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'Gosto de investigar matizes de tragédia', diz escritor

DA COLUNISTA DA FOLHA

Para o escritor e colunista da Folha Michel Laub, interessante é tentar decifrar catástrofes pelo olhar de quem não foi afetado diretamente por elas. Veja, a seguir, trechos da entrevista do autor.

(RC)

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Folha - Quando escreveu "Diário da Queda", já sabia que seria o primeiro de uma trilogia?
Michel Laub - Comecei o "A Maçã Envenenada" antes do "Diário da Queda", mas não achava o ponto. Encontrei ao me dar conta de que o genocídio de 1994 em Ruanda começou quase no mesmo dia da morte do Kurt Cobain, que era o meu mote. Não sabia se voltava à relação entre dramas pessoais e catástrofes históricas, mas fui em frente.
O terceiro livro se passará nos anos 2000, e é uma outra ideia que tenho há tempos.

Quando o genocídio de Ruanda é detalhado, o drama do narrador parece menor. Mas o clímax está na história dele. Como equilibra esses extremos?
Gosto de investigar matizes de tragédia. São coisas que afetam uma pessoa indiretamente. Eu não escreveria sobre um sobrevivente do Holocausto ou de Ruanda, mas gosto de vê-los sob o ponto de vista de alguém que olha com distanciamento, não comprando a história totalmente.

De que modo a música do Nirvana interferiu no livro?
Na escrita do texto, muito pouco. Não tentei fazer metáforas. Até daria para dizer que as variações de leveza e peso da música do Nirvana existem no texto, que tem ondas de intensidade, mas isso é mais um estilo meu.

Como no "Diário", você usa elementos pessoais na ficção. Como estabelece os limites?
Meus livros sempre têm dados pessoais, mas quem se der ao trabalho de ler todos verá que um contradiz o outro. É como se fossem seis autobiografias. Estudei direito, como o narrador de "A Maçã Envenenada", mas não sou fã do Cobain. Servi o Exército, mas a prisão não aconteceu. Gosto de deixar o leitor pensar que é verdade.


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