"Vamos reforçar a integração entre as forças de segurança e melhorar o planejamento das ações para conseguir os melhores resultados com a equipe que temos", pontuou Neves
"Vamos reforçar a integração entre as forças de segurança e melhorar o planejamento das ações para conseguir os melhores resultados com a equipe que temos", pontuou Neves | Foto: Anderson Coelho



A Polícia Civil realizou na tarde desta quinta-feira (9) a troca oficial do comando da 10ª Subdivisão Policial de Londrina. Em uma solenidade na zona sul da cidade, que contou com a presença do delegado-geral da Polícia Civil, Júlio Reis, e demais autoridades, o delegado Sebastião Ramos dos Santos Neto, entregou o posto para o delegado Osmir Ferreira Neves.
Santos Neto, que permaneceu quase dois anos à frente da 10ª Subdivisão Policial, destacou conquistas administrativas que conseguiu colocar em prática, como o esvaziamento das carceragens dos distritos policiais de Londrina. Ele, que é natural de Astorga (Norte), retorna para Curitiba, onde trabalhou por quase toda carreira, para assumir a Escola Superior da Polícia Civil (ESPC). "É um lugar onde sempre quis estar", destacou.
Já o novo delegado-chefe da região de Londrina assumiu com o alerta da promotora de Justiça, Cláudia Piovezan, de que "Londrina não é para os fracos". A promotora destacou as características da criminalidade na cidade e criticou a falta de estrutura da Polícia Civil. "Nossa cidade é atípica e o efetivo de policiais que temos é insuficiente. Temos vivido dias muito difíceis e não podemos esmorecer", expôs. Ela lembrou da ação civil pública proposta pelo Ministério Público que cobra que a Polícia Civil dobre o efetivo na região de Londrina.
Neves contou estar lisonjeado com a designação para o posto e disse estar cientes dos problemas locais. Ele informou que vai colocar em prática ações que foram adotadas com sucesso na 9ª Subdivisão Policial de Maringá. "Vamos reforçar a integração entre as forças de segurança e melhorar o planejamento das ações para conseguir os melhores resultados com a equipe que temos", pontuou.
Júlio Reis admitiu deficiências na estrutura da Polícia Civil e destacou investimentos feitos pelo governo estadual nos últimos anos. "Apesar da crise, temos conseguido bons resultados na Segurança Pública no Paraná. Segundo ele, em 2007, a região de Londrina tinha 75 investigadores. Hoje, são cerca de 150. Ele mencionou ainda que há um protocolo em trâmite para a contratação de 49 delegados, porém mencionou que as nomeações dependem da questão orçamentária.
Os delegados foram unânimes em reconhecer que o principal desafio de Neves será reduzir o número de homicídios em Londrina. A Secretaria Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) ainda não divulgou dados oficiais de homicídios de 2016, mas segundo levantamento dos jornais Folha de Londrina e Nosso Dia, foram 96 assassinatos e 20 mortes em confronto com forças de segurança.
Neves citou também a necessidade da Polícia Civil encontrar outro prédio para abrigar a 10ª Subdivisão Policial. "Aquela estrutura não é própria e deve ser entregue nos próximos meses. Teremos que encontrar uma alternativa", comentou, aproveitando a presença do prefeito Marcelo Belinati. O novo delegado-chefe disse também que os 17 inquéritos referentes à série de mortes ocorridas entre os dias 29 e 30 de janeiro de 2016 terão prioridade.