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Morre o diretor de fotografia Ricardo Della Rosa, aos 41 anos

Ele trabalhou em filmes como 'O Homem do Futuro', 'Lope', 'À deriva' e 'Casa de Areia'
O diretor de fotografia Ricardo Della Rosa em foto de 2011 Foto: Gustavo Pellizzon / Agência O Globo
O diretor de fotografia Ricardo Della Rosa em foto de 2011 Foto: Gustavo Pellizzon / Agência O Globo

RIO — Morreu nesta quinta-feira o diretor de fotografia Ricardo Della Rosa, aos 41 anos, após enfrentar um câncer por dois anos. Ex-surfista, desenhista de pranchas e fotógrafo do esporte, Della Rosa transformou-se quando foi conhecer o trabalho de um tio, diretor de uma produtora de filmes publicitários. Ao chegar à locação e se ver iluminado pelo set do diretor de fotografia, decidiu seguir aquele caminho como profissão. Vendeu o carro, juntou economias e foi estudar na UCLA (Universidade da Califórnia), em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Foi assistente de László Kovács, diretor de fotografia do clássico “Sem destino” (“Easy rider”, 1969). De volta ao Brasil, começou a trabalhar com publicidade. Fez sua estreia no cinema com “Olga” (2004), de Jayme Monjardim.

Por “Casa de Areia” (2005), de Andrucha Waddington, filmado nos lençóis maranhenses, recebeu o Sapo de Bronze no ano seguinte, no festival Cameraimage, na Polônia, um dos mais importantes do mundo. Trabalhou com Hector Babenco em “O passado” (2007), que afirmou, em entrevista ao GLOBO: “Entre ele e a máquina não há distância. São um bicho só”.

Fez também “À deriva”, (2009), de Heitor Dhalia, voltando a trabalhar com Waddington em “Lope” (2010). Seu currículo inclui outras produções como “O homem do futuro” (2011) e “Os penetras” (2012). Seu derradeiro trabalho no cinema foi em “Rio, eu te amo" (2014).

A informação sobre a morte  de Della Rosa, considerado um dos maiores diretores de fotografia do cinema brasileiro e mundial, foi divulgada pela produtora O2, do cineasta Fernando Meirelles, que comentou pelo twitter: “Perdemos o Ricardo e hoje o cinema brasileiro perdeu sua luz”.