Eleições

Aécio Neves: "Não me sinto obrigado a disputar um segundo mandato"

Aécio Neves: "Não me sinto obrigado a disputar um segundo mandato"

O candidato do PSDB diz que, se vencer a eleição, terá uma Presidência voltada para os mais pobres, prejudicados hoje, segundo ele, pela ineficiência econômica do governo Dilma

LEOPOLDO MATEUS
10/10/2014 - 22h36 - Atualizado 24/10/2014 15h38
CONFIANTE Aécio Neves, na semana passada. Ele saiu na frente de Dilma no segundo turno (Foto: Andre Arruda/ÉPOCA)

>> Reportagem publicada na edição de ÉPOCA de 13 de outubro

Pela primeira vez, desde a redemocratização, um candidato à Presidência da República termina o primeiro turno em segundo lugar e entra, numericamente, na dianteira da segunda fase da campanha. O autor da façanha é o candidato do PSDB, o senador Aécio Neves. No primeiro turno, a dez dias da votação, ele deu uma arrancada que tirou da disputa a ex-senadora Marina Silva (PSB). Nas pesquisas, Marina aparecia 10 pontos à frente de Aécio. Terminou, nas urnas, com 12% a menos de votos que ele. Aécio sabe agora que repetir a proeza no segundo turno exigirá superar obstáculos. “Farei uma campanha propositiva, mas obviamente enfrentarei todo tipo de calúnia, difamação, injúria, prática corriqueira do PT”, diz.

Após uma semana em que recebeu o apoio de diversas lideranças de partidos da base aliada do governo e de outros que com ele concorreram no primeiro turno, como PSB, PPS, PSC e PV, Aécio recebeu ÉPOCA para uma entrevista no comitê de sua campanha no Rio de Janeiro, no Leblon, na última sexta-feira. O apoio mais esperado ainda não saiu. Questionado sobre uma das principais exigências de Marina para lhe dar apoio, Aécio, pela primeira vez, deu indícios de que poderá fazer concessões. Marina propõe o fim da reeleição em 2018. Isso tornaria inviável um possível segundo mandato dele. Aécio é a favor da medida, mas apenas para 2022. “Não me sinto obrigado, se vencer a eleição, a disputar um segundo mandato”, diz. “Temos de construir é a coincidência dos mandatos. Isso só será possível a partir dos próximos candidatos que vierem a ser eleitos no novo sistema. É isso que proporei ao Congresso. Mas nada impede que eu possa fazer um gesto adiante”, diz ele, abrindo a possibilidade de não se candidatar à reeleição.

Na estreia da propaganda eleitoral do segundo turno, o PT atacou Aécio por um dos flancos deixados pelo PSDB ao final do primeiro turno. Seu candidato ao governo de Minas Gerais, o ex-ministro Pimenta da Veiga, perdeu as eleições para o petista Fernando Pimentel, e encerrou o comando tucano no Estado após 12 anos. “Sou um democrata. Respeito essa decisão por mais que pudesse preferir a outra”, disse. “Mas, em relação à eleição nacional, vencerei em Minas Gerais”, disse. Faltam ainda duas semanas para o segundo turno. Caso vença, Aécio antecipou para ÉPOCA como quer ser lembrado como presidente da República. “Quero ser o presidente que revolucionou a educação no Brasil.”   

ÉPOCA – Há pouco mais de um mês, o senhor estava 20 pontos atrás da ex-senadora Marina Silva. Hoje, aparece na frente da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas do segundo turno. Já encontrou explicações para a volatilidade do eleitorado?
Aécio Neves –
Tivemos duas eleições absolutamente distintas numa só. Uma quando Eduardo Campos ainda estava vivo. Outra após o acidente que vitimou Eduardo. Mesmo com essa volatilidade, jamais deixei de acreditar. Mesmo nos momentos em que alguns companheiros deixaram de acreditar e o telefone parou de tocar. Sabia que era uma eleição dura, mas temos as melhores propostas para o Brasil. Sabia que viria a onda da razão. Sempre acreditei também que esse governo perderia! Pelo conjunto da obra. Desde lá de trás, há mais de ano, já dizia: “Este ciclo de governo do PT vai se encerrar, nacionalmente, neste ano. E vamos nos preparar para estarmos em condições de substituí-lo”. Na economia, ele nos deixa como herança uma inflação, que saiu do controle mesmo com preços represados, e uma recessão, com os empregos de maior qualidade  indo embora do Brasil. Lega uma incapacidade de melhorar nossos indicadores sociais. A permear tudo isso, o descompromisso com a ética e os valores. Olhava para isso e perguntava: “Quem tem as melhores condições de enfrentar as dificuldades que temos pela frente? Somos nós!”. Essa confiança me ajudou muito a enfrentar esses momentos mais difíceis.

ÉPOCA – O senhor recebeu apoio de diversos políticos e partidos, até mesmo de antigos aliados do governo. O presidente do PSB, Roberto Amaral, antes do apoio, disse que “às vezes, um reacionário serve de avanço”, numa alusão ao senhor. Como vê esse comentário?
Aécio –
Num segundo turno, você não encontrará convergência em todas as questões. Busca a convergência no essencial. Fui espectador privilegiado da Aliança Democrática, liderada por Tancredo Neves para encerrar o ciclo autoritário no país. No mesmo palanque, encontrava gente do PCB e do PCdoB com o Aureliano Chaves (vice-presidente de João Figueiredo, último presidente do regime militar). Ali existia um objetivo em comum: encerrar o ciclo autoritário. Hoje temos um desafio parecido. Temos de barrar as verdadeiras forças reacionárias, que ocuparam o Estado nacional em proveito próprio e carregam um forte viés autoritário. Elas impedem o Brasil de crescer, desqualificam nossa educação, desmoralizam os valores éticos no país e podem impactar conquistas muito importantes, como a liberdade de imprensa. A possibilidade de encerrar esse ciclo de governo permite que eu tenha em meu palanque lideranças do PSC, do PV e do próprio PSB. Não posso almejar ter a unanimidade do pensamento desses partidos. Mas a forma como a decisão do PSB foi tomada, amplamente majoritária, me permite, a partir de agora, deixar de ser apenas o candidato de um partido ou de uma coligação. Sou o candidato da mudança para o início de um novo ciclo.

ÉPOCA – A eleição deverá ser decidida por eleitores que recebem entre dois e cinco salários mínimos. É uma fatia do eleitorado com que o PSDB sempre teve dificuldades de dialogar. Qual será a estratégia para conquistar a classe C?
Aécio –
Falar a verdade. A presidente Dilma Rousseff começa o segundo turno com enorme desonestidade intelectual. Ela assusta e atemoriza aqueles a quem deveria dar tranquilidade e esperança. Diz que somos contra os programas sociais ou contra os mais pobres, mas sabe que isso não é verdade. Sabe que a maior ação de inserção social da nossa história contemporânea, o Plano Real, foi feita pelo PSDB. O PT foi contra. Ela sabe que os programas sociais, em especial o Bolsa Família, são definitivos. Tenho um projeto que o transforma em política de Estado. O PT é contra porque prefere ter um projeto para chamar de seu e usá-lo irresponsavelmente durante os processos eleitorais. Dilma começa o segundo turno derrotada. Primeiro, porque sempre lutou para vencer no primeiro. Segundo, porque o discurso do medo, de quem quer comparar com o passado, é o discurso de quem não tem nada para apresentar para o presente e teme a discussão sobre o futuro. Me orgulho muito da trajetória do PSDB. Fomos fundamentais para que Brasil chegasse até aqui, mas agora os desafios são outros. Vou falar sempre de futuro. Isso vai me distanciar, daqui até o final da eleição. A presidente tentará fazer comparações com o passado, e eu pedirei aos brasileiros um voto de confiança para construir um novo futuro.

"Temos o desafio de barrar as verdadeiras forças reacionárias, que ocuparam o Estado"

ÉPOCA – Em Minas Gerais, seu candidato perdeu para o petista Fernando Pimentel após 12 anos de PSDB no governo. O PT se prepara para dizer que quem o conhece o rejeita. Qual sua resposta para isso?
Aécio –
Terminei meu oitavo ano de mandato em Minas Gerais com 92% de aprovação do eleitorado mineiro, e elegemos nosso sucessor. O eleitorado mineiro fez uma opção agora pelo candidato do PT. Sou um democrata. Respeito essa decisão, por mais que pudesse preferir a outra. Na eleição nacional, vou vencer em Minas Gerais. Os mineiros não perderão a oportunidade de votar a favor do Estado. Até porque o governo federal do PT governou de costas para Minas durante todos estes anos.

ÉPOCA – O senhor venceu em São Paulo por larga margem. Existe a possibilidade de um racionamento de água agora no segundo turno. Teme que isso prejudique sua votação no Estado?
Aécio –
Espero ampliar essa votação, como em todas as regiões do Brasil. A presença do governador Geraldo Alckmin a meu lado é confortadora. Ninguém governará o Brasil solitariamente. Quem achar que, como Salvador da Pátria, resolverá nossos problemas se frustrará ou frustrará quem acreditar nisso. Serei um grande parceiro do governador Alckmin, para que possamos enfrentar, preventivamente, a gravidade da questão da água em São Paulo. Tivemos a maior seca em São Paulo dos últimos 80 anos.

ÉPOCA – No Nordeste, o senhor teve apenas 15% dos votos no primeiro turno. Como mudar esse cenário?
Aécio –
Mais uma vez, falando a verdade, combatendo a mentira, o discurso do ódio e sectário do PT. O governante precisa governar, sobretudo, para as populações que mais precisam das políticas sociais. Meu será o governo dos pobres. Na educação, na mobilidade, na busca do capital privado como parceiro de investimentos. O meu governo resgatará a gestão na saúde pública brasileira para atender os mais pobres. É isso que vamos dizer até o final da campanha. Podemos surpreender também no Nordeste. O sentimento de mudança foi o grande vitorioso nesse primeiro turno. Meu grande desafio é encarnar essa mudança e mostrar ao Nordeste e a outras regiões menos desenvolvidas do país que o grande risco é o atual governo continuar. Não há políticas de reajuste real do salário mínimo sem crescimento. Em 2016, o ganho real do salário mínimo já está precificado: é o crescimento da economia neste ano, praticamente nulo. Nem para aqueles que recebem Bolsa Família, a manutenção do poder aquisitivo estará garantida, se a inflação continuar sem controle. Os mais prejudicados pela ineficiência da gestão deste governo na economia são os mais pobres. Vou livrar os mais pobres brasileiros do perverso governo do PT, que tenta, de forma sectária, dividir o Brasil entre “nós” e “eles”.

ÉPOCA – Essa deve ser uma campanha muito pesada. O senhor se considera pronto para enfrentar acusações até do ponto de vista pessoal?
Aécio –
Disputo com o PT minha vida inteira. Para mim, isso não é novidade. Farei uma campanha propositiva, mas obviamente enfrentarei todo tipo de calúnia, difamação, injúria, prática corriqueira do PT. Nada disso me abala. Não sou candidato para colocar um retrato na parede do Palácio do Planalto. Não sou candidato sequer para dar ao PSDB uma vitória. Sou candidato para livrar o Brasil de um governo que se apequenou, porque abandonou um projeto de país para se contentar hoje única e exclusivamente com um projeto de poder. É isso que me dá força. Vou enfrentá-los e vencê-los.

ÉPOCA – O senhor disse, numa reunião com empresários, que está preparado para tomar as decisões necessárias, por mais que elas sejam impopulares. Que medidas seriam essas?
Aécio –
Do cardápio das medidas impopulares, o PT usou todas. Não deixou nenhuma para mim. É inflação de volta, recessão, baixa qualidade da saúde, da segurança, da educação. Farei o que for necessário para retomar o crescimento da economia,  para controlar a inflação, para que as pessoas possam voltar a ter esperança no futuro.

ÉPOCA – Aumentar o preço da gasolina e das tarifas de energia são essas as medidas impopulares?
Aécio –
Em meu governo, haverá previsibilidade. Não farei o governo dos pacotes, o governo do marketing. Não posso antecipar cenários específicos, porque não tenho em mãos ainda o conjunto das informações do impacto fiscal de cada uma dessas questões. Mas haverá regras claras, a recuperação das agências reguladoras, transparência fiscal absoluta. As pessoas saberão claramente o superavit, de onde ele vem e como será no ano seguinte. Tudo isso nos permitirá ter já na largada um ambiente oposto àquele que tivemos em 2002 na eleição do Lula, com disparada do dólar e pique inflacionário. Minha eleição proporcionará um cenário oposto a esse, até com diminuição da taxa de juros de longo prazo. Minha ousadia de indicar o nome do futuro ministro da Fazenda (o economista Armínio Fraga) ajuda na construção desse ambiente, necessário para que a gente possa tomar medidas que permitam ao Brasil voltar a crescer.

"O meu governo vai ser o dos pobres. Na educação, na mobilidade, na busca de parceiros"

ÉPOCA – O senhor afirmou ser a favor do fim da reeleição e de um mandato de cinco anos, mas a partir de 2022. Marina Silva gostaria que isso já ocorresse em 2018. O senhor está disposto a incorporar o pleito de Marina para ter o apoio dela?
Aécio –
Em primeiro lugar, não me sinto obrigado, se vencer a eleição, a disputar um segundo mandato. Defendo a coincidência das eleições, que não pode ser obtida por um ato unilateral do presidente da República. Isso envolve eleições de governadores e prefeitos, eleitos com uma regra que dá a possibilidade da reeleição. Você não pode usurpar esse direito sem uma gravíssima contestação, até jurídica. Temos de construir a coincidência dos mandatos. Isso será possível a partir dos próximos candidatos que vierem a ser eleitos no novo sistema. É o que proporei ao Congresso. Mas nada impede que eu possa fazer um gesto adiante.

ÉPOCA – O senhor disse, em entrevista a ÉPOCA no ano passado, que diminuiria o número de ministérios para 22. Seus adversários têm dito que o senhor cortará ministérios da área social. Quais ministérios cortará?
Aécio –
Vou cortar as boquinhas dos cargos DAS (Direção e Assessoramento Superior) que se multiplicaram no governo do PT. Terei uma política social efetiva. O Ministério da Pesca terá uma ação melhor quando o sujeito que for colocado para tomar conta da área souber pelo menos colocar a isca no anzol, entender um pouco do ramo, em vez de ter um carro preto com a chapa verde-amarela e 50 DAS distribuídos pelos companheiros.

ÉPOCA – O senhor cortará quantos cargos públicos?
Aécio –
No momento em que anunciar o novo desenho da máquina pública, todos saberão exatamente quais serão as pessoas e onde estará a responsabilidade de cada uma sobre a condução dessas políticas. Elas serão muito mais eficazes com a desburocratização e até a simplificação de sua ação. Vamos cortar na medida em que considerarmos dispensáveis ao Estado nacional. É possível cortarmos alguma coisa em torno de um terço dos cargos comissionados. O objetivo não é apenas a economia pontual, mas dar um sinal s
claro de que, em primeiro lugar, a máquina pública não pode ser o destino dos companheiros que não se qualificaram para outras atividades na vida.

ÉPOCA – O senhor disse que revisará o fator previdenciário. Revisar significa acabar com ele, mesmo com todo o prejuízo que isso pode trazer para as contas da Previdência?
Aécio –
Assumi um compromisso, num diálogo franco e aberto com os trabalhadores e aposentados brasileiros, de encontrar uma fórmula que não puna as aposentadorias de forma tão rigorosa como o fator previdenciário vem punindo. Sentarei à mesa e ouvirei quais são as alternativas. Não faremos isso, obviamente, do dia para a noite. Vamos encontrar o caminho de uma alternativa que permita à Previdência se sustentar e que alivie o peso do fator previdenciário nas costas dos aposentados.

ÉPOCA – No primeiro turno, o candidato Levy Fidelix (PRTB) foi acusado de homofobia durante um debate eleitoral. O senhor se comprometeria a sancionar uma lei para transformar a homofobia em crime?
Aécio –
Qualquer tipo de discriminação – a homofobia, entre elas – deve ser tratada como crime. Encontraremos o mecanismo legal adequado para que ela seja, definitivamente, considerada crime.

ÉPOCA – O senhor pretende manter a atual política de reajuste do salário mínimo?
Aécio –
Não apenas pretendo, como já tomei a iniciativa de garanti-la para os próximos quatro anos. A política de reajuste do salário mínimo termina neste ano. Foram o líder do PSDB e o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, que apresentaram conjuntamente o projeto que estende até 2019 o reajuste do salário mínimo. Agora, ou fazemos o Brasil crescer, ou esse reajuste real não acontecerá.

ÉPOCA – Qual sua opinião sobre a independência formal do Banco Central?
Aécio –
Olha, respeito a opinião da candidata Marina. Não acho, como o PT, que isso tirará a comida da mesa do trabalhador. Em nosso caso, ao Banco Central será garantida sua absoluta autonomia operacional, para ser o grande guardião da moeda e atacar vigorosamente a inflação para levá-la ao centro da meta.

ÉPOCA – Qual a opinião do senhor sobre a proposta de regulação da imprensa, apresentada pela executiva do PT em maio?
Aécio –
Absolutamente contrária. É um atentado à democracia, à liberdade. Me oporei violentamente a qualquer tipo de cerceamento de liberdade, seja coletiva, seja individual – em especial a liberdade de imprensa.

"Quero ser conhecido como o presidente que revolucionou a educação no Brasil"

ÉPOCA – Como governador, o senhor construiu um aeroporto numa área que pertenceu a seu tio-avô e é próxima a uma fazenda de sua família. Dadas as circunstâncias, não era melhor ter feito o aeroporto em outro terreno?
Aécio –
Não, de forma alguma. O Ministério Público concordou comigo, porque arquivou uma ação do PT em relação a essa questão. Houve ali um prejudicado, o dono do terreno, que por coincidência era meu tio. Até hoje ele está na Justiça tentando receber os R$ 9 milhões a que acha que faz jus, porque o Estado pagou apenas R$ 1 milhão. Fiz inúmeras obras em Minas. E todas as minhas obras tiveram como objetivo o interesse coletivo.

ÉPOCA – Como governar com um Congresso Nacional com 28 partidos?
Aécio –
Tenho experiência como parlamentar, como líder, como presidente da Câmara, agora como senador. É impossível ter uma relação com o Congresso que permita avanços estruturais, sem que haja uma redução no número de partidos. Tive a coragem de defender o retorno da cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais, porque elas permitirão o enxugamento do quadro partidário. Não sou contra criar um partido político e registrá-lo na Justiça Eleitoral. Sou contra esses partidos se beneficiarem do fundo partidário, do tempo de televisão, sem ter representatividade na sociedade brasileira. Muitos deles acabaram virando microempresas. Em minha reforma política, pretendo propor ao Congresso Nacional, além do mandato de cinco anos sem reeleição, o voto distrital misto e o retorno da cláusula de desempenho.

ÉPOCA – Há um grande escândalo de corrupção na Petrobras. Caso eleito, o senhor não teme que a repercussão do Congresso possa paralisar seu governo?
Aécio –
Paralisará o atual governo, se ele vencer as eleições, porque estamos vivendo a ponta do iceberg. Quero que todos os responsáveis sejam conhecidos, investigados e exemplarmente punidos, se comprovada a culpa.

ÉPOCA – Caso eleito presidente, que marca o senhor gostaria de deixar para o país?
Aécio –
Quero ser conhecido como o presidente da educação. Da educação de qualidade, que permita aos jovens brasileiros enxergar um futuro melhor. Todo o resto é secundário se não tratarmos do essencial. Quero fundar a nova escola brasileira, com professores valorizados, escolas qualificadas, escolas que ensinem e, até, botando o dedo numa caixa de marimbondo que nunca foi enfrentada, com a regionalização dos currículos do ensino médio. Vamos qualificar as pessoas para o mercado que existe em sua região. Não daremos ao ensino médio uma qualificação que não esteja sintonizada com uma vida real. Por isso, a evasão escolar no ensino médio ainda é muito grande. Se eu puder escolher uma marca, quero ser o presidente que revolucionou a educação no Brasil.








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