Rodeado por homens, Alckmin diz que terá o "máximo" de mulheres se eleito

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

Sentado entre 11 políticos de seis partidos, todos homens, o ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (26) que terá "o máximo possível" de mulheres em seu ministério, se for eleito. A declaração foi feita durante o anúncio do apoio de legendas do chamado "centrão" ao tucano, em Brasília.

Alckmin recebeu nesta terça o apoio do DEM, PRB, PR, PP e Solidariedade. À sua direita, sentaram-se o senador Givago Tenório (PP-AL), os deputados federais Carlos Melles (DEM-MG), Júlio Lopes (PP-RJ) e Milton Monti (PR-SP), além do ex-ministro e presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, e do prefeito de Salvador, ACM Neto, que preside o DEM.

Já à esquerda do tucano, estavam o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), o presidente do Solidariedade e deputado federal Paulinho da Força (SP), o ex-governador de Goiás e pré-candidato ao Senado, Marconi Perillo (PSDB), e os líderes na Câmara do PSDB, Nilson Leitão (MT), e do DEM, Rodrigo Garcia (SP), pré-candidato a vice-governador de São Paulo na chapa de João Doria (PSDB).

Alckmin foi questionado por uma jornalista sobre quantas mulheres e quantos negros ele se comprometia a nomear em seu eventual ministério. A repórter apontou que ele estava rodeado apenas por homens brancos, mas o presidenciável logo disse que Marcos Pereira estava "fazendo uma correção, dizendo que ele é negro".

O tucano tentou desconversar, afirmando que está lendo o livro "O elogio do vira-lata e outros ensaios", de Eduardo Gianetti.  "Ele diz que lá atrás, quando o Nelson Rodrigues falou que o brasileiro tinha complexo de vira-lata, nós tínhamos essa concepção de que a miscigenação não era uma coisa boa. É o contrário", resenhou Alckmin.

"É essa miscigenação brasileira, baiana, paulista, piauiense, de raças, de cores, de credos é que faz uma distinção extraordinária do Brasil frente todas as nações. O nosso governo será um retrato da composição do povo brasileiro", declarou o pré-candidato do PSDB.

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Mesa da entrevista coletiva de Alckmin só tinha homens

Ao ser novamente indagado sobre o número de mulheres que terá em seu ministério, ele respondeu que será "o máximo possível". "Vamos ter muitas mulheres e nós temos muitas mulheres extremamente preparadas. Serão todas, mais do que convidadas, convocadas para trabalharmos juntos", declarou.

Indefinição sobre vice

Ainda sem vice anunciado, o presidenciável foi questionado sobre o perfil da pessoa que vai compor a chapa com ele e respondeu que será "homem ou mulher, moreno ou loira, loiro"

"Não tem uma preferência. Geralmente o vice complementa a chapa. Então, não será certamente de São Paulo, [e sim] de outro partido, aqui do centro democrático. Temos ótimos nomes, vamos aguardar", declarou Alckmin.

Antes, o tucano disse que trata-se de uma decisão coletiva e que não tem pressa, pois a decisão pode ser tomada até o dia 4 de agosto, data da convenção nacional do PSDB.

Durante a entrevista coletiva ao lado dos novos aliados, ele citou o nome de dois cotados para o posto: o empresário Josué Gomes (PR), que já recusou o convite, e o ex-ministro e pré-candidato do Solidariedade, Aldo Rebelo.

Alckmin agradeceu Josué, que é filho do ex-vice-presidente José Alencar (1931-2011), por um artigo publicado nesta quarta (25) no jornal Folha de S.Paulo, no qual ele elogiou "os partidos que tomaram a acertada decisão de apoiar sua candidatura".

Ex-ministro dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo foi chamado pelo tucano de "grande líder" e "grande brasileiro". Segundo o presidenciável, ele também reúne as "condições de ser o candidato".

Rebelo foi filiado ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil) por 40 anos e teve uma rápida passagem pelo PSB (Partido Socialista do Brasil), que trocou esse ano pelo Solidariedade de Paulinho da Força para concorrer ao Palácio do Planalto.

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