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quinta-feira, 7 de agosto de 2014 2 comentários

Primeiras impressões: Moe Moe Tiger, Printerama e Nostalgia

Depois de falar um monte de filmes, de dizer que não sei o que vou fazer da vida e de procastinar horrores (deveria está estudando), mais um primeiras impressões!

Desta vez são 3 lojinhas que comprei, duas que já tão aí a algum tempo e uma que abriu em junho. Elas são a Moe Moe Tiger Store, Printerama e Loja Nostalgia.

Começando pela Moe Moe Tiger Store:

Avaliação do Produto

  • Legging Sereia Azul
Com as pernas esticadas e a meia nada a ver
A primeira vez que vi essa legging acho que foi no site da Black Milk e me apaixonei, pois que menina nunca sonhou em ser uma sereia? Só que as coisas da Black Milk são MUITO CARAS para meu bolso de assalariada, então resolvi procurar em outros locais e aí entra a Aline, dona da Moe Moe, na minha vida... Mentira, ela já estava na minha vida antes e eu, sinceramente, nem lembro como conheci ela mas sei que foi amor a primeira vista.

A Moe Moe Tiger é uma wig shop e é serviço de importação, a Aline é uma mega fofa que está sempre disposta a tirar todas, EU DISSE TODAS, as suas dúvidas. Por mais que eu mandasse um email para ela as 2 da manhã, ele era respondido, as vezes na hora! Isso é muito amor!!!! Ela tinha várias leggings nerds e uma delas era a de sereia que eu tanto sonhava e era um preço BEM acessível e com uma boa qualidade, apesar de ser uma réplica. Trocamos vários e vários emails para que eu e ela tivéssemos certeza que a legging iria caber sem problemas e que eu ficaria feliz com a compra. Na loja tem várias outras coisas e no site, você encontra dicas para cosplays, como cuidar da sua peruca/wig e várias outras coisinhas. O mais legal é que ela acompanha os pedidos e faz sempre um relatório para avisar os donos por onde andam as compras e quando ela chega, manda email perguntando se gostou, se deu, se ficou legal e tudo mais, me digam, né muito amor? Além dela importar, tem coisas em pronta-entrega, o que facilita muito a vida da pessoa.

Voltando a legging de sereia, ela demorou 6 dias para chegar, achei que chegou mega rápido pois comprei em pronta-entrega e é tamanho único, o que me deu um pouco de medo, mas como emagreci um pouco resolvi arriscar. A estampa é linda e MEGA brilhante, se destaca mesmo quando você veste ela, e, para minha alegria, não fica transparente no bumbum!!! Amanda comemora soltando fogos por conta disso!

Só que, infelizmente, a loja vai dar uma parada por conta da nova lei de importação :(
Então compre enquanto podem com a Aline e não se arrependam!!!


Minha Avaliação:

Pernas flexionadas e a estampa fica perfeita
A loja Moe Moe Tiger é muito amor e eu sempre indico quando alguma amiga ou amigo precisa de algo de cosplay ou algo legal como legging, vestidos, maiô/colãn. Amei muito a legging apesar de ainda não ter saído com ela, mas esse final de semana isso muda de figura. Só fiquei um pouco assustada que, quando fui lavar, largou tinta mas nada que prejudicasse a estampa. 
A única coisa que me deixou meio assim foi o tamanho, quem usa tamanhos como 44 sabe que algo TAMANHO ÚNICO não cabe em você, mas esse coube e não pude está mais feliz! Quando provei a legging saí correndo pela casa dizendo que era uma sereia e que agora estava feliz. Ela não distorce ou fica transparente e fica linda no corpo e o tamanho ficou perfeito, não precisarei fazer nenhum ajuste como na legging da Noiva Cadáver.
Super irei perturbar/comprar mais coisas com a Aline, só vou esperar passar esse período de adaptação da nova lei para comprar mais coisas e, dessa vez, irei importar!

A segunda loja é a Printerama:
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014 1 comentários

Projeto Mais Filmes em 2014 - 7ª semana - Tá Chovendo Hambúrguer 2, Hotel Transilvânia e Princesa Mononoke

Hoje é dia de fazer um post gigante pois só essa semana vi 3 filmes, dois que já havia visto e um inédito. Em breve pretendo fazer um post falando de algumas mudanças que fiz nessa ano de 2014 e um primeiras impressões do site Enjoei.com.

Agora vamos aos filmes! Começando pelo inédito.

Poster brasileiro
Nome original do filme: Cloudy with a Chance of Meatballs 2
Nome que saiu no Brasil: Tá Chovendo Hambúrguer 2
Ano: 2013
Dirigido por: Cody Cameron e Kris Pearn
Estúdio responsável: Columbia Pictures e Sony Pictures Animation
Duração: 95 minutos
Gênero: Animação/Comédia/Família
Ranking: 4,5 de 5

A genialidade do inventor Flint Lockwood é finalmente reconhecida quando ele é convidado pelo seu ídolo, Chester V, para entrar para a Live Corp Company, onde os melhores e mais geniais inventores do mundo criam tecnologias para o aprimoramento da humanidade. O braço direito de Chester – e uma das suas melhores invenções - é Barb (uma orangotango altamente evoluída com um cérebro humano, que também é sorrateira, manipuladora e gosta de usar batom). O sonho de Flint sempre foi ser reconhecido como um grande inventor, mas tudo muda quando ele descobre que a sua máquina mais famosa (que transforma água em alimentos) continua em operação e agora está criando híbridos de comida e animais – “comidanimais!” Com o futuro da humanidade em suas mãos, Chester envia Flint e seus amigos numa missão deliciosamente perigosa, enfrentando tacodilos e camaranzés famintos, serpentortas, queijaranhas com bacon duplo e outros monstros de comida para salvar o mundo mais uma vez! (peguei essa sinopse do Filmow)

Adorei essa continuação, acho bem legal a pedida de um filme sobre cientista maluco, da menininha nerd que se esconde pra não ser zoada, do pai que não entende o filho, mas o ama assim mesmo. Amei a homenagem ao Steve Jobs no filme (se é que podemos dizer isso) e os comida-animais! Quero muito um Moranguinho daquele pra mim!!! Acho muito a pena ver se você curtiu primeiro filme. É uma explosão de cores e coisas fofas, amei mesmo!

TRAILER DO FILME VISTO:


quinta-feira, 14 de março de 2013 2 comentários

Encontre o Livro!


Quem em conhece sabe que sou louca por livros (sou bookworm assumida). Tenho vários livros, vários mangás e tem livro meu espalhado por toda casa, o que é bem legal pois acaba todo mundo lendo. Se quer me dar algo de presente, a dica é um livro.  Sigo muitos blogs literários, para me atualizar dos lançamentos, discutir sobre alguns livros e participar de promoções,  dentre os que sigo, eu super recomendo o Pronome Interrogativo da linda linda Thais. Em um dos blogs, vi essa tag chamada Encontre o livro ou Bookshelf Scavenger Hunt e resolvi participar da brincadeira também! Normalmente se posta um video falando da tag e tals, mas como eu tenho um certo pavor de cameras (adoro filmar e tirar fotos, mas odeio ser filmada ou fotografada), vou fazer diferente.



As perguntas e respostas são: 

1- Encontre um livro com a letra Z no título/autor
  • O meu escolhido foi: Confie em mim, eu sou o Dr. Ozzy - Conselhos do maior sobrevivente do rock do Ozzy Osbourne com o Chris Ayres. Nesse livro o  Príncipe das Trevas dá conselhos a todo o tipo de problema que os leitores do The Sunday Times tenham. É um livro super engraçado e tem coisas maravilhosas como: "(...) nunca se deve parar de  tentar. Simplesmente encare cada dia novo como ele é".
2- Encontre um livro clássico
  • O escolhido da vez foi: Histórias extraordinárias de Edgar Allan Poe. Simplesmente amo esse livro! Ele é, na minha opinião, um dos melhores livros de horror e suspense da face da terra. Os contos Os crimes na Rua Morgue e O poço e o Pendulo são meus favoritos.
3- Encontre um livro com uma chave na capa
  • Bem, eu não tenho nenhum livro com uma chave na capa =( Mas se o báculo de Sakura servir, já que é uma chave transformada, eu escolho a coleção Card Captor Sakura - Edição Especial da CLAMP. Quem não sabe, Sakura Card Captor conta a historia de uma garotinha chamada Sakura Kinomoto que se transforma em um garota mágica para capturar as Cartas Clow e impedir que a desgraça venha ao mundo, porém até que ela consiga capturar todas as cartas acontecem várias aventuras. Esse mangá já virou anime e era exibido na TV Globinho e contava com a participação do dublador Francisco Bretas como o pai da Sakura, eu o conheci e foi uma emoção danada, pois cresci vendo esse anime! Olha eu e ele aqui, e sim, eu tava trabalhando fantasiada.
sábado, 8 de setembro de 2012 2 comentários

Make Good Art


Esse texto, para uns enorme, para outros pequeno, foi falado pelo Neil Gaiman na cerimônia de colação de grau da turma da University of Arts na Filadélfia. Esse texto me motivou bastante, devido a tudo que tenho passado nesses últimos anos, então resolvi registrar o 'maior conselho' que eu poderia pedir na minha vida na minha pele. 'Make Good Art' é a minha 2ª tatuagem e foi feita numa sexta-feira após o trabalho, antes do dia dos pais. E assim como as outras tatuagens que tenho (3 ao total) não me arrependo nem por um segundo dela, desde a escolha da fonte até o local. Como muitos sabem, eu sofro de uma doença silenciosa mas se não cuidada corretamente perigosa, chamada Distimia. Onde, aos poucos perco a vontade de fazer determinadas coisas e pode se tornar uma depressão. Esse texto me apareceu em uma época de crise e essas três palavrinhas me tocaram pois com elas decidi fazer o que eu acho que faço de melhor, ARTE. Seja escrevendo, pintando, customizando ou o que for. A escolha da fonte foi baseada num antigo sonho meu, a de ser escritora e o que representa melhor um escritor se não uma máquina de escrever? Escolhi o pulso direito por ser destra e sempre olhar para ele e me lembrar de fazer arte e sorrir.
Soube, por meio do twitter e de uma mensagem via tumblr, que o próprio Neil Gaiman viu essa tatuagem e sabe da história por trás dela... Acho que essa é a minha deixa para traduzir esse texto e mandar para ele. O texto abaixo foi o que me estimulou a fazer essa tatuagem, leiam e absorvam e façam boa arte.

"Eu nunca realmente esperei me encontrar dando conselhos para pessoas se graduando em um estabelecimento de ensino superior. Eu nunca me graduei em um desses estabelecimentos. E nunca nem comecei um. Eu escapei da escola assim que pude, quando a perspectiva de mais quatro anos de aprendizados forçados antes que eu pudesse me tornar o escritor que desejava ser era sufocante.
Eu saí para o mundo, eu escrevi, eu me tornei um escritor melhor na medida em que escrevia mais, e eu escrevi um pouco mais, e ninguém nunca parecia se importar que eu estava inventando na medida em que eu prosseguia, eles simplesmente liam o que eu escrevia e pagavam por isso, ou não, e frequentemente eles me encomendavam alguma outra coisa pra eles.
O que me deixou com um saudável respeito e admiração pela educação superior do quais meus amigos e familiares, que frequentaram universidades, se curaram há muito tempo atrás.
Olhando para trás, eu trilhei uma caminhada memorável. Não tenho certeza de que posso chamá-la de uma carreira, porque uma carreira implica que eu tivesse algum tipo de plano de carreira, e eu nunca tive. A coisa mais próxima que tive foi uma lista que fiz quando tinha 15 anos com tudo que eu queria fazer: escrever um romance para adultos, um livro infantil, uma revista em quadrinhos, um filme, gravar um audiobook, escrever um episódio de Dr. Who… e assim por diante. Eu não tive uma carreira. Eu simplesmente fui fazendo a próxima coisa da lista.
Então pensei em contar para vocês tudo que eu gostaria de saber de saída, e algumas coisas que, olhando para trás pra isso, suponho que eu sabia. E também em dar o melhor conselho que já recebi, o qual falhei completamente em seguir.
O primeiro de todos: quando você começa em uma carreira nas artes você não tem ideia do que está fazendo.
Isso é ótimo. As pessoas que sabem o que estão fazendo conhecem as regras, e sabem o que é possível e o que é impossível. Vocês não. E vocês não devem. As regras sobre o que é possível e impossível nas artes foram feitas por pessoas que não tinham testado os limites do possível indo além deles. E vocês podem.
Se vocês não sabem que é impossível é mais fácil fazer. E porque ninguém fez antes, não inventaram regras para evitar que alguém faça de novo, ainda.
Em segundo, se você tem uma ideia do que você quer fazer, sobre o que você foi colocado aqui para fazer, então simplesmente vá e faça aquilo.
E isso é muito mais difícil do que parece e, algumas vezes, no fim, muito mais fácil do que você poderia imaginar.
Porque normalmente, há coisas que você precisa fazer antes de que você possa chegar aonde quer estar. Eu queria escrever quadrinhos e romances e histórias e filmes, então me tornei um jornalista, porque jornalistas têm permissão para fazer perguntas, e para simplesmente ir adiante e descobrir como o mundo funciona, e, além disso, para fazer essas coisas eu precisaria escrever e escrever bem, e eu estava sendo pago para aprender como escrever economicamente, claramente, às vezes em condições adversas, e em tempo.
Algumas vezes o caminho para fazer o que você espera fazer estará claramente delineado; e às vezes será quase impossível decidir se você estará ou não fazendo a coisa certa, porque você terá de balancear suas metas e esperanças, e alimentar-se, pagar as contas, encontrar trabalho, e se adequar ao que pode encontrar.
Uma coisa que funcionou para mim foi imaginar que onde eu gostaria de estar – um autor, principalmente de ficção, fazendo bons livros, fazendo bons quadrinhos e me mantendo através de minhas palavras – era uma montanha. Uma montanha distante. Minha meta.
E eu sabia que enquanto eu me mantivesse andando em direção à montanha eu estaria bem. E quando eu verdadeiramente não estava certo acerca do que fazer, eu podia parar, e pensar se aquilo estava me levando em direção à montanha ou me afastando dela. Eu disse não para trabalhos editoriais em revistas, trabalhos adequados que teriam pago um dinheiro respeitável porque eu sabia que, por mais atrativos que fossem, para mim eles estariam me deixando mais distante da montanha. E se essas ofertas tivessem aparecido mais cedo talvez as tivesse aceito, porque elas ainda me deixariam mais perto da montanha do que eu estava à época.
Eu aprendi a escrever escrevendo. Eu tendia a fazer qualquer coisa conquanto que parecesse uma aventura, e a parar de fazê-la quando parecia trabalho, o que significou que a vida não se parecia com trabalho.
Em terceiro lugar, quando você começa, você precisa lidar com os problemas do fracasso. Vocês precisam ser osso duro de roer, precisam aprender que nem todo projeto sobreviverá. Uma vida como freelancer, uma vida nas artes, é muitas vezes como colocar mensagens em garrafas, em uma ilha deserta, e esperar que alguém encontre uma de suas garrafas, e a abra, leia, e coloque algo em outra garrafa que fará seu caminho de volta até você: apreço, ou uma encomenda, dinheiro, ou amor. E vocês têm de aceitar que vocês poderão lançar uma centena de coisas para cada garrafa que aparecerá retornando.
Os problemas do fracasso são problemas de desencorajamento, de desespero, de ansiedade. Você deseja que tudo aconteça e você quer que as coisas aconteçam agora, e as coisas dão errado. Meu primeiro livro – uma peça de jornalismo que tinha feito pelo dinheiro, e que já tinha me comprado uma máquina de escrever eletrônica do adiantamento – deveria ter sido um bestseller. Deveria ter me pagado muito dinheiro. Se a editora não tivesse involuntariamente ido à bancarrota entre a primeira impressão se esgotar e a segunda sair, e antes que quaisquer direitos pudessem ser pagos, ele teria me dado muito dinheiro.
E eu dei de ombros, e eu ainda minha máquina de escrever eletrônica e dinheiro o bastante para pagar o aluguel por um par de meses, e decidi que eu faria o meu melhor para no futuro não escrever livros apenas pelo dinheiro. Se você não ganha o dinheiro, então você não tem nada. Se eu fizesse um trabalho do qual me orgulhasse, e não ganhasse a grana, ao menos eu teria o trabalho.
De vez em quando, eu esqueço essa regra, e sempre que o faço, o universo me bate com força e me relembra dela.
Eu não sei se isso é um problema para mais alguém além de mim, mas é verdade que nada que eu fiz na qual a única razão para fazê-lo fosse o dinheiro jamais valeu a pena, exceto como amarga experiência. Normalmente nunca dei o trabalho por encerrado ao receber o dinheiro, por outro lado. As coisas que fiz porque estava empolgado, e queria vê-las existirem na realidade, nunca me decepcionaram, e eu nunca me arrependi do tempo gasto com nenhuma delas.
Os problemas do fracasso são difíceis.
Os problemas do sucesso podem ser ainda mais difíceis, porque ninguém lhes avisa sobre eles.
O primeiro problema de qualquer tipo de sucesso limitado é a convicção inabalável de que você está fugindo com algo, e de que a qualquer momento irão descobri-lo. É a Síndrome do Impostor, algo que minha esposa Amanda batizou de Polícia da Fraude.
Em meu caso, eu estava convencido de que haveria uma batida na porta, e um homem com uma prancheta (não sei por que ele carregava uma prancheta, em minha cabeça, mas ele carregava) estaria lá, para me dizer que estava tudo acabado, e eles me pegariam e agora eu teria de ir e conseguir um trabalho de verdade, algum que não consistisse de inventar coisas e escrevê-las, e ler livros que eu quisesse ler. E então eu partiria silenciosamente e pegaria o tipo de trabalho no qual você não tem de inventar mais coisas.
Os problemas do sucesso. Eles são reais, e com sorte vocês irão experienciá-los. O ponto em que você para de dizer sim pra tudo, porque agora as garrafas que você lança ao oceano estão todas voltando, e você precisa aprender a dizer não.
Eu observei meus pares, e meus amigos, e aqueles que eram mais velhos que eu e observei quão infelizes alguns deles se sentiam: eu os ouvi contar pra mim que eles não podiam encarar um mundo no qual eles não podiam mais fazer o que sempre quiseram fazer, porque agora eles tinham de ganhar uma certa quantidade de grana todo mês apenas para se manter onde estavam. Eles não podiam ir e fazer as coisas que importavam, e que realmente queriam fazer; e isso me pareceu uma tragédia tão grande quanto qualquer problema de fracasso.
E depois disso, o maior problema do sucesso é que o mundo conspira para que você pare de fazer o que você faz, porque você é famoso. Houve um dia em que olhei e me dei conta de que eu tinha me tornado alguém que profissionalmente respondia a e-mails, e escrevia como um hobby. Eu comecei a responder menos e-mails, e fiquei aliviado por perceber que estava escrevendo muito mais.
Em quarto, eu espero que vocês cometam erros. Se vocês estão cometendo erros, significa que vocês estão por aí fazendo algo. E os erros em si podem ser úteis. Uma vez escrevi Caroline errado, em uma carta, trocando o A e o O, e eu pensei, “Coraline parece um nome real…”
E lembrem-se que não importa a área em que estejam, se você é um músico ou um fotógrafo, um artista fino ou um cartunista, um escritor, um dançarino, um designer, o que quer que você faça, vocês têm algo que é único. Vocês têm a habilidade de fazer arte.
E para mim, e para muitas das pessoas que conheci, isso tem sido um salva-vidas. O salva-vidas definitivo. Ele lhe leva através dos bons momentos e pelos outros.
A vida as vezes é dura. As coisas dão errado, na vida e no amor e nos negócios e nas amizades e na saúde e em todos os outros modos que a vida pode dar errado. E quando as coisas ficam difíceis, isso é o que vocês devem fazer.
Façam boa arte.
Eu estou falando sério. O marido fugiu com uma política(o)? Faça boa arte. Perna esmagada e depois devorada por uma jibóia mutante? Faça boa arte. IR te rastreando? Faça boa arte. Gato explodiu? Faça boa arte. Alguém na internet pensa que o que você faz é estúpido ou mau ou já foi feito antes? Faça boa arte. Provavelmente as coisas se resolverão de algum modo, e eventualmente o tempo levará a dor mais aguda, mas isso não importa. Faça apenas o que você faz de melhor. Faça boa arte.
Faça-a nos dias bons também.
E, em quinto: enquanto estiverem nisso, façam a sua arte. Façam as coisas que só vocês podem fazer.
O impulso, começando, é copiar. E isso não é uma coisa ruim. A maioria de nós só descobre nossas próprias vozes depois de termos soado como um monte de outras pessoas. Mas uma coisa que você tem que ninguém mais tem é você. Sua voz, sua mente, sua estória, sua visão. Então escreva e desenhe e construa e toque e dance e viva como só você pode viver.
No momento em que você sentir que, possibilidade, você está andando na rua nu, expondo muito de seu coração e de sua mente e do que existe em seu interior, mostrando demais de si mesmo. Esse é o momento em que você pode estar começando a acertar.
As coisas que fiz que mais funcionaram foram as coisas das quais menos estava certo, as estórias as quais eu tinha certeza de que ou funcionariam, ou, mais provavelmente, seriam o tipo de fracasso embaraçoso que as pessoas se juntam para falar a respeito até o fim dos tempos. Elas sempre tiveram isso em comum: olhando para em retrospectiva para elas, as pessoas explicam porque foram sucessos inevitáveis. Enquanto as estava fazendo, eu não tinha ideia.
E ainda não tenho. E onde estaria a graça de fazer alguma coisa que você soubesse que iria funcionar?
E às vezes as coisas que fiz realmente não funcionaram. Há estórias minhas que nunca foram reimpressas. Algumas delas nunca sequer saíram da casa. Mas eu aprendi com elas tanto quando aprendi com as coisas que funcionaram.
Sexto. Eu passarei algum conhecimento secreto de freelancer. Conhecimento secreto é sempre bom. E é útil para qualquer um que alguma vez já planejou criar arte para outras pessoas, em entrar em um mundo de freelance de qualquer tipo. Eu aprendi isso com os quadrinhos, mas se aplica a outros campos também. E é isto:
As pessoas são contratadas porque, de algum modo, elas são contratadas. Em meu caso eu fiz algo que atualmente seria fácil de checar, e me colocaria em problemas, e quando eu comecei, naqueles dias pré-internet, parecia uma estratégia de carreira sensata: quando editores me perguntavam para quem eu já tinha trabalhado, eu mentia. Eu listei uma série de revistas que soavam razoáveis, e soei confiante, e consegui os empregos. Então transformei em uma questão de honra conseguir escrever algo para cada uma das revistas que eu listei para conseguir aquele primeiro emprego, de modo que eu não menti de fato, só fui cronologicamente desafiado… Você começa a trabalhar por qualquer maneira que comece a trabalhar.
As pessoas se matêm trabalhando, em um mundo de freelances, e mais e mais do mundo de hoje é freelance, porque seu trabalho é bom, e porque são fáceis de conviver, e porque elas entregam o trabalho em tempo. E você nem precisa de todos os três. Dois em três está bem. As pessoas irão tolerar quão desagradável você é se seu trabalho for bom e você o entregar no prazo. Elas perdoarão o atraso do trabalho se ele for bom, e elas gostarem de você. E você não precisa ser tão bom quanto os outros se você é pontual e é sempre um prazer ouvi-lo(a).
Quando concordei em fazer este discurso, eu comecei tentando pensar em qual tinha sido o melhor conselho que já tinha recebido ao longo dos anos.
E ele veio do Stephen King, há vinte anos atrás, no auge do sucesso de Sandman. Eu estava escrevendo um quadrinho que as pessoas amavam e estavam levando a sério. King gostara de Sandman e de meu romance com Terry Pratchett, Belas Maldições (Good Omens), e ele viu a loucura, as longas filas de autógrafos, tudo aquilo, e seu conselho foi esse:
“Isso é realmente ótimo. Você deveria apreciar isso.”
E eu não aproveitei. O melhor conselho que já recebi que ignorei. Ao invés disso, eu me preocupei com aquilo. Eu me preocupei com o próximo prazo, a próxima ideia, a próxima estória. Não houve um momento nos próximos quatorze ou quinze anos em que não estivesse escrevendo algo em minha cabeça, ou imaginando a respeito. E eu não parei e olhei em redor e pensei, isso é realmente divertido. Eu queria ter aproveitado mais. Tem sido uma caminhada incrível. Mas houve partes da trilha que eu perdi, porque estava muito preocupado em as coisas darem errado, sobre o que viria depois, para apreciar a parte em que estava.
Essa foi a lição mais difícil pra mim, eu acho: relaxar e curtir a caminhada, porque a jornada o leva a alguns lugares memoráveis e inesperados.
E aqui, nesta plataforma, hoje, é um destes lugares. (E eu estou curtindo isso imensamente.)
Para todos os graduandos de hoje: eu desejo a vocês sorte. Sorte é útil. Frequentemente vocês descobrirão que quanto mais duro vocês trabalharem, e mais sabiamente, mais sortudos vocês serão. Mas existe sorte, e ela ajuda.
Nós estamos em um mundo em transição neste momento, se vocês estão em qualquer campo artístico, porque a natureza da distribuição está mudando, os modelos pelos quais os criadores entregavam seu trabalho ao mundo, e conseguiam manter um teto sobre suas cabeças e comprar alguns sanduíches enquanto faziam isso, estão todos mudando. Eu falei com pessoas do topo da cadeia alimentar em publicações, vendas de livros, em todas essas áreas, e ninguém sabe com o que a paisagem se parecerá daqui a dois anos, que dirá daqui a uma decada. Os canais de distribuição que as pessoas construíram ao longo do último século ou mais estão contínua mudança, para os impressos, para artistas visuais, para músicos, para pessoas criativas de todos os tipos.
O que é, por um lado, intimidante e, por outro, imensamente libertador. As regras, as suposições, os agora nós devemos fazer de como você consegue expor seu trabalho, e o que você faz a seguir, estão ruindo. Os porteiros estão deixando seus portões. Vocês podem ser tão criativos quanto precisarem para conseguir visibilidade para seus trabalhos. YouTube e a web (e o que quer que venha depois do YouTube e da web) podem dar a vocês mais pessoas de audiência do que a televisão jamais deu. As velhas regras estão desmoronando e ninguém sabe quais são as novas regras.
Então inventem suas próprias regras.
Alguém recentemente me perguntou como fazer alguma coisa que ela achava que seria difícil, em seu caso, gravar um audiobook, e eu sugeri que ela fingisse que ela era alguém que poderia fazê-lo. Não fingir fazê-lo, mas fingir que era alguém que podia fazer. Ela colocou uma nota para este efeito na parede do estúdio, e disse que isso ajudou.
Então sejam sábios, porque o mundo necessita de mais sabedoria, e se vocês não puderem ser sábios, finjam ser alguém que é sábio, e então apenas se comportem como eles se comportariam.
E agora vão, e cometam erros interessantes, cometam erros maravilhosos, façam erros gloriosos e fantásticos. Quebrem regras. Façam do mundo um lugar mais interessante por vocês estarem aqui. Façam boa arte."


sábado, 23 de julho de 2011 1 comentários

Sem nome nº4: Eu e Neil Gaiman

Quem me conhece sabe que Neil Gaiman é um dos poucos escritores que admiro e me considero fã... Bem, da minha lista ele é o único vivo.


A verdade é que sou bem chata quanto a isso, só gosto daqueles que falam ao meu coração e o Neil conseguiu isso em cada linha que escreveu, em cada palavra que anotou. As vezes sinto que ele escreveu aquilo para mim, que ele me conhece mais que a eu mesma.


Descobri o Neil Gaiman em 2007 (eu o descobri pois nunca ninguém havia me falado da existencia dele), nessa época ele já era conceituado lá fora mas nunca havia ouvido falar dele. Na verdade, ele não veio a mim, assim de primeira, ele mandou uma mensageira, uma 'menina-de-recados', seu nome era Morte e era irmã do Sandman, o rei do Sonhar, Morpheus (já falei dele aqui algumas vezes). Ela veio a mim em um momento bem delicado, veio como quem não quer nada, olhou, sorriu e me mostrou um novo mundo. Um mundo que eu me encaixava. Desde desse contato vi que eu e a Morte eramos quase irmãs.


Fiquei curiosa, geminianas são assim, em saber mais sobre o cara que criou aquela mulher e aí sim, cheguei nele, Neil Richard Gaiman. Assim que vi uma foto dele, notei uma semelhança, o gosto pelo preto. Em todas as fotos que encontrei dele, sempre estava com vestes negras... Eu só me lembro de ocasiões em que também vestia preto, estava de preto quando a Morte veio 'conversar' comigo. Pesquisei sobre ele e seus trabalhos, encontrei vários prémios e um jeito particular de escrever, foi aí que decidi que iria comprar um livro dele, aquele em que a 'menina-de-recados' estava: Sandman.


Infelizmente não o achei em canto nenhum e os que achei eram bastante caros. Resolvi fazer o download mas até isso era complicado na época. Tive que deixar isso encostado em um canto juntando um pouco de poeira até encontrar um jeito de ler as histórias. Lembro-me dessa época estrear o filme chamado 'Coraline', também de autoria dele. A menina cujo o no seu mundo as pessoas tinham olhos de botão e eram como ela queria.


No Natal de 2010, meu primeiro natal com um namorado de verdade, Igor resolveu me fazer uma surpresa que até hoje tenho muito ciúme.Finalmente em 2010, 3 anos após começar a 'namorar' as histórias de Morte e seus irmãos,consegui ter meu primeiro Sandman. o Absolut Sandman ou Edição Definitiva como saiu aqui no Brasil. Foi um dos momentos de maior emoção que senti em alguns meses, talvez anos. No dia dos namorados fui brindada com mais um volume dessa coleção. Volumes que devorei, se demorei muito, em 3 dias cada. 


Sandman continuava e continua sendo a minha paixão. De 2007 para cá, li quase todas as histórias e tenho acompanhado mais de perto a carreira de Neil Gaiman, seja pelo seu blog ou pelo twitter. Porém a cada dia mais me apaixono pelo livro que leio, me apaixono pelas 'Coisas Frágeis' que de tão frágeis que são se tornam fortes.


Senhor Neil Gaiman, se um dia ler esse meu relato de como me apaixonei por você, por favor, nunca pare de escrever. Nunca.  


Obs: A foto da Morte, acima postada, foi a primeira que imagem da personagem que eu vi e é a que, um dia, irei tatuar em mim.
 
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