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Eleições 2014

PF faz buscas para apurar fraude na Saúde

Empresas que entraram em licitação na gestão do petista Alexandre Padilha como ministro da pasta são alvo de operação

Justiça viu indícios de irregularidade em aluguel de carros no DF e na BA para atendimento de índios

AGUIRRE TALENTO FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA

A Polícia Federal realizou nesta quinta (25) operação para busca e apreensão de documentos na sede de empresas suspeitas de participar de fraude milionária de licitação no Ministério da Saúde durante a gestão de Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo.

Batizada de Operação Frota, a ação foi feita a pedido do Ministério Público Federal, que apontou 14 alvos, entre eles empresas, empresários, um contador e uma ex-funcionária do ministério. Padilha não foi alvo da operação.

A decisão da Justiça Federal que autorizou a busca em 16 endereços de Brasília e quatro de Salvador diz que "há indícios da existência de fraude" na licitação para locação de veículos para a saúde indígena, que teve valor de R$ 34 milhões, porque a modalidade escolhida reduziu "deliberadamente" o número de concorrentes.

Em abril, a Folha revelou que esse contrato era alvo da CGU (Controladoria-Geral da União). Por ter um valor superior a R$ 10 milhões, a licitação precisou de autorização do então ministro.

A disputa foi realizada no Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia, mas só empresas de Brasília participaram do pregão que previa o fornecimento de até 988 veículos em 16 Estados.

Das empresas convidadas, quatro apresentaram propostas prévias de preços. Todas elas têm sede no mesmo prédio e contavam com os serviços do mesmo contador.

As investigações apontam ainda que três das empresas suspeitas pertenciam "a membros do mesmo núcleo familiar": pai, mãe e dois filhos. Além disso, foi identificado que o representante de uma das empresas era empregado de outra e ex-funcionário de uma terceira.

Uma dessas empresas é a San Marino Locação de Veículos, vencedora da licitação suspeita. De acordo com a PF, foram pagos à firma R$ 13 milhões nos primeiros nove meses de contrato, com sobrepreço de R$ 6,5 milhões.

A licitação suspeita aconteceu em março de 2013 e foi acompanhada por Beatris Gautério de Lima, que na época era consultora do Ministério da Saúde. Seis meses depois da licitação, Beatris deixou o ministério, onde ganhava R$ 5.250 mensais, e fechou um contrato com o escritório que atendia a San Marino.

OUTRO LADO

Padilha disse nesta quinta que não teve responsabilidade sobre os contratos e que foi sua gestão que "desmontou a quadrilha". "É um absurdo a uma semana da eleição querer envolver qualquer responsabilidade com meu nome", afirmou.

O ministério disse que a operação da PF resultou de uma solicitação da própria pasta, após constatar indícios de irregularidades. Oito servidores foram afastados.

A San Marino, que anteriormente negou participação em "atos ilícitos ou conluios orquestrados", não respondeu à reportagem.

O contador Carlos Higino Maciel Ribeiro disse que não trabalha mais para as empresas citadas. Desde abril deste ano, a Folha tenta contato com Beatris Gautério, mas não consegue localizá-la.


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