por Tiago Palma
para Observador
O físico e cosmólogo britânico Stephen Hawking (foto) admitiu que a morte medicamente assistida é uma solução que consideraria no futuro, mas só no caso de vier a se sentir inútil e um fardo.
“Querer manter alguém vivo contra a sua própria vontade, é a maior das indignidades", afirmou à BBC. "Consideraria o suicídio, sim, mas unicamente se estivesse a sofrer bastante, ou se me sentisse um peso para os que me rodeiam”,
"Manter alguém vivo contra a sua vontade é uma indignidade" |
Há muitos anos paralisado, restringido a uma cadeira de rodas, o cientista perdeu em 2013 até os movimentos faciais que lhe permitiam comunicar devido à doença degenerativa. Nessa altura, a Intel desenvolveu para si uma tecnologia que lhe permite comunicar através do movimento dos olhos.
Hoje, aos 74 anos, diz que viveu mais do que esperava, mais do que a ciência previu, e continua ativo. “Sentir-me-ia condenado se morresse sem antes desvendar mais e mais do universo. Se não tivesse mais o que contribuir, suicidar-me-ia”, afirmou.
A morte medicamente assistida é ilegal no Reino Unido e Hawking foi um dos subscritores (e maiores impulsionadores) de um projeto de lei apresentado ao Parlamento britânico que pede a legalização do procedimento, concretamente a pacientes que não tenham mais do que seis meses de vida.
Em 2014, durante o lançamento do filme inspirado na sua vida, “A Teoria de Tudo”, o cientista admitiu que na década de 1980 tentou mesmo pôr fim à vida. “Tentei fazê-lo, não respirando. Mas o reflexo da respiração era demasiado forte e não fui capaz”.
Vida após a morte é conto de fadas, diz Stephen Hawking