Os moradores de Itu, no interior de São Paulo, vêm enfrentando um grande racionamento porque o principal reservatório da cidade está quase seco.
Torneira seca em Itu é mais comum que copo com água. A cidade de 150 mil moradores enfrenta a pior seca da história.
Sônia Oliveira Angelo mora em um bairro que fica no alto. Nele, a água não chega há duas semanas, e não há previsão para o abastecimento voltar ao normal. "Se viesse duas vezes por semana e enchesse as caixas, nós estávamos muito felizes”, diz a dona de casa.
Daniela Aparecida de Assis e o marido não sabem mais o que fazer. Há semanas, o banho é na casa de parentes. “São 16 dias sem água já. Se piorar a gente vai ter que sair da cidade”, afirma a cabeleireira.
Na maior parte dos bairros, o abastecimento é por poucas horas e em dias alternados. Caminhões-pipa atendem os moradores somente se a água faltar totalmente e por vários dias. A prioridade são hospitais e escolas, já que o racionamento é feito em todo o município.
A explicação para essa medida está em um dos principais manancial da cidade, que abastece mais de 40 bairros. Sem chuva já há muito tempo, o nível da represa só vem diminuindo e opera apenas com apenas 4% da capacidade.
A concessionária que abastece Itu já está retirando água de represas particulares e diz que é fundamental os moradores controlarem o consumo.
Com a chegada do inverno, período em que chove menos, a situação dos reservatórios do estado fica ainda mais crítica. O sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, opera com menos da metade da capacidade registrada em junho do ano passado.
O volume vem diminuindo mês a mês. Em maio, o reservatório tinha quase 26% da capacidade. Agora, opera com quase 22%, contando o volume útil e a reserva estratégica, que também está sendo utilizada.