que emplacou, que pegou, que deu certo e serve de exemplo para o Brasil todo”, disse o presidente do Conselho Superior do Instituto Innovare, Carlos Ayres Brito.

A presidente do Supremo disse que o prêmio ajuda a renovar a Justiça. “Abre-se o espaço para que as pessoas queiram se aperfeiçoar, queiram criar algo que possa ser alternativo, que amanhã será aplicado enormemente. Às vezes, em lugares longínquos, mas que se revelam, não apenas multiplicador no sentido de poder se reproduzir, mas multiplicador no sentido de dar mais oportunidades para que a Justiça melhore o seu desempenho”, afirmou a presidente do STF, Cármen Lúcia.