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Copa e Olimpíada devem triplicar mercado de segurança no Brasil
Israelenses querem vender equipamentos para eventos no país
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A TEL AVIV
O mercado de segurança
no Brasil deve triplicar nos
próximos cinco anos, impulsionado pelos grandes eventos esportivos que o país se
prepara para sediar.
A estimativa foi apresentada numa conferência internacional sobre segurança
pública em Tel Aviv, que contou com uma das maiores delegações brasileiras que já estiveram no país.
Confiando em sua expertise no assunto, Israel não tem
poupado esforços para sair
na frente nesse mercado bilionário. Patrocinados pelo
governo israelense, quase 90
autoridades de segurança e
empresários do setor participaram da conferência.
Entre eles o gerente-geral
de segurança do comitê organizador da Copa de 2014, Hilário Medeiros.
Ele não quis antecipar os
resultados da visita, mas a
Folha apurou que houve
progresso em pelo menos
uma negociação do comitê,
com a empresa de telecomunicações israelense Netcom.
O negócio, calculado em R$
85 milhões, seria para fornecimento de equipamentos de
monitoramento telefônico.
Segundo estudo da consultoria Frost & Sullivan, até
2016, ano dos Jogos Olímpicos no Rio, o mercado de segurança brasileiro passará a
movimentar R$ 2,8 bilhões,
quase o triplo dos R$ 850 milhões atuais.
"Com os preparativos para
Copa e Olimpíada, uma
grande janela de oportunidade se abrirá", disse Eran
Flumin, de uma consultoria
em Israel que levou representantes de 15 das maiores
empresas do país ao Brasil.
Para Léo Gleser, presidente da firma de segurança israelense ISDS, os Jogos Pan-Americanos, em 2007, colocaram o Brasil "no mapa da
segurança global".
Depois de participar do
consórcio que cuidou da segurança do Pan, Gleser espera repetir na Copa o mesmo
serviço de coleta e análise de
dados que sua empresa prestou no Rio, em parceria com
a brasileira Digitro.
Há duas décadas no mercado brasileiro, o último negócio articulado por sua empresa foi a venda de 14
aviões não tripulados para a
PF no ano passado, ao custo
de R$ 8 milhões cada.
ASSÉDIO
Nos corredores da conferência, empresas israelenses
tentavam atrair a atenção da
delegação brasileira para tecnologias de ponta em monitoramento, inteligência e
contraterrorismo.
Entre as novidades, algumas que pareciam saídas de
filmes de espionagem, como
o sistema que promete captar
a intenção dos suspeitos ouvidos por autoridades.
"Enquanto é interrogada,
a pessoa passa por uma análise psicofisiológica. Após alguns minutos o sistema diz
precisamente do que ela é
suspeita", diz Eran Drukman, da SDS, empresa que
criou o método.
Habituados com o combate ao terrorismo, os israelenses defendem que o Brasil
precisa se preparar para virar
um alvo potencial ao sediar a
Copa e a Olimpíada.
"Sugiro que o Brasil não
espere por um grande atentado para acordar", disse o ex-premiê de Israel Ehud Olmert. "Nós podemos ajudar.
Empresas israelenses atuaram com sucesso em todas as
últimas Olimpíadas."
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