QUINTA, 22/09/2016, 09:03

Problema do governo Temer não é a comunicação, mas os ministros

É impressionante a usina de declarações e ideias inapropriadas. Nesta semana, três ministros deram tiros no pé. O caso mais grave foi o de Geddel Vieira Lima, secretário de Governo e articulador político.

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Geddel simplesmente defendeu a anistia para políticos que praticaram caixa 2. Segundo ele, como não há o tipo penal específico, se for criado o crime de caixa 2 eleitoral, quem recebeu dinheiro ilegal antes da entrada em vigor da lei não poderia ser punido.

Isso não é verdade. Hoje, há previsão no Código Eleitoral e também em duas leis, uma financeira e outra tributária, para punir quem pratica caixa 2. Basta lembrar que, no mensalão, muitos réus se complicaram ao sustentar que havia praticado apenas caixa 2. Saíram condenados por crimes mais graves.

De Nova York, o presidente Michel Temer teve de desautorizar Geddel, que levou para dentro do Palácio do Planalto a fracassada manobra de segunda na Câmara. Ministro não tem opinião pessoal, especialmente um auxiliar que tem gabinete no Palácio do Planalto.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse não saber se o Congresso aprovará a criação do limite para o crescimento das despesas públicas. Isso estimula dúvidas na economia e não é da área dele.

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, voltou a falar de reforma trabalhista e tomou um puxão de orelhas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Essas trapalhadas não serão corrigidas por nenhuma estratégia de comunicação, porque elas decorrem das visões políticas desses ministros. Portanto, Temer tem um problema mais grave do que erros de comunicação.

E nesta quinta-feira,a PF deflagrou uma nova fase da Lava-jato, prendendo o ex-ministro Guido Mantega, que é muito próximo de Lula e Dilma: principalmente, da ex-presidente que sofreu o impeachment.

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