Foi “sem querer”. Pelo menos esta é a justificativa da Prefeitura de São Paulo para a atitude da empresa terceirizada contratada para apagar as apagar pichações em locais públicos. Parte de um mural gigante, grafitado por vários artistas, foi apagado.

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As cores e as formas do grafite feito pelos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, os Gêmeos, são vida ao cinza da capital paulista. Mas na última quinta-feira, parte de um dos trabalhos foi apagada. De acordo com a Prefeitura, houve um equívoco da empresa contratada para eliminar pichações em locais públicos.

Uma tinta cobriu parte do mural São Paulo, feito há seis anos por alguns artistas, entre eles os Gêmeos, Nina Pandolfo e “Nunca”. A obra ficava na alça de acesso à Avenida 23 de Maio, no centro.

“É triste você ver isso. No nosso caso e no de muitos artistas, nosso trabalho é valorizado fora do Brasil, e aqui não se valoriza da mesma forma”, disse Gustavo Pandolfo. “A gente precisa saber que critério estão adotando para apagar um trabalho desse, de mais de 700 metros quadrados”, completa Otávio Pandolfo. 
 
Os Gêmeos pintaram recentemente a fachada de uma das galerias de arte mais importantes do mundo: a Tate Modern, em Londres. E acabaram de voltar dos Estados Unidos, onde participaram de uma exposição.

Quando existe um tipo de arte como grafite ocupando o espaço público, geralmente ele é respeitado pelos pichadores, tanto é que a parte que sobrou do mural, do outro lado da avenida, está preservada. Agora resta saber o que vai ocupar toda esta área coberta por tinta cinza.

“Só se dá valor quando roubam uma arte de dentro de museu. Fiquei impressionado, roubaram arte de São Paulo e ninguém fala nada”, reclama o psicólogo Robson Lima. 

Uma reunião será marcada com representantes da empresa e com os artistas para refazer a obra.

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