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Como Felipão virou o jogo

Como Felipão virou o jogo

A torcida abraça a seleção, e o brasil elimina a colômbia num jogo dramático. que venha a alemanha – e, se possível, um bom cardiologista

LEOPOLDO MATHEUS, RAPHAEL GOMIDE E ALBERTO BOMBIG (TEXTO) E RICARDO NOGUEIRA (FOTOS)
04/07/2014 - 22h15 - Atualizado 07/07/2014 11h03
Capa home - edição 840 (Foto: reprodução)

>>Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:

Passei muitas noites sentindo pena de mim mesmo/Costumava chorar, mas agora levantei a cabeça/E me tornei outra pessoa. A letra de “I will survive” (“Eu sobreviverei”), da cantora Gloria Gaynor, embalou a torcida da França nos mata-matas da Copa de 1998 – e bem poderia ser a trilha sonora deste time do Brasil. Numa jornada épica e sofrida, ele eliminou o time da Colômbia na sexta-feira. São situações semelhantes. A França era o time da casa em 1998, como o Brasil em 2014. Apesar da vantagem, a dificuldade para superar os adversários no mata-mata é imensa – e isso dá à torcida a sensação de que ela é especialmente importante. Em Fortaleza, 60 mil pessoas abraçaram a Seleção, numa catarse que coroou uma semana em que ela esteve à beira de um ataque de nervos.

Depois do descontrole demonstrado no jogo das oitavas de final contra o Chile, os jogadores do Brasil – com exceção de Neymar, cobrados por desempenhos insatisfatórios na primeira fase – passaram a ser questionados também pela falta de equilíbrio emocional. O choro convulsivo de Willian depois de perder um pênalti – e posteriormente de Júlio César, Thiago Silva, David Luiz e do próprio Neymar, após o alívio da vitória – foi interpretado como sinal de fraqueza do time. Felizmente, o técnico Luiz Felipe Scolari entrou em ação. Há treinadores que ficam conhecidos por ser exigentes e elevar o padrão técnico dos jogadores – casos do espanhol Pep Guardiola ou do brasileiro Telê Santana. Outros são famosos como estrategistas do gramado, como o italiano Arrigo Sacchi ou o holandês Rinus Michels. Felipão é, acima de tudo, um motivador. Sua especialidade é lidar com a emoção dos jogadores. Num momento de crise, ele demonstrou ter nervos de aço.
 

DRAMA DA VITÓRIA 1. Neymar sai de campo de maca. Ele fraturou uma vértebra depois de uma pancada desleal do zagueiro Zúñiga 2. O capitão Thiago Silva bate no peito, após fazer o primeiro gol, e grita:  “Aqui é Brasil!” 3. O goleiro colombiano Ospina tenta (Foto: Marius Becker/Ap e Vanderlei Almeida/AFP)

Se o jogo teve um herói, ele se chama Thiago Silva. Fez o primeiro gol e teve atuação impecável. Ao longo da semana passada, sua condição de capitão foi contestada, por causa da crise de choro antes dos pênaltis contra o Chile. Para muitos, ele transmitia insegurança. Na véspera do jogo contra a Colômbia, disse: “É uma coisa natural essa pressão. Quando a gente se entrega àquilo que ama fazer, é assim”. Thiago também lembrou um dos momentos mais difíceis de sua vida. “Superei a tuberculose, corri risco de morrer, e hoje sou um campeão.” Após fazer o primeiro gol, ele correu rumo à bandeirinha de escanteio, gritou “Aqui é Brasil!” e soltou um palavrão. Os demais jogadores correram para abraçá-lo.

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Pela primeira vez nesta Copa, a Seleção entrou em campo fazendo lembrar as atuações da Copa das Confederações do ano passado. Felipão mexeu na equipe e trocou Daniel Alves por Maicon na ala direita. A intensidade e o desespero para abrir logo o placar dentro de campo levaram alegria e raça para as arquibancadas. A torcida empurrou o Brasil durante todo o jogo. O time ganhou mobilidade e força defensiva, capaz de segurar a Colômbia no primeiro tempo. No início da segunda etapa, numa falta cometida pelo craque James Rodríguez, o zagueiro David Luiz, símbolo da raça da Seleção, fez o segundo gol numa cobrança perfeita. A Colômbia ainda diminuiu num pênalti cobrado por James. O jogo se tornou dramático – mas drama é a marca dos jogos do Brasil na Copa. A garra brasileira prevaleceu no final.

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05/07/2014 - Edição 840

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