Franklin de Freitas – “Felipe Francischini (PSL): mapa”

A menos de duas semanas do segundo turno da eleição, os partidos e aliados dos candidatos à presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) decidiram priorizar, no Paraná, a campanha nas regiões metropolitana de Curitiba, Sudoeste e Central do Estado, onde o candidato do PSL teve menos votos, e Haddad obteve os melhores resultados. A estratégia petista é baseada em números de eleições anteriores, já que no Sudoeste, por exemplo, haveria maior “potencial de crescimento”. 
O governador eleito, Ratinho Júnior (PSD), que já declarou apoio a Bolsonaro deve participar ativamente da campanha a partir de amanhã, segundo sua assessoria. “A primeira ligação que Ratinho recebeu logo em seguida do resultado foi de Bolsonaro. Conversaram e o apoio foi consolidado. Ele (Ratinho Jr.) está em viagem e chega amanhã (hoje) à tarde. Ele já tem uma reunião que deve ser feita para organizar justamente isso (agenda de campanha). “Que ele estará apoiando e trabalhando ativamente pró-Bolsonaro, isso é certo”, confirma o coordenador de comunicação da campanha de Ratinho Jr, Hudson Flores.
Bancada – O deputado federal eleito Felipe Francischini (PSL), um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro no Paraná, afirma que os 11 parlamentares eleitos no Estado (três deputados federais e oitos estaduais) serão vetores da campanha. Apesar de maior concentração de atos em regiões onde a votação de Bolsonaro no primeiro turno foi menor, Francischini afirma que todas as cidades do Paraná terão ao menos um ato. “Temos a sede do PSL em Curitiba (como comitê central) e a gente fez uma mapeamento das regiões onde Bolsonaro não fez uma votação tão boa. Então vamos ter um raio de ação específico para essas regiões. Todos os deputados eleitos do PSL vão participar de atos em todas as cidades. Toda cidade do Paraná vai ter uma ato pelo menos”, adianta.
Redes sociais – Principal meio de comunicação da campanha que deu maioria dos votos a Bolsonaro e aliados no primeiro turno, a internet continuará tendo prioridade na campanha local. “A rede social é a base nossa. Todo o deputado eleito teve uma base forte nas redes sociais. Então a atuação vai continuar forte”, afirma.
Felipe Francischini nega que haja uma ação orquestrada na internet, em especial pelo Whatsapp, como acusa a campanha de Haddad. “Não, um lugar central, não. Cada eleitor do Bolsonaro está fazendo do jeito que entende melhor, principalmente usando como base o Facebook do próprio Jair”, garante.
Cronograma – A coordenação da campanha de Bolsonaro realizou um jantar ontem à noite em Curitiba para definir o cronograma dos atos pelo Paraná. O partido teve menos votos nas regiões Sudoeste a Central do Estado. “Vamos concentrar nesses regiões onde tivemos menos votos um pouco, no Sudoeste e região central, região de Pitanga e Mato Rico, entre outras”, diz Francischini. Até agora, não há previsão de viagem de Bolsonaro a Curitiba. 

Meta do PT é atingir 40% no Estado
Fernando Haddad ficou em segundo lugar no Paraná, com 19,70% dos votos (1.210.974), tem como meta da campanha é atingir no Estado entre 35% e 40% dos votos no segundo turno. “Uma meta audaciosa, sim, mas temos consciência de que podemos alcançá-la”, afirma o coordenador da campanha petista no Paraná, ex-deputado Angelo Vanhoni (PT).
Diferentemente do PSL, que deve dirigir sua campanha para locais onde fez menor votação, o PT deve concentrar esforços onde teve mais sucesso na campanha no primeiro turno e onde já houve mais votos para os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “Fizemos uma mapeamento de onde Haddad pode crescer no Paraná. Estamos direcionando, por exemplo, a campanha para locais onde as políticas públicas dos governos Lula e Dilma ficaram mais evidentes, onde sempre foram muito presentes, como na Região Sudoeste do Estado. Uma região muito organizada. Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, é uma região que sempre teve uma votação muito forte tanto pra Lula quanto pra Dilma. Haddad teve uma votação boa também, mas nós podemos aumentar justamente por causa desse potencial de memória dessas regiões”, explica Vanhoni.
O partido deve convocar o senador Roberto Requião, presidente do MDB do Paraná, para coordenar a campanha petista no Estado. O MDB também reuniu correligionários ontem para definir a organização. O PT do Paraná também espera contra com apoio de integrantes do PSB, PDT, PCO, PSOL, PCdoB, PCB. “A frente unificada deve ser definida até o meio da semana. Vamos convidar Requião para coordená-la no Paraná”, conta Vanhoni.
Contraponto – A campanha da Haddad também concentra esforços nas redes sociais, onde Bolsonaro teve maior difusão até agora. “Estamos também mais organizados agora no Facebook e redes de Whatsapp onde foram disseminadas fake news e informações caluniosas contra nós. Estamos contrapondo agora de forma mais organizada. Começamos a entrar num ritmo mais propositivo. Isso convergiu com o início da propaganda na TV, que agora está também trazendo informações importantes contra as calúnias”, diz Vanhoni.
A militância também é destacada a participar. “Estamos intensificando os grupos de apoio do partido para fazer visitas de casa em casa, por exemplo na região sul aqui de Curitiba. Distribuição de material programático. Temos bancas de distribuição nos centros das maiores cidades. Em Curitiba é na Praça Rui Barbosa e no Calçadão da Rua XV de Novembro”, afirma Vanhoni.
Não há previsão de vinda de Haddad para Curitiba. A campanha do petista deve se concentrar no grandes centros. “Não é certo ainda. Estamos pleiteando e precisamos de uma articulação. O tempo é curto, o Brasil é enorme, e ainda não temos essa definição (de visita a Curitiba)”, conclui Vanhoni.