Por Bom Jesus

Crianças pequenas confundem ficção com realidade e algumas mentiras escapam sem perceber e, até por volta dos 6 anos, elas não mentem da forma como os adultos fazem. Na verdade, elas fantasiam e não enxergam problemas em dizer algo que não é real, ao relatar situações do cotidiano.

Embora a mentira tenha uma certa relação com a fantasia na primeira infância, ela deve ser combatida pelos pais desde sempre, mesmo com as crianças menores. De acordo com a assessora pedagógica do Colégio Bom Jesus Centro, em Curitiba, Suzy Aparecida de Carvalho, a interferência da família é importantíssima quando a criança conta algo que não é verdade. Por meio do diálogo e do exemplo, a família pode oferecer à criança a possibilidade de dizer a verdade, evitando que a mentira se torne uma rotina. Os pais devem agir de forma ética, para servirem de exemplo aos filhos, além de se colocarem à disposição para que eles contem sempre a verdade.

Suzy conta, ainda, sobre o papel da escola, ao tratar com as mentiras das crianças. “Os profissionais da escola devem sempre orientar as crianças a falarem o que realmente aconteceu, valorizar a atitude de dizer a verdade sobre o ocorrido. A equipe pedagógica deve ressaltar que a conduta de falar a verdade precisa ser adotada em todos os momentos no ambiente escolar”, afirma Suzy, que lamenta a maneira como a nossa sociedade aceita a mentira e acha que é “um mal necessário” em algumas circunstâncias. Ao observar como os próprios adultos mentem nas mais diversas situações, as crianças sentem-se encorajadas a mentir para atender suas próprias necessidades. Esse é um mal que deve ser combatido.

Já a criança mais velha deve ser ajudada por meio da conversa, valorizada e elogiada quando fala a verdade e, sobretudo, pelo exemplo dos adultos envolvidos na sua educação. Quando os adultos agem com princípios éticos, estão servindo de modelo para que a criança não invente histórias ou conte mentiras.

Novamente vale o conselho da conversa, de lembrar a criança que há outras formas de se socializar sem precisar partir para a falsidade ou para a invenção. Mas, é claro, nada disso é válido na base do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Se os pais não valorizam ou praticam a sinceridade em casa, a criança passa a entender a mentira como algo natural. Por isso, lembre-se de sempre dar o exemplo.

Bom Jesus
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1