20/08/2015 20h47 - Atualizado em 20/08/2015 23h57

Após epidemia histórica, Campinas vai convocar 255 agentes antidengue

Temerosa com novo 'boom' da doença em 2016, Saúde anunciou reforços.
Cidade já teve 59,1 mil casos este ano e efetivo foi considerado insuficiente.

Lana TorresDo G1 Campinas e Região

A Prefeitura de Campinas (SP) vai iniciar a convocação de 255 agentes comunitários de saúde que atuarão, entre outras coisas, em atividades para tentar evitar que a cidade repita no próximo ano os números da maior epidemia de dengue da história, registrada em 2015. Até 6 agosto, a Secretaria de Saúde  contabilizava 59,1 mil casos confirmados e 11 mortes pela doença. Para o governo do estado, o efetivo do município para o enfrentamento e prevenção desta crise estava insuficiente.

A previsão, segundo o prefeito Jonas Donizette (PSB), é de que estes agentes estejam em atuação pelos bairros dentro de no máximo 30 dias. A Secretaria de Saúde também informou que, a partir do orçamento próprio, irá ampliar o convênio com a iniciativa privada, para passar o reforço terceirizado de equipes antidengue de 60 para 200 profissionais.

Secretaria de Saúde anuncia reforço para agentes de dengue em Campinas (Foto: Lana Torres / G1)Prefeito e secretário de Saúde anunciam
convocação de agentes (Foto: Lana Torres / G1)

Para 2016...
Segundo o Secretário de Saúde, a administração está reforçando agora o efetivo por considerar este o melhor período para se trabalhar a prevenção de casos que possam ocorrer no ano que vem. "A dengue, ela veio para ficar. Nós estamos vivendo o período interepidêmico, e este é o melhor momento para a gente evitar qualquer problema para o ano que vem. Então, nesse momento, vamos intensificar nossas equipes, nossas ações de prevenção, nossas ações educativas. Não nos incomoda falar de dengue. Nos incomoda a gente parar de falar, porque aí dá uma falsa sensação de que está tudo bem", afirmou Souza.

O titular da pasta explicou que o trabalho dos agentes comunitários de saúde funciona paralelamente ao dos 150 agentes de controle ambiental (ACA). Os primeiros têm entre suas obrigações a orientação das famílias para prevenção da dengue, mas não atuar ativamente em atividades como nebulização, vistoria em caixa d’água, entre outras, que são incumbência dos ACA. “Esses novos contratados vão explicar para cada família o que tem que fazer para não ter focos do mosquito em casa”, explica o secretário.

Déficit
O número de equipes envolvidas no combate à dengue em Campinas foi considerado insuficiente em um relatório da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) da Secretaria da Saúde do estado. Mas o titular da Saúde, Cármino de Souza, amenizou esta avaliação durante o anúncio de convocação dos novos agentes na tarde desta quita-feira (20), no salão azul da prefeitura.

“Para nós o importante não é o parâmetro de tantos agentes para tantos habitantes. Para nós o importante é que as tarefas de prevenção sejam cumpridas , disse.”

O problema no déficit de agentes de saúde se arrasta desde gestões anteriores, e se agravou no início da atual administração, quando o Ministério Público determinou, em março de 2013, que a Prefeitura rompesse completamente com o convênio com o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira. Era a partir desta parceria, considerada ilegal, que o município mantinha pelo menos 100 agentes de saúde que, entre outras coisas, atuavam no combate e prevenção da dengue.

Concurso para médicos
Juntamente com o anúncio da convocação dos novos agentes, o prefeito Jonas Donizette (PSB) assinou autorização para abertura de um concurso público para amenizar o déficit de médicos na rede municipal de Saúde. De acordo com o chefe do Executivo, serão abertas 130 vagas, sendo 50 para clínicos gerais, 25 para ginecologistas e obstetras, 25 para médicos de família, 25 pediatras e cinco psiquiatras.

Apesar de admitir um déficit de profissionais na rede, o secretário de Saúde afirmou que os profissionais em falta restrigem-se a algumas especialidades e fugiu à pergunta sobre o número exato de médicos que faltam para a população.

"Eu hoje com clínicos não tenho grande problema, nem com psiquiatras, mas tenho grande problema com pediatras na área de urgência e emergência, e com G.O. (ginecologista e obstetra) na rede. A gente pode considerar os 130 [postos abertos no concurso] como necessários. Se quiserem chamar isso de déficit, podemos chamar isso de déficit", afirmou sem deixar claro se este concurso sanará o problema total da rede.

O concurso anunciado teve a autorização assinada pelo prefeito, mas ainda não tem um cronograma de publicação. Segundo a Secretaria de Saúde, estes andamentos devem ser publicados em Diário Oficial nos próximos dias.

tópicos:
veja também
Shopping
    busca de produtoscompare preços de