24/04/2013 18h22 - Atualizado em 24/04/2013 19h42

Portugal será excluído do Ciência sem Fronteiras, diz Mercadante

Ministro afirmou que o programa não abrirá mais editais para o país.
Ele disse que a mudança é temporária para priorizar outros idiomas.

Do G1, em Brasília

Mercadante e os presidentes da Capes e do CNPq (Foto: Murilo Salviano/G1)Mercadante e os presidentes da Capes e do CNPq
(Foto: Murilo Salviano/G1)

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, declarou nesta quarta (24) que as universidades portuguesas não farão mais parte da lista de instituições de graduação do programa Ciência Sem Fronteiras. Segundo o ministro, a mudança é temporária para estimular a aprendizagem de outras línguas pelos estudantes, e vale para os editais abertos neste semestre.

"Nós não consideramos neste momento bolsas para Portugal para estimular os alunos na proficiência de outras línguas. Eles têm que enfrentar o desafio da segunda língua", afirmou Mercadante.

De acordo com o ministro, a língua inglesa é uma das prioridades do programa, por isso o MEC pretende aumentar as relações com instituições de ensino dos EUA.

Hoje, 12.282 novos bolsistas devem ser anunciados nos sites da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Cerca de 600 estudantes que haviam escolhido Portugal como destino e ainda não optaram por um segundo país não foram contemplados com a bolsa. Segundo a assessoria do ministério, esses estudantes farão parte de próximos editais do Ciência Sem Fronteiras, mas ainda não existe uma data limite para que o aluno informe a escolha de outro país.

Mesmo sob atestado médico, Mercadante compareceu à coletiva nesta quarta ao lado do presidente da Capes, Jorge Almeida, e do presidente do CNPq, Glaucius Oliva. Na última quinta (18), o ministro foi internado após inflamação na região do abdômen.

101 mil estudantes até 2015
O programa Ciência Sem Fronteiras tem como objetivo qualificar 101 mil estudantes até 2015. O programa contempla alunos de graduação e de pós-graduação das áreas de ciências básicas, engenharias, ciências da saúde e tecnologia.

Segundo informou Mercadante, até agora mais de 41 mil estudantes já foram contemplados com as bolsas de estudo. Novos editais previstos pelo MEC pretendem incluir no programa mais 17.282 alunos.

“O problema do programa Ciência Sem fronteiras não é atingir as metas programadas. O nosso problema é orçamento para cumprir as metas, e qualidade ao preencher as metas. [..] Esse ano, estamos em abril e praticamente já cumprimos a meta do ano”, disse o ministro.

"Identificamos excelentes alunos, especialmente da rede pública, que foram muito bem no Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], mas que não têm o domínio da língua. Nós não vamos deixá-los para trás, esse programa veio para fazer a inclusão de quem tem talento. A língua não será um obstáculo que não possa ser ultrapassado."

Demanda excessiva
No último edital que selecionou univesitários para estudar em Portugal, 32 mil estudantes se inscreveram, segundo informou o ministro na semana passada. O volume da procura pelo país ibérico foi maior que todas as vagas abertas pelo programa no ano passado em todos os países participantes. Até novembro, o governo afirmou que 18 mil bolsas tinham sido ofertadas.

A procura foi tamanha que Portugal, que participa do programa por meio do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (Crup) e da Universidade de Coimbra, criou um site exclusivo para oferecer informações aos estudantes brasileiros.

Durante o processo seletivo, 9.691 candidatos apresentaram mais que 600 pontos na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), um dos requisitos mínimos para a seleção. Por isso, em março o governo anunciou que esses candidatos poderiam se transferir para outros países sem precisar comprovar domínio de um idioma estrangeiro.

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