O procurador-geral da República confirmou para o Congresso as contas secretas na Suíça do deputado Eduardo Cunha.
E já teve reação. O PSOL disse que vai entrar com representação no conselho de ética contra Eduardo Cunha. A situação dele ficou mais complicada depois que o Ministério Público da Suíça informou que o deputado fechou duas contas no país um mês depois do início da Operação Lava Jato. O total bloqueado seria o equivalente a R$ 9 milhões.
Na Câmara, o PSOL recebeu um documento da Procuradoria Geral da República que confirma a existência de contas em nome de Cunha e de parentes dele na Suíça e que elas foram bloqueadas. O partido decidiu entrar com uma representação no conselho de ética contra Eduardo Cunha.
“Eu acho que com a confirmação das contas, e da mentira na CPI da Petrobras confirmada, não há como, seria escandaloso, o deputado que for nomeado para o parecer prévio falar que não há nada a investigar”, afirma deputado Ivan Valente, do PSOL/SP.
A Procuradoria Geral da República já recebeu do banco suíço Julius Baer a informação de que existem pelo menos quatro contas ligadas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Nessas contas estão US$ 2,4 milhões, o equivalente hoje a mais de R$ 9 milhões, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, e confirmadas pela TV Globo. O dinheiro foi bloqueado em abril e na mesma época Eduardo Cunha foi comunicado.
As autoridades brasileiras já anteciparam que um cruzamento de dados indicou que as quatro contas, que estão em nomes de empresas offshore que ficam em paraísos fiscais, tem como beneficiários finais o próprio Eduardo Cunha, a mulher dele e uma filha. Esse material foi enviado por procuradores suíços já está com o Ministério Público Federal no Brasil.
Segundo site do jornal O Globo, relatório das autoridades suíças afirma que duas das quatro contas de Cunha no país foram fechadas em abril do ano passado, um mês depois do começo da Operação Lava Jato. A TV Globo também conformou essas informações.
Como vem fazendo nos últimos dias, Cunha se recusou a falar. “Eu não vou falar sobre esse assunto. O que entrou no conselho de ética, eu responderei o que tiver que entrar. Não estou preocupado com isso”, afirma o presidente da Câmara Eduardo Cunha, do PMDB/RJ.
O PSOL já tinha entrado com pedido de explicações de Cunha na Corregedoria. A diferença é que no conselho de ética, não é só a mesa diretora que se manifesta e sim todos os partidos.