Edição do dia 31/08/2017

31/08/2017 14h02 - Atualizado em 31/08/2017 14h12

Universitárias do PR se mobilizam e denunciam o assédio em sala de aula

Uma pesquisa nacional sobre a violência contra a mulher em universidades revela que a maioria já sofreu algum tipo de agressão em sala de aula.

Sandro IvanowskiMaringá, PR

Alunas da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, encontraram uma forma de denunciar o assédio sexual dentro das salas de aula.

As estudantes foram fotografadas segurando um quadro negro: “Um professor ofereceu um projeto de pesquisa em troca de sexo”, “Outro humilhou uma estudante apenas pelo fato dela ser mulher”, “Outro ameaçou reprovar a aluna por ela não fazer as vontades dele’.

O trabalho foi feito por universitárias. “É uma coisa que assusta pela presença, pela efetividade, mas não surpreende que ele exista aqui porque existe em todos os âmbitos da sociedade e a universidade é mais uma”, diz a estudante Ana Carolina Lamosa Paes.

Em uma pesquisa nacional sobre violência contra a mulher dentro de universidades, mais da metade das entrevistadas afirmaram ter sofrido algum tipo de agressão moral ou psicológica.

Na Universidade Estadual de Maringá, as vítimas recebem apoio no núcleo de extensão sobre a Lei Maria da Penha. O núcleo funciona dentro do campus faz um ano e meio e já registrou 16 denúncias.

Na maioria das vezes, os casos não vão adiante. As estudantes têm medo de denunciar.

“Não têm testemunhas, então a pessoa que está sofrendo, ela acaba ficando com medo de denunciar e não conseguir provar e eventualmente essa denúncia se virar contra ela, né?”, explica a delegada Emilene Locatelli.

O reitor da Universidade de Maringá, Mauro Baesso, diz que casos de assédio são investigados e a punição prevista varia de advertência até demissão.

Uma universitária que prefere não se identificar espera por investigação. "Eu sofri assédio recorrente em sala de aula com elogios, com olhares para as minhas partes íntimas. Eu espero que sejam punidos, que esses assédios sejam levados à sério, mesmo aqueles que não possuem toque, não possuem um assédio físico, mas o assédio verbal e moral também contribuem bastante, eles oprimem bastante uma mulher".

 

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