Mudar a cultura de RH e gestão dentro das empresas. Este é o maior desafio da implantação do eSocial. A ferramenta desenvolvida pelo Governo Federal vai unificar o envio de informações trabalhistas aos órgãos reguladores. A iniciativa envolve o INSS, os Ministérios da Previdência Social e do Trabalho, a Receita Federal e a Caixa Econômica Federal.
O principal impacto está na regularização, adaptação e gestão dos contratos de trabalho. Acostumados a lançar dados em plataformas e servidores próprios, muitos profissionais de RH podem encontrar dificuldades ao utilizar o sistema, que é 100% online.
Com a implantação oficial do eSocial, informações incorretas ou inconsistentes serão barradas antes mesmo do envio. Um fator que pode acarretar em multas, penalidades e dificultar a contratação de novos trabalhadores.
A contadora Juliana Bampi explica melhor: “com o eSocial qualquer alteração feita no quadro funcional precisará ser informada em tempo real. O trabalhador não poderá ser admitido ou demitido sem que o arquivo com essas informações já esteja na base da Receita Federal”, alerta.
Juliana Bampi: “depois do primeiro impacto, a tramitação de dados e o acesso às informações sobre os trabalhadores serão muito mais rápidos” — Foto: FIEP
Para adequar-se é preciso pensar em dois pilares estratégicos para as empresas daqui por diante: infraestrutura de TI e capacitação de pessoal.
Principais mudanças do eSocial exigem sintonia entre TI e RH
Com todas as informações registradas em um único ambiente, há pelo menos quatro pontos importantes que as empresas devem observar neste primeiro momento. As áreas de tecnologia da informação e recursos humanos precisam trabalhar seus planos de ação com muita sinergia. Entenda o porquê:
- Qualificação cadastral. O primeiro passo é também um dos mais complexos. O eSocial demanda o cadastramento de todos os funcionários na plataforma. A documentação exigida em um processo de admissão deve estar de acordo com os dados registrados pela Receita Federal: nome completo, RG, CPF e endereço.
- Gestão de folha de pagamento. É preciso adaptar a infraestrutura de TI, com soluções online que atendam às especificações do eSocial. O sistema exige informações atualizadas sobre registro de trabalhadores, pagamento de obrigações trabalhistas e recolhimento de contribuições previdenciárias.
- Cargos e salários: a equiparação salarial vai passar pela “malha fina” do eSocial. É preciso rever os cargos e faixas salariais e deixá-los de acordo com o mercado e a política da empresa.
- Medicina do trabalho: os atestados de saúde ocupacional e comunicados de acidentes de trabalho também estarão contemplados na documentação enviada ao eSocial. É preciso criar novos processos dentro do RH para fazer uma boa gestão nesta área.
Veja como capacitar-se para o eSocial
Nos últimos dois anos, o Sistema Fiep promoveu por meio do Sesi um ciclo de workshops do eSocial em todas as regiões do Paraná. Agora, com a proximidade da implantação, o Sesi promove consultorias com o objetivo de facilitar a migração e diminuir os impactos na rotina.
A consultoria envolve, além da área de RH, outros departamentos como jurídico, fiscal, pessoal e o de segurança e saúde no trabalho.
A equipe multidisciplinar do Sesi – eSocial está à disposição das indústrias de todo o estado. Basta entrar em contato com o Sistema Fiep - Sesi da região para iniciar o plano de ação. Vale lembrar que todo o processo pode levar alguns meses e o prazo está bastante curto: são dois meses apenas. Quanto antes a migração começar, maior é a garantia de que sua empresa conseguirá atender às novas exigências dos órgãos competentes.
Calendário eSocial
01/01/2018 - Implantação para empresas e contribuintes com faturamento superior a R$ 78 milhões em 2016
01/07/2018 – Implantação para demais empresas e contribuintes
Você já tem um plano de ação?
Sistema Fiep. Nosso i é de indústria.