(Atualizada às 14h07) O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, em Fortaleza, que, “se tudo der certo e a Suprema Corte aprovar, quinta-feira eu assumo a Casa Civil”. A posse do petista como ministro chefe da Casa Civil está suspensa por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Nesta semana, os ministros do STF julgam o mérito das ações que contestam a posse de Lula.
O petista participou hoje de ato na capital cearense contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a favor da democracia.
Em recado ao vice-presidente da República, Michel Temer, Lula disse que ele é um "constitucionalista" e sabe que o que acontece no Brasil no momento é "uma tentativa de golpe". Presidente nacional do PMDB, Temer optou por não acompanhar o ato do partido na terça-feira, dia 29, que marcou a saída da sigla do governo Dilma.
Lula disse estar convencido de que o país precisa mudar e gerar empregos. “Estamos como uma roda gigante parada, só se fala em corte, temos que falar em crescimento”, afirmou durante o evento, realizado na Praça do Ferreira, centro de Fortaleza.
Dirigindo-se aos manifestantes, Lula disse que “o povo que está aqui hoje na rua trabalha e luta” pelo direito ao voto e à democracia, que elegeram Dilma.
“Esse povo que está na rua de verde e amarelo pedindo o impeachment precisava ter trabalhado [pelo voto e a democracia]”, afirmou.
O evento contou com a presença dos governadores do Ceará, Camilo Santana, e do Piauí, Wellington Dias, ambos do PT.
Segundo os organizadores, o ato em Fortaleza, que enfrenta mais de 24 horas de chuva, reuniu hoje 57 mil pessoas. Já a Polícia Militar estimou 12 mil manifestantes.