MEC contesta dados da Pnud sobre educação
Segundo governo, números utilizados em cálculo estão desatualizados
Incomodado com a constatação de que o Brasil manteve a 85ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2012, divulgado nesta quinta-feira pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o governo se apressou em dizer que os números relativos a educação utilizados no levantamento estão desatualizados. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que a população brasileira tinha escolaridade média de 7,4 anos em 2011, e não os 7,2 anos considerados para cálculo pelo Pnud, relativos na verdade ao ano de 2005. A taxa é um dos itens avaliados pela pesquisa para composição do IDH dos países.
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O Ministério da Educação (MEC) apontou também distorção na escolaridade esperada para crianças. O relátorio da ONU aponta 14,2 anos, mesmo índice registrado em 2000. No entanto, o último dado disponível indica expectativa de escolaridade de 16,7 anos.
Por meio de nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do MEC, afirma que o erro ocorreu pela utilização de dados defasados. Além disso, teriam sido ignoradas as crianças de 5 anos matriculadas na pré-escola, bem como as matriculadas nas classes de alfabetização. “São ignoradas no cálculo cerca de 4,6 milhões de matrículas de crianças brasileiras”, diz o Inep.
O governo afirma que funcionários da administração federal viajarão a Nova York para discutir com técnicos do Pnud os dados utilizados no levantamento. “Queremos que corrijam aquilo que é de direito do país. Se tivessem considerado os dados mais recentes, o Brasil poderia ter subido 20 posições no ranking”, afirma Mercadante.
(Com informações do Estadão Conteúdo)