11/06/2015 19h58 - Atualizado em 11/06/2015 20h26

Justiça ordena que 21 ex-vereadores de Maringá devolvam dinheiro público

Parlamentares aumentavam salários com verba para gabinete, diz Justiça.
Devolução depende de informações da Câmara, que não foram passadas.

Do G1 PR, com informações da RPC Maringá

Vinte e um ex-vereadores de Maringá, da legislatura de 2001 a 2004, foram condenados a devolver dinheiro público, declarado à época como gasto com assessores e verbas de gabinete. A decisão foi transitada em julgado e, portanto, não é mais passível de recurso.

Na época, a Casa aprovou duas resoluções relacionadas aos gastos extras. Com uma delas, cada parlamentar podia nomear quantos assessores quisesse, desde que gastasse no máximo R$ 3,2 mil por mês com eles. Existia, inclusive, uma tabela indicando 11 cargos com diferentes salários.

Os vereadores também tinham direito de gastar R$ 3,5 mil com gastos de de gabinete, como combustíveis, alimentação e passagens.

O dinheiro, no entanto, servia também para aumentar, disfarçadamente, os próprios salários dos parlamentares, de acordo com o Ministério Público. O esquema durou seis meses, até a resolução ser revogada, em setembro  de 2001.

"Os vereadores tiveram uma redução nos seus subsídios e, como burla a isso, criaram verbas de gabinete e aumentaram o número de assessores. Foi comprovado que isso foi usado para aumentar os próprios salários", explica o promotor Pedro Ivo.

Segundo ele, a ação começou a correr em 2001 e já está na fase de execução - ou seja, a Justiça aguarda a devolução da verba irregular. Para isso, porém, depende de informações e documentos que a Câmara deveria enviar ao Judiciário, mas ainda não o fez.

Os gastos "exagerados", como classifica o promotor, também eram feitos com combustíveis e alimentação. "Eram gastos exagerados. Despesas de combustíveis, por exemplo, eram exageradas. Com alimentação, também. Todos ficavam para o vereador", diz.