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Estado de Minas

PBH quer criar corredor cultural na Praça da Estação

Prefeitura lança proposta para revitalizar entorno da Praça da Estação e fortalecer vocação artística da região. Projeto terá R$ 21,8 milhões do PAC e promessa é concluí-lo até a Copa


postado em 14/03/2013 06:00 / atualizado em 14/03/2013 07:39

A Praça da Estação e a Rua Sapucaí (foto abaixo), que terá intervenções: esboço de projeto foi apresentado a representantes de equipamentos culturais da região, que vão sugerir obras e medidas a serem implementadas(foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS)
A Praça da Estação e a Rua Sapucaí (foto abaixo), que terá intervenções: esboço de projeto foi apresentado a representantes de equipamentos culturais da região, que vão sugerir obras e medidas a serem implementadas (foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS)

 

Teatro, dança, duelo de MCs, atos de protesto, museu, gastronomia, música, sem falar nos carros, na multidão de pedestres apressados e nos habituais moradores de rua. Tudo se integra e se confunde no caldeirão da Praça Rui Barbosa, mais conhecida como Praça da Estação, que se consolida como grande palco da cidade com o lançamento do Corredor Cultural Praça da Estação. A proposta, sob o comando da Fundação Municipal de Cultura (FMC), promete mudar o visual e fortalecer a vocação artística da região, na área central de BH. Em gestação há mais de 20 anos, o projeto será bancado com verba de R$ 21,8 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas – que reserva recursos para a capital – e deve ficar pronto para a Copa de 2014.

O esboço da proposta foi apresentado ontem, no Museu de Artes e Ofícios, a gestores de equipamentos culturais e representantes de entidades do entorno, que vão participar da elaboração do projeto. Um levantamento preliminar da fundação identificou mais de 20 equipamentos e instituições ligadas à área. Inicialmente, o corredor vai abranger desde a Avenida dos Andradas, na altura da Rua Varginha, no Bairro Floresta, até as proximidades do Parque Municipal, além da Rua Sapucaí. A requalificação vai incluir o melhoria dos passeios, iluminação e a sinalização dos prédios e monumentos, além da restauração da antiga hospedaria, na Rua Aarão Reis, futura sede da Escola Livre de Artes.

O presidente da FMC, Leônidas de Oliveira, ressalta que quem vai definir os detalhes do corredor são os agentes culturais que atuam na região. “A intenção é criar um grande corredor urbano para manifestações artísticas e culturais, com novos espaços, bancos, palcos”, ressalta Leônidas, que promete também rever o decreto que estabelece regras para o uso da Praça da Estação. Ele adianta que haverá intervenções na Rua Aarão Reis e na Rua Sapucaí, com vocação gastronômica.

O túnel que leva à Sapucaí, situada atrás da estação ferroviária, será transformado numa galeria de arte, ligando a praça até a rua que será transformada numa espécie de mirante, com passeios alargados e iluminação especial. A requalificação urbana é o primeiro passo de um processo maior, que pretende elaborar também um Plano Diretor com as normas e diretrizes para a região, o que depende de aprovação de projeto de lei na Câmara Municipal.

(foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS)
(foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS)


Verbas

O pontapé inicial do corredor cultural foi motivado pela inclusão da proposta na verba do PAC e levou a prefeitura a correr contra o tempo. Até o fim de maio, a fundação precisa apresentar ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura e responsável pelo programa, o projeto básico com o detalhamento das intervenções. “A partir daí, abrimos a licitação para o projeto executivo e as obras, que estão previstas para ser concluídas para a Copa do Mundo, mas tudo depende da liberação dos recursos”, ressalva Leônidas.

A reforma do Viaduto de Santa Tereza, que se arrasta desde 2009, também está garantida para o mundial de futebol, segundo o presidente da fundação. Inicialmente prevista com recursos do governo federal, a reforma do cartão-postal de BH, castigado pela depredação, será bancado pela prefeitura e está em fase de licitação.

Em defesa da preservação

Propostas para o entorno da Praça da Estação já surgiram na primeira reunião para eleger prioridades e detalhar o projeto do Corredor Cultural da Praça da Estação. Além de banheiros públicos, iluminação e segurança, integrantes de movimentos sociais e artísticos defenderam que o projeto de requalificação preserve, além da vocação cultural, traços de uma região marcada pela movimentação dos pedestres, moradores de rua e o comércio popular.

“Esse corredor cultural da praça já existe, nossa função agora é torná-lo mais possível, incorporando todos esses agentes que compõem a vida do espaço, o que inclui agentes culturais, população de rua e o proletariado da cidade”, afirma o integrante do grupo de teatro Espanca, Gustavo Bones, que propõe a criação de um centro de referência para a população de rua como parte do corredor cultural.

Professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o arquiteto Flávio Carsalarde estuda a região há mais de 25 anos e ressalta a importância do corredor como um lugar de encontro e a “última reserva estratégica do Centro”, o que deve estar espelhado no projeto final. “A cultura se exerce de forma democrática, saindo apenas da lógica de se pensar os lotes e também o espaço urbano”, ressalta.

SAIBA MAIS: PORTA DE ENTRADA DA CAPITAL
Berço da construção da nova capital de Minas, a Praça da Estação era a porta de entrada para o material e equipamentos destinados às obras da nova cidade. Além de palco de eventos como comícios, shows, festas juninas, carnavais e reveillóns, o espaço guarda peculiaridades como o fato de ter recebido o primeiro relógio público de BH, em 1898, na torre da Estação Central.
 


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