Real ditará tendências para commodities agrícolas

Publicado em 13/04/2016 11:22
A moeda brasileira deve seguir como um fator determinante para a trajetória das principais commodities agrícolas produzidas no Brasil no segundo trimestre de 2016

As crises política e econômica no Brasil escalaram a tal nível que o trimestre que se inicia impõe um grande desafio àqueles que necessitam de um pouco de previsibilidade para variáveis-chave da economia. Em relação aos principais produtos agrícolas, esse contexto fez com que as atenções voltadas ao clima cedessem lugar à cotação do real, que se coloca, hoje, no radar das commodities.

Em estudo especial, “Perspectivas para Commodities - 2º trimestre de 2016”, a consultoria INTL FCStone analisou a moeda brasileira e suas implicações na agricultura, considerando dois desfechos possíveis para o processo de impeachment. “Enxergamos dois cenários básicos que implicam em patamares bem diferentes para a cotação do real – ao redor de R$ 3,10 no caso do impeachment e R$ 4,20 caso a presidente Dilma Rousseff se mantenha no cargo”, explica o Diretor de Inteligência de Mercado, Thadeu Silva.

Para o setor sucroalcooleiro, os diferentes cenários terão papel decisivo na determinação do mix de produção. Com uma safra recorde a caminho e um déficit global de açúcar, uma valorização cambial pode reduzir a larga vantagem na rentabilidade que o açúcar apresenta no momento e estimular a produção de etanol.

“Nos próximos meses provavelmente se observarão os menores níveis de preços para o biocombustível em toda a safra, o que deve incentivar um aumento na demanda, enquanto o mercado de açúcar aponta que oferecerá suporte ao álcool combustível”, aposta o Analista de Mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho.

O nível de preços da soja também deve se manter pressionado. Ainda de acordo com relatório, as perspectivas para as exportações brasileiras a partir de abril podem ser revistas para baixo no caso do afastamento da presidente, principalmente se for considerada a grande disponibilidade de produto nos Estados Unidos, que por sua vez pode se beneficiar da perda de competitividade do produto brasileiro.

Já o milho vive um momento bastante particular de escassez do produto no Brasil. Com novas desvalorizações cambiais, o cenário de preços domésticos altos pode ser mantido por mais tempo. Da mesma forma, uma valorização pode levar a importações expressivas do grão no primeiro semestre deste ano, inviabilizando a exportação do produto do Centro-Oeste.

Com relação aos fertilizantes, que vivem um cenário de estoques elevados, podem ver seu contexto mudar, ao passo que paralisações de unidades produtoras e demanda crescente contribuiriam para uma interrupção da tendência de queda dos preços dos principais fertilizantes no mercado internacional nos próximos meses. “A demanda brasileira por fosfatados e, principalmente, potássicos, será um importante fator para que esse piso nos preços seja estabelecido no segundo trimestre e as perspectivas são positivas em relação a ela”, resume Fábio Rezende, Analista de Mercado da consultoria.

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Fonte:
INTL FCStone

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