Por G1 AC — Rio Branco


Homens são as principais vítimas dos homicídios no Acre, aponta MP-AC — Foto: Divulgação/MP-AC

Dados levantados pelo Observatório de Análise Criminal do Ministério Público do Acre (MP-AC) mostram que, em um ano, o número de homicídios dolosos cresceu 60% no estado. O levantamento compara os anos de 2016 e 2017 entre os períodos de 1º de janeiro a 30 de novembro.

No ano passado, foram registrados 286 homicídios contra 457 deste ano. Os dados revelam ainda que 92% das vítimas foram homens – ou seja, mais de 420 eram do sexo masculino.

Pelos dados, é possível constatar que os homens sempre são as principais vítimas desses crimes. No ano passado, 93% dos mortos também eram do sexo masculino.

As armas mais usadas para o cometimento de crimes foram revólver e faca, com 77% e 19%, respectivamente. Além disso, 49% dos crimes foram elucidados e 51% seguem com autoria desconhecida.

O observatório aponta ainda que as principais vítimas dos crimes têm entre 18 a 24 anos. E dos 457 homicídios deste ano, 224 (49%) foram motivados por droga/acerto de contas. Logo em seguida, 92 dos casos não apresentaram motivação determinada e 50 deles foram por motivo fútil.

A cidade do Acre com maior número de homicídios foi Rio Branco. A capital lidera o ranking com 287 casos registrados, seguida pela segunda maior cidade do estado, Cruzeiro do Sul, que aparece com 41 homicídios. Em seguida, vem Sena Madureira com 20 mortes.

Em entrevista exibida na Rede Amazônica Acre, o promotor de Justiça Rodrigo Curti diz que a quantidade de crimes ocorridos durante o ano já pode ser considerada como uma epidemia.

“São vários os fatores ligados ao aumento no número de assassinatos no estado. Temos fatores geográficos, sociais e essa onda de violência ligada a tudo isso”, explicou o promotor.

O governador Tião Viana, na quarta-feira (27), durante balanço da sua gestão, reconheceu que a Segurança Pública é a área mais grave.

Segundo o governador, a violência no estado acreano é resultado do livre acesso pela fronteira. Ele afirmou que se as fronteiras fossem fechadas, o Acre seria um dos estados mais pacíficos do Brasil.

Sem apresentar dados concretos, a Secretaria de Segurança do estado rebate os dados do MP-AC e diz que os números são precários e incertos. O secretário da pasta, Emylson Farias, alega ainda que estratégia foram adotadas e que o número de mortes já registra redução em dezembro.

“A partir de novembro, realinhamos uma estratégia diferente para experimentar redução nos números. No ano passado, em dezembro, foram 70 mortes e nesse mês não chegamos a 30. Mas se comparar de um ano para o outro, realmente houve aumento”, explica.

Farias diz que os números do levantamento podem mudar devido a motivação dos crimes. “O número pode alterar, porque podemos ter uma situação de legítima defesa entre os inquéritos não concluídos. Nós podemos ter latrocino, ter inúmeras situações que desqualifiquem o homicídio. Esses números não são consolidados”, rebate.

O secretário disse ainda que tem investido no reforço de policiamento nas ruas, principalmente nesse mês de dezembro.

“Nós estamos vendo a polícia na rua. Além das operações policiais para tirar os principais cabeças das facções e isolar no sistema prisional. E isso começa a dar resultado, Segurança Pública começa a dar resultado entre 3 a 4 meses”, finaliza.

O observatório aponta ainda que as principais vítimas dos crimes têm entre 18 a 24 anos — Foto: Divulgação/MP-AC

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