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BATMAN, A TRILOGIA DE NOLAN | BATMAN BEGINS


O Batman existe! Com essa afirmação eu começo esse texto, o super-herói que é conhecido por todos e já é item primordial da cultura pop conseguiu um recomeço digno no cinema. Depois dos góticos e divertidos (ao menos para mim) Batman e Batman, O Retorno de Tim Burton e dos odiosos e carnavalescos filmes de Joel Schumacher, parecia que a franquia tinha encontrado o seu fim na tela grande. Mas Hollywood é movida a dinheiro e uma franquia tão poderosa não poderia ficar guardada por tanto tempo.

Eis que o salvador surge! Chris Nolan vindo de ótimos filmes(Amnésia e Insonia) resolveu dar ao herói o que ele realmente merecia, um novo começo! Aliado a David S. Goyer (roteirista dos Blade e fã incondicional do morcgão), ele queria mostrar um herói o mais próximo possível da realidade para exemplificar as suas reais motivações para se vestir e sair por aí como um morcego gigante.

Batman Begins consegue ir além do filme tradicional de herói, e consegue criar um personalidade singular para cada personagem e todos os núcleos em que estão envolvidos seja nas empresas, nos becos escuros, a polícia corrupta e os "amigos". Isso claro,aliado a um elenco competentíssimo reunindo atores magistrais como Ra’s al Ghul (Ken Watanabe), o Espantalho (Cillian Murphy) e chefe do crime organizado Carmine Falcone (Tom Wilkinson). Michael Caine (mordomo Alfred), Gary Oldman (sargento Gordon), Morgan Freeman (inventor e funcionário das indústrias Wayne, Lucius Fox) e Liam Neeson (Henri Ducard).

Nesse filme temos um Batman que realmente é protagonista, e não é apagado pelos vilões que eram mais explorados nos filmes anteriores, isso graças a escolha acertada de Christian Bale, que consegue diferenciar os três personagens que interpreta: Batman, Bruce Wayne Playboy e o Bruce verdadeiro. Sua interpretação é bem feita e consegue nos cativar e aceitar suas escolhas e torná-las reais. Aqui vemos o seu desenvolvimento como pessoa e todo o seu treinamento para se tornar o que viria a ser, temos a abdicação dos seus bens a convivência no submundo para entender as convicções dos bandidos e seu retorno a Gotham, e a descoberta de quão podre é a cidade em todos os níveis. A demora em vestir o uniforme é totalmente acertada pois o ato é feito quando realmente é necessário.

Para aproximar o filme da realidade algumas adaptações tiveram que ser feitas, mas nada que atrapalhe ou manche a mitologia do herói, muito pelo contrário. Perfeccionista como sempre Nolan queria criar uma cidade que fosse identificável com qualquer metrópole e para isso construiu sets de filmagens gigantescos para dar a cidade um tom real e fugir ao máximo da computação gráfica e colocar na tela o que realmente poderia acontecer, sem apelo a explosões exageradas ou cenas impossíveis no mundo real.

Ra’s al Ghul apesar de não ser muito famoso fora das HQs foi uma escolha acertada para antagonista do herói, suas motivações parecem ser muito parecidas com as do morcegão, mas quando vistas de perto, não são as melhores. Ainda temos Cillian Murphy como espantalho, em uma atuação pontual e digna do vilão. A trama é redondinha e evidencia que um filme de super-heróis não deve se preocupar ou priorizar o herói e sim tudo que o rodeia, isso é exemplificado em toda aparelhagem do morcegão que é toda funcional inclusive o tumbler (o batmóvel) que por incrível que pareça faz tudo o que o filme mostra.

Exitem erros no filme, mas o argumento mostrado na fita e a originalidade a que se propõe os tira de cena como se realmente não fossem importantes. Boas atuações, um belo roteiro e várias homenagens aos fãs fazem de Batman Begins um filme delicioso e um recomeço digno da estirpe do herói. Um filme que remodelou como heróis devem ser na tela grande!

Já tinhamos achado esse filme grandioso, mas não sabíamos o que estava por vir, e nem o quanto gostaríamos, mas isso é outra história...



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- BATMAN O CAVALEIRO DAS TREVAS 

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BATMAN, A TRILOGIA DE NOLAN | BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS

O maior e melhor filme de super-herói já feito!

Sem  ter medo de ser pretensioso começo esse texto com a frase acima, ela descreve exatamente o que o filme é, um espetáculos aos olhos, sejam eles de fãs ou não! Chris Nolan volta a pegar no batente e volta com tudo na continuação e trás consigo o maior vilão já feito na tela grande, o Coringa de Heath Ledger.

Uma trama extremamente complexa e que caminha sem se prender a nada, tudo é feito ao mesmo tempo, cada um tem o que fazer e cada ação tem uma reação. Esse filme é grandioso em todos os aspectos, seja na trama, nos personagens, ou no clima sombrio que se alastra em toda película evidenciando o quão ruim o ser humano pode ser. Aqui temos novas aquisições no elenco, Aaron Eckhart como Harvey Dent o cavaleiro branco de Gotham e que pode tomar o lugar de Batman no combate ao crime sem usar máscara. Também temos Maggie Gyllenhaal como Rachel Dawes (substituindo e melhorando a insosa Katie Holmes no primeiro filme), aqui ela mostra que seguiu sua vida e que a espera por seu amor(Bruce) é só uma opção e não uma verdade. De resto todos voltam aos seus papeis, mais vivos e dando os tons que o pedem.

Vamos falar dele agora, o Coringa! Esqueça Jack Nicholson e seu galhofeiro Coringa, esse aqui é o caos e o terror em pessoa, ele trás a Gotham o que estava escondido e o que todo mundo fazia questão de não ver, como contraposto ao Cavaleiro das trevas o vilão mostra que não está para brincadeiras e que não tem limites para conseguir o que quer, e o que ele quer é CAOS! A proposta dessa vez é abrir a ferida da corrupção que atinge o mundo moderno e o quão ela está enraizada nos vários núcleos de poder e como é difícil dominá-la e eliminá-la. O Coringa de Ledger é um psicopata, assassino sem dó, anarquista que só pensa em uma coisa: criar o caos. Tudo em sua atuação desde a forma de andar à forma como fala e age, contribui para que não possa ser feita qualquer comparação com as versões anteriores do Palhaço do Crime. Pistolas com bandeirinhas escrito "BANG"? Isso é coisa de criança. O truque agora é fazer o lápis desaparecer.

Para criar um filme que tivesse um contexto elaborado e que as situações fossem desenvolvidas e com calma, Nolan fez um filme de 152 minutos, parece longo? Não é, o filme é uma construção de tramas e clímax que não perdem o fôlego e te prendem na cadeira.

Com um roteiro bem trabalhado e muito bem elaborado com um elenco competente e com atuações pontuais, Nolan mostra sem dúvida nenhuma como um super herói deve ser transposto para a telona. Sem exagerar Nolan consegue criar não apenas um filme de super herói, mas uma obra-prima da sétima arte que pode ir ao pódio ao lado de clássicos famosos sem nenhum demérito.

A segunda aventura do herói sob a tutela de Chris Nolan consegue ter um cunho tão épico que seus defeitos passam batidos e sendo totalmente ignorados pela grande maioria, e que desculpem os pessimistas, mas não serão comentados aqui, pois nem vale a pena.

Também vale ressaltar a trilha de Hans Zimmer que continua perfeita e consegue criar momentos de sufocante agonia só com um violino.

E muitos dizem que criar um filme com um super herói que tenha um bom roteiro, diversão, acessibilidade e sem dúvida nenhuma, qualidade é impossível, Cris Nolan não concorda com essa afirmação e depois de assistir Batman, O Cavaleiro das Trevas, você também não irá concordar!

Obrigado Nolan e Heath Ledger!



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- BATMAN BEGINS

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BATMAN, A TRILOGIA DE NOLAN | BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE

Algumas vezes esperamos tanto de um filme que fica impossível superar essa expectativa. Após Batman - O Cavaleiro das Trevas surpreender todo mundo, era  normal ficar ansioso para o próximo capítulo, jogando nossas expectativas em níveis estratosféricos. BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE chega para encerrar a trilogia e fechar todas as pontas deixadas pelos anteriores. Nolan não tenta superar o que fez magistralmente no filme anterior, mas sim complementar, nisso o diretor acerta e entrega um filme com a mesma qualidade.

Em O Cavaleiro das Trevas Ressurge, damos um salto de 8 anos depois da morte de Harvey Dent. Gotham idolatra o jovem promotor falecido ao ponto de decretar novas leis com seu nome e limpar as ruas estabelecendo uma Gothan mais segura. Comissário Gordon, prestes a ser demitido, e Bruce Wayne, recluso sem ser visto há muitos anos… Enquanto isso, os cidadãos não se dão conta de que, bem embaixo de seus narizes, um mercenário terrorista chamado Bane, planeja destruir a cidade e levar junto todos seus símbolos de justiça. Assim Batman é forçado a sair de sua “aposentadoria” e também se torna alvo de Bane e seu plano para acabar com toda a esperança dos moradores de Gothan City.

Para encerrar o que tinha feito de forma grandiosa, seria necessário criar um vilão a altura da missão, um processo extremamente difícil, pois o filme anterior detinha a melhor interpretação já feita para o Coringa (Heath Ledger), capaz de alçá-lo ao lados dos maiores vilões já feitos no cinema, como Darth Vader e Hannibal Lecter. A saída criada foi trazer para as telas o personagem responsável por quebrar o herói nas histórias em quadrinhos, Bane (Tom Hardy). Um vilão só usado bem na sua origem com esse propósito, mas depois alçado a péssimas histórias. O vilão ainda tinha no currículo a sua terrível participação em Batman & Robin (1997) de Joel Schumacher, em uma versão inflável, idiota e descartável.

Nolan sabendo disso cria o seu próprio Bane, nada que destoe de sua essência, aqui a sua presença é de total importância ao filme e já em sua primeira aparição se mostra um sujeito frio, cruel e calculista que possui todos os seus movimentos traçados e instiga tanto medo em seus oponentes quanto o seu rival morcego. Tom Hardy apesar de ter uma máscara cobrindo o seu rosto todo o filme, dá o volume e massa certo ao personagem, sua voz é trabalhada a transpassar a sua personalidade, em tom grave e forte, nunca oscila, o vilão não grita demonstrando a sua frieza e controle da situação. Suas intenções para com a cidade ficam cada vez mais claras no desenrolar da película. Seria injusto compará-lo com o Coringa, é bom termos noção que ambos servem aos seus propósitos. O Coringa que ver o circo pegando fogo, já Bane quer ele em cinzas. Tom merece os parabéns pois cumpriu sua missão com perfeição e entregou um grande vilão, sendo tanto um desafio físico como psicológico para o Morcego.

Tom Hardy não é a única cara nova, temos Joseph Gordon-Levitt no papel do jovem policial John Blake, que aqui vira homem e que merece destaque por sua atuação acertada e segura e tem devida importância no filme. Outro delicioso adendo foi Anne Hathaway, ela conseguiu capturar toda a essência de Selina Kyle/Mulher Gato e funde de forma orgânica e nada exagerada, a malandragem e o glamour da personagem, não só como uma vilã, mas também como uma espécie de anti-heroína. Anne dá a Selina o tom sem errar a mão, detalhe, ela nunca é chamada de Mulher Gato no filme, mas você sabe quem é ela, mais um pontinho para Nolan que cria um uniforme totalmente crível e ainda homenageia Julie Newmar da antiguíssima série de TV. Por último temos Marion Cotillard como Miranda Tate uma bilionária filantropa com passado obscuro, apesar de linda e talentosa Marion deixa um pouco a desejar em sua atuação, mas nada que atrapalhe o filme.

Os rostos já tradicionais também voltam, Gary Oldman reprisa o papel de Comissário Gordon com a maestria já habitual de seu talento. Morgan Freeman como Lucius Fox adiciona um pouco mais tempero em sua relação com Bruce e as Empresas Wayne. Já Michael Caine recompensa a espera por uma cena em que pudesse expressar todo o seu talento e volta a brilhar na pele de Alfred, proporcionando algumas das cenas mais emocionantes de todo o filme.

Além de personagens novos o filme traz mais uma traquitana para o universo do morcego, batizado de "bat" apenas, o novo brinquedinho do Batman é uma espécie de Tumbler voador e possui uma enorme agilidade nos céus e produz uma ótima sequência aérea no filme.

A trama central é simples, mas possui alguma subtramas que dão mais combustível a narrativa, mas sem atrapalhá-la. além de levar em conta os filmes anteriores, Nolan deixa claro referências de outras mídias onde o morcegão já esteve, como a antiga Série de TV, algumas clássicas HQs, o fabuloso desenho animado e mais algumas coisinhas.

Mais uma vez Hans Zimmer merece os parabéns pois ensinou a Hollywood que filmes de heróis precisam sim ter uma trilha que leve em conta a história e sua mensagem e não algo pasteurizado e sem função. Mais uma vez consegue criar uma trilha excepcional que carrega em sua essência as outras, mas leva consigo a originalidade e torna a trilha um personagem fundamental ao filme.

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge pode ser visto como filme separado, mas se feito na sequência dos anteriores oferece muito mais, é interessante analisar como Nolan construiu a sua história para o herói em três atos. Cada um importante para construir, moldar e traçar o legado de um herói, também é intrigante imaginar que tudo isso já estava em sua cabeça quando lançou Batman Begins. O filme carrega consigo um pouco mais de defeitos que os seus anteriores, mas ainda sim consegue sair-se glorioso, sua originalidade em tratar uma temática vista pelo cinema como descartável, como o gênero de super-heróis, ainda assim evidencia que o importante é ter uma boa história para contar, seja ela de qual temática for, a história deve ser bem contada.

Apesar de tudo o filme é ótimo mas comete ao meu ver o maior pecado, tudo foi mencionado em Cavaleiro das Trevas Ressurge, menos o mais importante e que realmente definiu e deu tom a franquia. O Coringa. O vilão acabou sendo praticamente esquecido no último capítulo da franquia. Nolan, em entrevista, já havia dito que não faria menção ou homenagem ao trabalho de Heath Ledger por respeito a família do ator. Por motivos óbvios, ele não poderia voltar ao papel, mas uma menção que fosse traria muita alegria a esse coração de fã e a vários outros que se emocionaram com o trabalho máximo de Ledger. Apesar disso o filme não perde em enredo, mas deixa aquela pontinha de tristeza.

Nolan consegue encerrar o seu trabalho com o morcego de forma magistral e como outro diretor ainda vai demorar fazer com um super-herói. Ele entrega um filme sincero e que cumpre o seu objetivo de fechar uma história maior. O Cavaleiro das Trevas Ressurge dá aos fãs o que eles sempre quiseram e esperaram e provoca um sentimento de saudade ainda maior que o de alegria, pois o diretor entrega o seu final e sua despedida a franquia, mas por mais que não queira Nolan deixa o seu final antes dos créditos ser apenas o começo em nossa imaginação.



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