Negócios

10 coisas chatas que todo empreendedor tem que fazer

Tempo de leitura: 4 minutos

Abrir o próprio negócio é o sonho de muita gente. Mas nem tudo são flores neste universo. Além do serviço ou produto que oferece, o empresário precisa lidar com questões como finanças, recursos humanos, plano de negócios, impostos e documentos.

Consideradas “chatas” por boa parte dos empreendedores, essas tarefas não estão diretamente ligadas ao foco da empresa, e por isso mesmo muitas vezes ficam de lado no dia a dia do negócio.

“O empreendedor é um apaixonado pelo produto ou serviço que oferece. Ele tem muita energia para alguns aspectos, mas muitas vezes não quer gastar tempo com essas questões, porque não estão na esfera de domínio dele”, avalia Arnaldo Auad, da consultoria Direção e Sentido.

O problema é que deixar essas tarefas de escanteio pode prejudicar a empresa. Veja nesta lista 10 coisas “chatas” que um empreendedor não pode deixar de fazer (e que acabam ficando de escanteio em muitas empresas).

1 – Formalizar os acordos

Logo no início de uma empresa, é comum que os sócios dividam tarefas e façam combinações verbais sobre qual será o papel de cada um no negócio e quais devem ser os rumos do empreendimento. Mas muitos se esquecem de colocar esses acordos no papel.

“Antes da constituição da empresa, os sócios começam a discutir ideias, formatos, responsabilidades, mas não registram isso em atas, ou e-mails, ou ainda num caderno a que todos tenham acesso. Com isso, os combinados se perdem no tempo, o que pode gerar desentendimentos futuros”, afirma o advogado Rodrigo de Souza Leite, especialista em direto empresarial.

2 – Elaborar o plano de negócios

Elaborar um plano de negócios para a sua empresa significa parar para pensar no foco nos objetivos do empreendimento. E muitos empreendedores pulam esta etapa. O resultado é que a empresa vai perdendo o eixo e, quando menos espera, o empresário percebe que sua empresa não é mais o que ele tinha imaginado.

Portanto, por mais que não goste, o empreendedor precisa fazer esse planejamento. “Executar sem planejar é como planejar o fracasso. Não precisa fazer algo muito detalhado, apenas aquela bússola que mostre para onde vai o negócio”, recomenda o consultor Arnaldo Auad.

3 – Registrar o nome da empresa/produto

Imagine que você criou um produto interessante e colocou um nome que tem tudo a ver com ele, um nome sensível ao mercado. Você desenvolve um plano de negócios com aquele nome e apresenta para um investidor, que gosta da ideia.

Porém, no momento do negócio se constituir, você descobre que aquele nome já está registrado. “É um balde de água fria, tanto para o empreendedor quanto para o investidor. E também gera uma desconfiança, fica o pensamento ‘como essa pessoa não pensou nisso antes?’”, afirma Leite.

4 – Definir a estrutura societária da empresa

Uma tarefa burocrática que exige atenção dos empreendedores é a definição da estrutura societária da empresa. “A demora nesse processo ou a definição de um tipo societário equivocado frustra o acionista”, diz Leite. Ele explica que as empresas S.A. (Sociedade anônima) em geral são mais interessantes para os investidores, mas também são mais custosas.

“O empreendedor tem que olhar o presente e o futuro. Deve pensar aonde ele quer chegar e qual é o caminho mais fácil para alcançar esses objetivos, juntamente com a disponibilidade técnica e de orçamento que ele possui”, aconselha.

5 – Formalizar a empresa com antecedência

Outra tarefa que vira e mexe fica para depois é a formalização da empresa. E isso pode ameaçar seriamente o negócio, segundo o advogado Rodrigo de Souza Leite.

“Abrir uma empresa não é tão rápido assim. E, às vezes, a demora faz com que o empreendedor perca um período essencial para o seu negócio”, afirma. Ele dá exemplos de negócios sazonais. “Se a empresa cria um aplicativo para as Olimpíadas e deixa para registrar em cima da hora, ela pode perder o timing e aquela ideia não servirá de mais nada depois.”

6 – Elaborar contratos com cuidado

Detalhes dos contratos são superimportantes para garantir uma boa relação com o cliente, o fornecedor e até com o investidor. Mas muitas vezes esses documentos são elaborados sem o cuidado que merecem.

“Nos contratos com fornecedores, por exemplo, é importante que haja uma cláusula de confidencialidade ou exclusividade para proteger o serviço desenvolvido para a empresa. Mas os empreendedores não olham muito para isso”, afirma Leite.

7 – Controlar as finanças

Cuidar das finanças da empresa é fundamental, mas muitos empreendedores avessos aos números acabam deixando a tarefa de escanteio, o que prejudica — e muito — o bom andamento do negócio.

O principal, segundo Auad, é controlar o fluxo de caixa (ou seja, as entradas e saídas da empresa) e o capital de giro (dinheiro necessário para manter a operação no intervalo entre produzir e receber pelo produto).

“Se não tiver essas contas em ordem, o empreendedor pode precisar fazer dívidas para manter a empresa funcionando, o que gera um círculo vicioso e pode levar à falência do negócio”, afirma.

8 – Contratar as pessoas certas (e não as mais próximas)

Numa empresa pequena, é comum contratar parentes e amigos para algumas funções. Só que nem sempre aquele sobrinho é a pessoa mais indicada para o cargo. Auad ressalta que é importante saber selecionar seus funcionários, ou seja, dedicar tempo para pesquisar, fazer entrevistas e conhecer candidatos.

“O empreendedor precisa desenvolver essa competência de gerir pessoas. Deve buscar contratar gente que tenha a competência necessária para o negócio, e que também se encaixe no perfil comportamental do empreendimento”, afirma.

9 – Controlar o pagamento de impostos

Não basta pagar impostos, é preciso poder comprovar que você pagou. Por isso, os empresários devem sempre guardar de forma organizada as guias de recolhimento do imposto e o comprovante de pagamento.

“Não cuidar disso pode trazer problemas sérios. Se o empresário não conseguir comprovar que o imposto foi pago, ele pode precisar pagar de novo e ainda com juros”, alerta Marcelo Ribeiro, da P3 Image Access, empresa de gestão de documentos. Ribeiro afirma que, hoje, a melhor forma de guardar esses documentos é com serviços na nuvem.

10 – Manter os documentos dos funcionários em ordem

Além dos comprovantes de pagamento de impostos, todo empreendedor também deve guardar de forma organizada os documentos de cada colaborador que passa pela empresa. Exames admissionais e demissionais, holerites e recolhimento de FGTS e INSS, são alguns exemplos.

“Temos uma cultura no Brasil que ninguém gosta de fazer a gestão de documentos. Isso contribui para a falta de organização dos empreendedores”, avalia Ribeiro.

Fonte: Mariana Desidério, de EXAME.com

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