Ford mostra EcoSport global projetado no Brasil

Carro será vendido em mais de 100 países

Por Pedro Kutney, Automotive Business
  • 04/01/2012 - 12:55
  • | Atualizado há 2 anos, 10 meses
  • 3 minutos de leitura

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    Pedro Kutney, AB
    De Brasília


    A Ford apresentou nesta terça-feira, 4, simultaneamente em Brasília e Nova Déli, na Índia, seu primeiro carro global projetado no Brasil: o novo EcoSport (foto), que chega à sua segunda geração totalmente modificado em engenharia e design, agora com a identidade mundial da marca, abandonando o estilo caixote e adotando traços alongados, com silhueta em forma de cunha, dentro do chamado Kinetic Design (ou “desenho cinético”, que transmite sensação de movimento). O modelo, que inicialmente será produzido na fábrica de Camaçari (BA) e também na Índia e Tailândia, deve começar a ser vendido no mercado brasileiro só a partir de maio ou junho – e passa a ser comercializado gradualmente em mais de 100 mercados no mundo.

    Contudo, a Ford decidiu desde já começar a fazer barulho em torno do novo EcoSport, para o qual não só engenharia e design são responsabilidade da subsidiária brasileira, mas também todo o plano global de comunicação e marketing. Assim a globalização parece ter chegado para valer à filial sul-americana da Ford, que dentro do plano estratégico One Ford terá seu portfólio de produtos totalmente globalizado até 2015. O EcoSport é o primeiro desta safra, montado sobre uma nova plataforma global para o segmento B que, segundo calcula o fabricante, até meados desta década responderá pela produção de 2 milhões de unidades/ano em diversos países onde a Ford mantém fábricas.

    “Com este novo produto estamos invertendo o processo e exportando daqui do Brasil um projeto vencedor e inovador”, disse Marcos de Oliveira, presidente da Ford Brasil e Mercosul. “A fábrica de Camaçari já é um modelo de produtividade e agora prova que também é um centro de excelência de engenharia”, completou o executivo, lembrando que a Ford mantém na Bahia um de seus cinco escritórios globais de desenvolvimento de veículos. Segundo o executivo, a estimativa é produzir só em Camaçari de 4 mil a 5 mil EcoSport por mês.



    Descortesia estratégica

    “Não queríamos que um carro totalmente desenvolvido no Brasil fosse mostrado primeiro em outro país e não aqui”, explicou Oliveira sobre a descortesia estratégica da empresa, que desenvolveu o carro em solo brasileiro mas preferiu lançá-lo primeiro no Salão der Nova Déli, na Índia, com a presença do CEO Alan Mulally, que para o evento em Brasília mandou um vídeo gravado, no qual ressaltou o caráter inovador do projeto do EcoSport, lançado no Brasil em 2003: “Depois de vender mais de 750 mil na América Latina, o carro agora será global e tenho certeza que fará o mesmo sucesso, pois mantém as mesmas qualidades que o consagraram”, disse – incluindo o estepe pendurado na traseira, algo que a maioria do SUVs (utilitários esportivos) já abandonou nas gerações mais recentes, mas que a Ford preferiu manter no novo EcoSport, mesmo encobrindo uma parte do bonito visual da traseira.

    Assim foi realizada a inusitada pré-estreia do novo EcoSport, apresentado à imprensa brasileira e argentina enquanto o modelo antigo ainda continua em produção, algo que qualquer montadora evita ao máximo fazer para não perder vendas. Por isso a empresa ainda não confirmou quando exatamente o novo carro estará nas concessionárias da marca, mas não deve passar do primeiro semestre em nome da rentabilidade, já que a partir de agora os velhos EcoSport vão perder valor de venda.