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Janet Yellen pode roubar ainda mais valor ao ouro  

Nove sessões consecutivas de quedas que já roubam 70 dólares à onça de ouro. Esta é a reacção dos investidores, desde que a Fed sinalizou que poderá voltar a subir os juros já em Junho. Mas Janet Yellen pode ofuscar ainda mais o brilho do metal precioso.

André Tanque Jesus andrejesus@negocios.pt 30 de Maio de 2016 às 21:00

A Reserva Federal dos EUA (Fed) surpreendeu ao revelar que poderá voltar a subir os juros já em Junho. Uma perspectiva avançada nas minutas, publicadas a 18 de Maio. Desde então, o ouro só saber perder valor. Vai na nona sessão de quedas consecutivas, que roubaram um total de 70 dólares à cotação do metal precioso. E os analistas defendem que a expectativa é que as quedas não fiquem por aqui.

 

Num golpe de surpresa, a Fed revelou que a subida da sua taxa de juro de referência poderá ser decidida na reunião de 14 e 15 de Junho. As probabilidades implícitas no mercado de futuros dispararam e o ouro afundou. Perdeu 1,60% para 1.258,5 dólares por onça. E ouro continuou a cair até que, na passada sexta-feira, Janet Yellen reforçou a perspectiva de subida dos juros. Resultado? Desvalorizou 0,61%, uma tendência que manteve na segunda-feira, 30 de Maio, na qual deslizou 0,38% para 1.207,77 dólares.

 

De facto esta é já a nona sessão consecutiva de quedas para o ouro. Uma série de desempenhos negativos que já roubou 7,57% ao metal, ou seja, 71,18 dólares. "Uma Fed mais optimista representa riscos de curto prazo para o ouro, através do impacto nas taxas de juro reais", explica Joni Teves. Para o estratego do UBS, "a extensão e a sustentabilidade da subida das taxas de juro reais será um factor-chave". Isto porque, aponta o especialista, "uma subida significativa e sustentada é uma ameaça significativa ao ouro". Ainda assim, aponta que "o ouro é um activo atractivo para diversificação e cobertura contra riscos macroeconómicos".

 

Mais pessimistas estão os especialistas do Commerzbank. "O ouro pode ainda cair mais 50 dólares", acredita a equipa liderada por Eugen Weinberg, justificando que "os investidores especulativos, em particular, estão a recuar nas suas posições em ouro". É que as posições longas líquidas no metal precioso recuaram em 56 mil contractos para apenas 156.500. "Esta foi a queda semanal mais acentuada desde o início da série de dados, que remonta há dez anos", acrescentam. Ainda assim, acreditam que o ouro deverá fechar o ano nos 1.250 dólares.

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