Agencia EFE

04/09/2015 14h38 - Atualizado em 04/09/2015 14h50

Após prisão de tabeliã, casal gay se casa em cartório nos EUA

Tabeliã que negou licença de casamento a gays foi presa.
James e William estão juntos há 10 anos; tabeliã havia negado tramitar pedido.

Da EFE

James Yates e William Smith Jr. se abraçam após receber licença de casamento em cartório em que tabeliã negava tramitar pedido, no condado de Rowan, nesta sexta-feira (4) (Foto: AP Photo/Timothy D. Easley)James Yates e William Smith Jr. se abraçam após receber licença de casamento em cartório em que tabeliã negava tramitar pedido, no condado de Rowan, nesta sexta-feira (4) (Foto: AP Photo/Timothy D. Easley)

Os casais gays do condado de Rowan, no estado americano do Kentucky, começaram nesta sexta-feira (4) a obter as licenças de casamento que haviam sido negadas por motivos religiosos por uma funcionária, que foi presa por violar a decisão da Suprema Corte de legalizar as uniões de pessoas do mesmo sexo em todo o país.

Os primeiros a receber o documento foram James Yates, de 41 anos, e William Smith, Jr., de 33 anos, juntos há quase uma década e a quem a funcionária Kim Davis, se negou a tramitar o pedido de casamento.

A tabeliã Kim Davis citou crenças religiosas para justificar sua recusa em realizar cerimônias homossexuais nos Estados Unidos (Foto: REUTERS/WLEX/LEX18.com)A tabeliã Kim Davis citou crenças religiosas para
justificar sua recusa em realizar cerimônias
homossexuais nos Estados Unidos
(Foto: REUTERS/WLEX/LEX18.com)

Os namorados foram casados por um alto funcionário do tribunal, que felicitou o casal antes de eles irem para as escadas na entrada do escritório do condado para mostrar à imprensa o documento enquanto se abraçavam e choravam de alegria.

Em frente a corte federal do Kentucky, se reuniram dois grandes grupos de manifestantes que felicitaram o casal com cartazes com mensagens como "O amor ganhou ", ou que os criticavam com frases como "Bem-vindos a Sodoma e Gomorra".

A funcionária, transformada em um símbolo de oposição ao casamento gay por motivos religiosos, permanecerá presa até decidir obedecer à Suprema Corte.

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Tabelião Brian Mason pede informações a casal gay para tramitar pedido de licença de casamento em cartório no qual trabalhava tabeliã que se recusou a dar licença por crenças religiosas e que foi presa (Foto: AP Photo/Timothy D. Easley)Tabelião Brian Mason pede informações a casal gay para tramitar pedido de licença de casamento em cartório no qual trabalhava tabeliã que se recusou a dar licença por crenças religiosas e que foi presa (Foto: AP Photo/Timothy D. Easley)

A funcionária decidiu deixar de emitir qualquer licença de casamento em junho, quando o Supremo decidiu a favor da legalização das uniões entre pessoas do mesmo sexo em todo o país, o que anulou o poder dos estados de proibir o casamento gay.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo se tornou um direito constitucional nos Estados Unidos, o que obriga aos 13 estados que ainda proibiam as uniões, entre eles o Kentucky, a permitirem que homossexuais se casem.

Crenças religiosas
Quando o governador do Kentucky, o democrata Steve Beshear, ordenou que os cartórios passassem a conceder licenças de casamento aos homossexuais, Davis decidiu interpor uma ação em uma corte federal, com o argumento de que suas crenças religiosas a eximiam de ter de cumprir essa obrigação.

Davis chegou até o Supremo, que na segunda-feira passada ordenou que, imediatamente, começasse a emitir licenças matrimoniais para qualquer casal, homossexual ou heterossexual.

O juiz federal David Bunning afirmou que Davis será posta em liberdade assim que aceitar cumprir a ordem e tramitar as licenças. "Eu também tenho crenças religiosas, mas fiz um juramento. Davis fez um juramento. E um juramento significa coisas", disse Bunning.

Desde que o casamento gay foi legalizado, esta é a primeira vez que um caso deste tipo chega ao Supremo.

A recusa da funcionária colocou no centro do debate as premissas que amparam as leis de "liberdade religiosa", aprovadas por estados conservadores no último ano e pelas quais trabalhadores podem usar sua fé como argumento para negar um serviço a uma pessoa pelo mero fato de ela ser gay.

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