Obsolescência programada

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Obsolescência programada é a decisão do produtor propositalmente desenvolver, fabricar, distribuir e vender um produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não funcional especificamente para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto[1]. A obsolescência programada foi criada na década de 1920, pelo então presidente da General Motors, Alfred P. Sloan. Ele procurou atrair os consumidores a fazerem constantes substituições, tendo como apelo a mudança anual de modelos e acessórios de seus veículos.[2]

Um fenômeno que contribui para a obsolescência programada é a Lei de Moore, na qual o número de transistores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada período de 18 meses. Assim, por exemplo, um aparelho que contenha uma determinada quantidade de gigabytes, logo será ultrapassado por uma nova geração de aparelhos com um sistema de armazenamento contados com terabytes. Portanto, mesmo que seu aparelho esteja em perfeitas condições de funcionamento, terá de ser trocado por outro, pois não será mais capaz de armazenar a enorme quantidade de informação que será produzida.[carece de fontes?]

Benito Muros, fundador do movimento SOP (Sem Obsolescência Programada) alerta para os perigos desta prática, defendendo que é possível comprar produtos que não tenham vida útil programada. Esse movimento tem três objetivos: “difundir o que é a obsolescência programada e como isso nos afeta; tentar colocar no mercado mais produtos com duração mais longa, a fim de forçar a competição; e tentar unir todos os movimentos sociais para tentar mudar o modelo econômico atual”.[carece de fontes?]

Com o aumento da demanda de informações da rastreabilidade produtiva por parte da sociedade, espera-se que esse comportamento por parte dos produtores seja revisto.[3][4]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Chevrolet Superior de 1923.

A obsolescência programada faz parte de um fenômeno industrial e mercadológico surgido nos países capitalistas nas décadas de 1930 e 1940 conhecido como "descartalização", e é nociva ao meio ambiente, sendo considerada uma estratégia não sustentável. A obsolescência programada faz parte de uma estratégia de mercado que visa garantir um consumo constante através da insatisfação, de forma que os produtos parem de funcionar ou tornem-se obsoletos num curto espaço de tempo, tendo de ser obrigatoriamente substituídos de tempos em tempos por outros mais modernos[5].

Empresas desenvolvedoras de hardwares e softwares adotam essa estratégia de negócio em seus produtos e sistemas operacionais, integrando suas pesquisas e sua agenda de lançamentos a um esforço de flexibilização e aumento da capacidade de absorção do mercado consumidor[6].

Inspirado na Centennial Bulb[7], lâmpada que continua em funcionamento desde 1901, o espanhol Benito Muros, da SOP,[8] desenvolveu uma lâmpada de longa durabilidade, tendo recebido ameaças devido à sua invenção.[9][10]

Alternativas[editar | editar código-fonte]

Existem várias alternativas para se evitar a obsolescência programada:

  • Autossuficiência/cultura DIY: criar os próprios eletrônicos e eletrodomésticos.
  • Software Livre e Hardware Livre: a economia de código aberto produz sob outro paradigma, mais colaborativo e atendendo à necessidade de aproveitar equipamentos mais antigos.
  • Comprar produtos realmente necessários e de qualidade. Pensar antes de comprar: preciso realmente disso? Posso reusar outro produto que já tenho? Posso emprestar e usar temporariamente este produto?
  • Não adquirir produtos pela aparência, moda ou status.
  • Ofertar produtos que não se utiliza mais de forma a maximizar as suas utilidades.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Bulow, Jeremy (novembro de 1986). «An Economic Theory of Planned Obsolescence» [Uma Teoria Econômica de Obsolescência Programada] (PDF). The Quarterly Journal of Economics (em inglês). 101 (4): 729–749. doi:10.2307/1884176. Consultado em 11 de abril de 2018 
  2. «Annual model change was the result of affluence, technology, advertising». Automotive News. 14 de setembro de 2008. Consultado em 3 de fevereiro de 2018 
  3. Paiva, Leonardo Lindroth de; Efing, Antônio Carlos (1 de dezembro de 2016). «Consumo e Obsolescência Programada: Sustentabilidade e Responsabilidade do Fornecedor». Revista de Direito, Globalização e Responsabilidade nas Relações de Consumo. 2 (2): 117–135. ISSN 2526-0030. doi:10.26668/IndexLawJournals/2526-0030/2016.v2i2.1356 
  4. Sobrinho, Liton Lanes Pilau; Baldissera, Rafaela (1 de junho de 2017). «O Homem Pós-Moderno como Vítima Colateral da Sociedade de Consumo». Revista de Direito e Sustentabilidade. 3 (1): 17–34. ISSN 2525-9687. doi:10.26668/IndexLawJournals/2525-9687/2017.v3i1.2172 
  5. L'Antitrust multa Apple e Samsung: "Aggiornamenti software per rendere vecchi i loro smartphone". Prima decisione al mondo sulla obsolescenza programmata
  6. "20 coisas que nos infernizam...e o que fazer para (tentar) resolvê-las". revistaepoca.globo.com (2008)
  7. Centennialbulb - Página visitada em 8-7-2013. (em inglês)
  8. OEP Electrics Arquivado em 21 de junho de 2013, no Wayback Machine. - Sin obsolescencia programada. Página visitada em 8-7-2013. (em castelhano)
  9. Bem Paraná - Espanhol que inventou lâmpada que não queima é ameaçado de morte. Página visitada em 8 de Julho de 2013.
  10. Benito Muros enfrenta a obsolescência programada. Por Cibelih Hespanhol. Outras Palavras, 29 de novembro de 2013.