São Paulo, sábado, 13 de novembro de 2010

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Copa e Olimpíada devem triplicar mercado de segurança no Brasil

Israelenses querem vender equipamentos para eventos no país

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A TEL AVIV

O mercado de segurança no Brasil deve triplicar nos próximos cinco anos, impulsionado pelos grandes eventos esportivos que o país se prepara para sediar.
A estimativa foi apresentada numa conferência internacional sobre segurança pública em Tel Aviv, que contou com uma das maiores delegações brasileiras que já estiveram no país.
Confiando em sua expertise no assunto, Israel não tem poupado esforços para sair na frente nesse mercado bilionário. Patrocinados pelo governo israelense, quase 90 autoridades de segurança e empresários do setor participaram da conferência.
Entre eles o gerente-geral de segurança do comitê organizador da Copa de 2014, Hilário Medeiros.
Ele não quis antecipar os resultados da visita, mas a Folha apurou que houve progresso em pelo menos uma negociação do comitê, com a empresa de telecomunicações israelense Netcom. O negócio, calculado em R$ 85 milhões, seria para fornecimento de equipamentos de monitoramento telefônico.
Segundo estudo da consultoria Frost & Sullivan, até 2016, ano dos Jogos Olímpicos no Rio, o mercado de segurança brasileiro passará a movimentar R$ 2,8 bilhões, quase o triplo dos R$ 850 milhões atuais.
"Com os preparativos para Copa e Olimpíada, uma grande janela de oportunidade se abrirá", disse Eran Flumin, de uma consultoria em Israel que levou representantes de 15 das maiores empresas do país ao Brasil.
Para Léo Gleser, presidente da firma de segurança israelense ISDS, os Jogos Pan-Americanos, em 2007, colocaram o Brasil "no mapa da segurança global".
Depois de participar do consórcio que cuidou da segurança do Pan, Gleser espera repetir na Copa o mesmo serviço de coleta e análise de dados que sua empresa prestou no Rio, em parceria com a brasileira Digitro.
Há duas décadas no mercado brasileiro, o último negócio articulado por sua empresa foi a venda de 14 aviões não tripulados para a PF no ano passado, ao custo de R$ 8 milhões cada.

ASSÉDIO
Nos corredores da conferência, empresas israelenses tentavam atrair a atenção da delegação brasileira para tecnologias de ponta em monitoramento, inteligência e contraterrorismo.
Entre as novidades, algumas que pareciam saídas de filmes de espionagem, como o sistema que promete captar a intenção dos suspeitos ouvidos por autoridades.
"Enquanto é interrogada, a pessoa passa por uma análise psicofisiológica. Após alguns minutos o sistema diz precisamente do que ela é suspeita", diz Eran Drukman, da SDS, empresa que criou o método.
Habituados com o combate ao terrorismo, os israelenses defendem que o Brasil precisa se preparar para virar um alvo potencial ao sediar a Copa e a Olimpíada.
"Sugiro que o Brasil não espere por um grande atentado para acordar", disse o ex-premiê de Israel Ehud Olmert. "Nós podemos ajudar. Empresas israelenses atuaram com sucesso em todas as últimas Olimpíadas."


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