segunda-feira, 4 de março de 2013

[Resenha] A Chave para Rondo

A Chave para Rondo
Autor: Emily Rodda
Editora: Fundamento
Páginas: 304

A Chave para Rondo é o primeiro livro da nova série de fantasia da autora Emily Roda, da série Deltora Quest. Embora seja cativante, o livro conta com um enredo central relativamente comum, em se tratando de fantasia. Dois primos (Leo Zifkak e Mimi Langlander) descobrem um mundo mágico, chamado Rondo, preso em uma inocente caixinha de música, herdada por Leo de sua excêntrica tia. Há uma série de regras que o dono dessa caixinha precisa seguir e quando os primos desobedecem uma delas, algo improvável acontece. Uma feiticeira azul e dissimulada salta de dentro da caixinha e rapta o inseparável amigo de Mimi, seu cãozinho Brutus. Decidida a resgatar seu bichinho, Mimi acaba por entrar no mundo da caixinha, levando seu temeroso primo consigo. Lá, envolvem-se em uma série de desventuras e conhecem várias figuras pitorescas que os incluem em uma previsível luta compra o mal que assola aquele lugar.

Apesar de ser um universo fantástico incrível, Rondo acaba perdendo força por constituir-se de um entrelaçamento de elementos de contos de fadas clássicos. Fórmula em alta atualmente que, nesse caso, acaba por diluir o brilho e o gosto especial de Rondo. No início da leitura, me surpreendi com o que havia em Rondo e cheguei a associá-lo ao incrível mundo de Oz. Não há semelhanças sólidas entre eles, mas vejo uma consonância entre alguns elementos bizarros de Rondo e os de Oz. Rondo não precisava de sua ligação com os contos de fadas clássicos para ser mágico. Seus elementos originais são bons o suficiente para se sustentarem sem se apoiar tão diretamente nos clássicos.

Diante dessa reconstrução e mescla dos contos de fadas, vale chamar a atenção para a reformulação de alguns personagens, como é o caso da porca Berta. A porca de guarda é inesquecível, com seu ego gigantesco e certa inocência que derrete qualquer coração. Vale lembrar também de dois tipos de seres que habitam Rondo: os floquinhos e os salpicos. São elementos secundários da história, mas que não deixam de serem divertidos e de atribuírem um brilho especial à trama.

Em relação à escrita, o livro é bastante simples. Os capítulos são curtos e cheios de ação. Há muitos diálogos e os esporádicos trechos descritivos são curtos, mas satisfatórios. O livro é composto por uma narrativa direta que é permeada por alguns pensamentos do protagonista. Talvez, alguns trechos poderiam ter sido melhor trabalhados, com intenção de cativar ou mesmo intrigar o leitor com mais eficiência. O texto não é justo com a mágica de Rondo. Aos olhos do leitor e ao longo do texto, há uma sensação de que Rondo é maior e mais encantador do que as palavras da autora são capazes de nos fazer enxergar. Quando o livro acaba, desejamos conhecer mais da mágica de Rondo e que seja realmente mais mágico.

Por Fillipe Gontijo

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