É preciso passar Florianópolis a limpo

Chegam mais denúncias sobre construções irregulares em bairros tradicionais da cidade, como Carianos. Morador qualifica ação dos construtores como "aborto urbanístico"

Surgem mais relatos sobre graves questões envolvendo urbanismo em Florianópolis. Um morador de Carianos enviou e-mail para a coluna narrando uma situação muito semelhante – ou pior – do que a registrada pelo ND no Córrego Grande. “Em meu bairro o que está acontecendo é um verdadeiro aborto urbanístico. Vários, mas vários lotes – aparentemente unifamiliares – estão se tornando residências multifamiliares”, informa o morador. “Ao lado de nossa casa, um terreno de 11 metros de largura por 300 metros de fundos, cuja servidão (clandestina) tem 4 metros de largura, foi picado e estão construindo verdadeiros pombais. São edificações de dois pavimentos e em cada pavimento uma quitinete de no máximo 30 metros quadrados. E o terreno original é de posse, ou seja, não poderia ser desmembrado”, acrescenta. “As construções não têm qualquer tipo de segurança, pois não têm engenheiro responsável. Usam toda a área do lote, construindo nas extremas dos lotes vizinhos, inclusive com aberturas (janelas) junto à divisa. Já cansamos de enviar mensagens para a ouvidoria da prefeitura, mas não obtivemos sequer uma resposta. Possivelmente no próximo ano teremos novo IPTU, vamos pagar mais caro, e essas construções ilegais entrarão como ‘IPTU Social'”, conclui. Está aí, um relato sincero, um desabafo de um cidadão que, com sua família, fez tudo direitinho, sujeitou-se às normas ambientais e urbanísticas e se sente, obviamente, um otário. Além dos rigores do Plano Diretor, a prefeitura tem que passar Florianópolis a limpo, sob o ponto de vista urbanístico.

Carlos Damião/ND

Trapiche

O trapiche da Praia da Saudade, em Coqueiros, cujas ruínas oferecem evidentes riscos aos frequentadores, vai ser interditado e demolido, de acordo com solicitação do Ministério Público do Estado. De fato, aquilo que um dia foi símbolo de glamour – onde ficava o célebre restaurante Arrastão – não tem a mínima condição de continuar onde (e como) está. Uma tristeza para a memória da cidade que tenha chegado ao estado que chegou.

Quem é quem

Chega a ser absurda a invasão de candidatos de todas as partes em Florianópolis e São José. Vêm em busca de votos para vagas na Câmara e na Assembleia. Na Câmara, vá lá, porque o representante é do Estado. Mas na Assembleia é inconcebível, por causa das demandas regionais. Que causas da Grande Florianópolis um deputado cuja base é Balneário Camboriú, Lages, Blumenau ou Chapecó vai defender no legislativo?

Identificados

Bem fez Itajaí, onde estive recentemente: lá a propaganda dos candidatos locais é sempre respaldada pela expressão “este é daqui”, como forma de se contrapor à ação dos paraquedistas. E mais: a associação comercial e a CDL local espalharam outdoors pela cidade, estimulando a população a votar nos candidatos da região.

Diferenciais

O debate com os candidatos a presidente da República, promovido pela CNBB e transmitido por uma rede de TVs e rádios católicas, revelou que Eduardo Jorge (PV) e Luciana Genro (PSOL) são diferenciais importantes e destemidos na campanha deste ano. Os outros pequenos, Levi Fidelix, Pastor Everaldo e Eymael são coadjuvantes que pouco acrescentam às discussões sobre o país.

Paz

“Sonhei: todas as fábricas de armas de fogo foram desativadas e transformadas em escolas, universidades e laboratórios de utilidade científica”. Do museólogo e artista Gelci Peninha Coelho, nas redes sociais.

Oratória

Escritor e acadêmico João Alfredo Medeiros Vieira encontra-se nesta quinta, 18, pela manhã, com alunos do Senai São José, onde fará palestra e debaterá sobre oratória. Ele vai abordar a temática de um de seus livros, “Oradores Barrigas-verdes”. Medeiros Vieira, que foi juiz de direito, está preparando sua 39ª obra literária.

Arbitragem

Florianópolis sedia nesta quinta, 18, e sexta, 19, o 4º Seminário de Conciliação, Mediação e Arbitragem de Santa Catarina. O primeiro painel será sobre a Convenção de Viena – Contratos de Compra e Venda de Mercadorias – e Arbitragem Internacional e Marítima. O evento acontece no auditório do CRC (Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina).

Serraria

Existe alguma justificativa técnica ou científica para o corte de belas árvores da Praça 15 de Novembro, em Florianópolis. A Floram diz que sim. Mas os frequentadores da praça não gostaram nem um pouco de ver um pinheiro com 30 metros de altura ser reduzido a um toco. Qual a ameaça real que o pinheiro e uma castanheira representavam para saúde da figueira? Não havia outro jeito de preservar a figueira, sem sacrificar outras árvores?

Caras de pau

O que mais impressiona nesses episódios como a operação Trato Feito e a apreensão de R$ 105 mil com um cabo eleitoral é a “relativização” dos fatos. Em Balneário Camboriú, onde três altos funcionários da prefeitura foram presos, as autoridades locais apontam exageros por parte dos investigadores. No caso da mala com o dinheiro vivo, a desculpa foi semelhante àquela da esposa flagrada com o amante: “Não é o que você está pensando, querido”.

Forquilhinha

Atendimento jurídico, entrega de currículos, teste de visão, e cadastro para doação de medula, corte de cabelo, designer de sobrancelha, unha artística e penteados. Tudo isso e mais muita informação ao vivo, direto de Forquilhinha, São José, neste sábado, a partir das 9h. É o Jornal do Meio-dia nos Bairros, com Karen Fabiani e Hélio Costa.

Divulgação/ND

Pureza

Um nome, uma lenda. A Pureza, fundada em 1905 no município de Rancho Queimado, está merecendo uma exposição especial na Casa de Campo do Governador Hercílio Luz, espaço administrado pela Fundação Catarinense de Cultura no município serrano. A mostra “Fábrica de Bebidas Pureza” resgata a história da indústria familiar, reunindo fotos da empresa e da família; todas as garrafas de bebidas produzidas, desde a primeira até as atuais; maquinários antigos, como uma injetora de gás de 1910 e a primeira máquina de calcular da empresa.

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