Edição do dia 02/02/2017

02/02/2017 07h50 - Atualizado em 02/02/2017 10h14

Atropelamentos matam, em média, um adolescente por dia no Brasil

Um dos principais motivos é a distração. Muita gente se arrisca mandando mensagem de celular ou com os fones de ouvido muito altos ao caminhar.

Um adolescente brasileiro morre por dia atropelado. E um dos principais motivos é a distração. Tem muita gente se arriscando, mandando mensagem de celular ou com os fones de ouvido muito altos.

Os próprios jovens admitem que sabem que esse é um comportamento perigoso, mas que eles não resistem. Usam fone para ouvir música e mandam mensagens pelo celular enquanto caminham.

Depois de um tempão sem se ver, eles querem mais é botar a conversa em dia.

"Ninguém está muito aí pra matéria, mas daqui a uma semana ou duas vai estar todo mundo preocupado já, querendo saber como é que é”, diz a estudante Manuela Ravioli, de 16 anos.

A volta às aulas é mesmo esse momento de os jovens se reencontrarem. Muitos têm esse costume de ficar na porta da escola, conversando. Até aí, super normal.  Pois é, só que é nesse momento de descontração que eles ficam mais distraídos.

“A gente coloca o fone de ouvido e às vezes esquece um pouco do mundo, né, mas às vezes tem uns pepinos que ‘dá’ na rua, por ser distraído”, reconhece outro estudante, Lorenzo Ravioli.

“Às vezes eu ando ouvindo música, mas bem baixinho, pra tentar ouvir o barulho da rua também”, diz Isabella Sulzbacher.

A ONG Criança Segura analisou os dados de acidentes de trânsito e constatou que morre um jovem atropelado por dia no Brasil, em média, na faixa de 15 a 19 anos.

Os dados são de 2014, mas a ONG diz que acompanha as informações de acidentes e que este número não diminuiu, de lá para cá.

“Porque o andar na rua, o circular, exige atenção para nós, adultos, para todo mundo, e para eles também, né, e eles têm andado super conectados aí e não param nem nessa hora de fazer uma travessia entre a casa e a escola, por exemplo”, diz Gabriela Freitas, coordenadora da ONG.

A OBG brasileira é parceira de uma organização americana que fez um levantamento mais detalhado. Concluiu que 80% dos adolescentes não atravessam a rua de forma segura; 44% usam fones de ouvido e 33% andam mandando mensagens de texto no celular. Nos Estados Unidos, o número de mortes de adolescentes entre 12 e 19 anos aumentou 13% nos últimos dois anos.

O estudante João Pedro Beiruth foi atropelado e deu sorte, só saiu arranhado.

“Eu estava vindo pra escola de skate e aí, na verdade, nem foi culpa minha, a mulher é que entrou e não me viu”, diz.

Ele mudou o comportamento, depois desse baita susto.

“Ah, eu fiquei mais atento, depois desse dia”, afirma o estudante.

O também estudante Pedro Fagundes Mendonça diz que nunca sai andando com o celular na mão.

“Meu pai e minha mãe, sempre falam assim: ‘ah, guarda, presta atenção na hora de atravessar’, essas coisas que todo mundo fala nessa hora, então eu guardo, sempre”, afirma Pedro.

Ele e o amigo caminham pelas ruas quando saem da escola, mas sem essa de andar meio desligado.

“Sem pressa, sem crise, sempre indo mais devagarinho, com calma, pra não ter nenhum problema”, diz João Pedro Zanforlin.

No caso das crianças de 5 a 14 anos o trânsito é a principal causa de mortes no país. E aí não são só os atropelamentos, mas todo tipo de acidente.

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