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Em setembro de 2015 a aprovação do novo código de ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) trouxe novamente à tona o assunto: Marketing Jurídico. Com a regulamentação da publicidade na internet que ainda está por vir, muitos se perguntam ainda como é possível fazer comunicação com tantas restrições.

As dificuldades surgem então principalmente para as novas bancas que precisam se posicionar no mercado, mas não podem desenvolver uma comunicação publicitária agressiva, devido a tais restrições, que proíbem a vinculação de anúncios fora de publicações da área, distribuição de materiais institucionais, entre outros. De acordo com a norma 02/2015 “a publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativa e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão”.

Ainda, mais um agravante, segundo pesquisas recentes o Brasil possui hoje aproximadamente 1300 faculdades de direito e cerca de 900 mil profissionais inscritos na OAB, ou seja, a concorrência também é acirrada.

Vivendo este cenário, os escritórios necessitam buscar novas formas de manter contato com seu público alvo para assim realizarem a prospecção de clientes de forma assertiva e acima de tudo, de forma ética.

Com estas implicações o direito passa a ser uma forma bastante ampla de mercado para o profissional de Relações Públicas, que podem se fazer valer das restrições aplicadas pela OAB para adequar as ferramentas de comunicação organizacional como forma de desenvolver o marketing jurídico.

Antes de mais nada é preciso ter em mente que a principal forma de captação de clientes na advocacia é pela indicação. Os clientes precisam colocar seus processos nas mãos de pessoas bem recomendadas, afinal, muitos deles são onerosos e decorrem por anos, precisando estar aos cuidados de pessoas de confiança. Sendo assim, o caminho mais assertivo de se conquistar novas contas é estabelecendo relacionamentos duradouros com seus atuais clientes. Ações desempenhadas aqui, pelos profissionais de Relações Públicas, vão depender muito da estrutura do escritório, tipos de clientes, personalidade da banca, etc.

Neste trajeto, é imprescindível que o escritório construa uma boa reputação, mantenha uma identidade visual sólida e coerente com a advocacia e tenha – e mantenha – bons profissionais. A partir disso, outras ferramentas podem ser exploradas sem entrarem em conflito com as diretrizes do código de ética. Uma delas é a assessoria de imprensa, outra é a realização e patrocínio de eventos.

A comunicação interna, assim como em todas as empresas, também é muito importante dentro de escritórios de advocacia. É a partir dela que os funcionários – advogados e demais – terão acesso às políticas da organização, entenderão a cultura e o principal, conheceram sua história e seus ‘produtos’, uma vez que os serviços oferecidos pelo escritório, nada mais são que produtos a serem vendidos. É a qualidade do atendimento e do serviço prestado que farão a banca ganhar ou perder oportunidades de negócios.

Com um bom planejamento e com a constante evolução dos serviços é possível sim conquistar novos clientes sem infringir as diretrizes impostas pelo código de ética da profissão. O único obstáculo às bancas é o de administrar este processo de forma comprometida, usando a comunicação a seu favor de forma responsável e ética.

Hellen Camilly de Oliveira Pacheco, pós graduada em Gestão da Comunicação organizacional, bacharel em Relações Públicas. hellen.pacheco@hotmail.com

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