O pecuarista Alessandro Meneghel foi condenado a 34 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do policial federal Alexandre Drummond Barbosa, morto a tiros em 2012, em uma briga de bar em Cascavel (Oeste). O julgamento realizado em Curitiba começou na tarde de terça-feira (21) e só terminou às 4h30 desta quinta (23). O júri, composto por cinco homens e duas mulheres, não acatou a tese de legítima defesa e decidiu pela condenação do réu.

Meneghel saiu do Tribunal do Júri direto para uma unidade prisional de Curitiba. O advogado do pecuarista, Cláudio Dalledone, apontou que houve cerceamento da defesa e informou que irá pedir a anulação do julgamento. "Vou ao Tribunal de Justiça buscar a nulidade deste julgamento. Considero que ainda não acabou e que esse júri vai se repetir", declarou.

O advogado, que já havia conseguido adiar o julgamento anteriormente, solicitou mais tempo para analisar provas testemunhais, mas o pedido foi negado pelo juiz Thiago Flores Carvalho. Já o promotor Lucas Cavini Leonardi acredita que a decisão será mantida pelo Tribunal de Justiça. "Não há motivos para uma anulação, uma vez que todas as regras foram observadas e tudo foi feito de forma transparente", comentou.

Pela versão do advogado, o cliente só teria atirado contra o policial para preservar a própria vida. O depoimento do pecuarista durou mais de seis horas. Já o Ministério Público (MP) pediu a condenação pelo crime de assassinato por motivo torpe.

Segundo o MP, o crime foi registrado por câmeras de segurança da boate. As imagens que foram anexadas ao processo mostram o policial sendo atingido várias vezes por um homem dentro de uma caminhonete. Em seguida, o motorista dá marcha à ré, atira outra vez e foge. A caminhonete foi identificada como sendo de Meneghel. O policial morreu antes de dar entrada no pronto-socorro.

Meneghel foi preso no mesmo dia com uma pistola e uma espingarda calibre 12. Ele passou três anos na prisão até conseguir liberdade provisória, diante da alegação que precisava cuidar da mãe que estava doente. No entanto, diante de acusações de violar as regras da tornozeleira eletrônica e de coagir testemunhas, retornou à prisão.

O MP conseguiu a transferência da condução do processo de Cascavel para Curitiba com a alegação de que Meneghel teria "muita influência" na cidade do Oeste do Estado.