Alexandre Reis tinha quatro anos quando a mãe dele lhe entregou lápis e papel. O menino não quis saber de rabiscar casinhas e árvores, ele preferiu mirar um jornal velho e desenhar as letras que via — mesmo sem entender o que estava escrevendo. Daí nasceu a vontade de unir imagens e letras.

O salto do menino-copista para o poeta-gente-grande foi interpelado pelo homem-máquina. “Eu cresci e não me atrevia a escrever de fato. Eu tinha largado a poesia e o desenho, aí eu fui estudar computação, uma outra paixão minha”. Após 14 anos como analista e desenvolvedor de sistema, tudo mudou num ato de fé inspirado pelas vivências dele na comunidade Recado, grupo católico que tem na arte uma vocação. Alexandre se reencontrou com a sua infância.

Foi assim que em 2009 nasceu o projeto Escrevendo e Semeando, que já esteve em diferentes plataformas da web e hoje está no Facebook. De lá pra cá, ele lançou Fica mais fácil chegar ao céu sendo uma criança pela editora Scortecci, em 2013. Para ele, a obra é um “livro infantil pra adulto”. E, assim, ele tem desenhado a vida. Desenvolver a técnica da pintura e, entre letras e cores, já planeja novas publicações e agora vive da arte que faz. (Renato Abê)