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Jovem mentiu ao acusar pai de estupro se baseando em '50 tons de cinza'

Filha admitiu, durante julgamento, que criou farsa para punir o pai por ser rígido
Cena do filme 'Cinquenta tons de cinza': fetiches são mais comuns do que se imagina, diz estudo Foto: Universal Pictures and Focus Features
Cena do filme 'Cinquenta tons de cinza': fetiches são mais comuns do que se imagina, diz estudo Foto: Universal Pictures and Focus Features

RIO - Um julgamento no Reino Unido teve um desfecho inesperado depois de jovem que acusava seu próprio pai de estuprá-la durante anos admitir, no banco das testemunhas, que tudo não passava de uma farsa baseada em trechos do best-seller "Cinquenta tons de cinza".

A advogada do acusado, Cathy McCulloch, publicou um post sobre o caso em seu blog. O texto viralizou nas redes e foi amplamente reproduzido na imprensa britânica. Segundo ela, a então suposta vítima alegava que foi estuprada pelo pai durante oito anos. Seu depoimento à polícia, diz a advogada, foi extremamente convincente, enquanto o pai dela não tinha nenhum argumento de defesa a não ser um simples e direto "eu não fiz nada".

McCulloch, porém, reparou que, no depoimento à polícia, algumas expressões usadas para descrever os crimes e como ela se sentiu durante os estupros pareciam "muito adultas para a idade dela". Além disso, o pai disse à advogada que o livro favorito da filha era sobre uma jovem que se relaciona com um milionário, que "a ensina sobre arte", mencionando o título do livro, sem saber que é um romance sadomasoquista.

A representante legal do réu diz que nunca tinha ouvido falar do livro, mas que o leu rapidamente e notou muitas semelhanças com o depoimento da jovem.

"Eu a interroguei, sem confrontá-la inicialmente. Ela concordou que seu pai era um homem rígido, e estava com raiva por ter arruinado a sua vida. Então eu a deixei falar e pulei logo para a pergunta final: se ela estava com tanta raiva do pai que tinha inventado tudo. Ela hesitou. Eu mencionei as semelhanças incríveis entre o livro e o depoimento de antes. Ela desabou e admitiu que era verdade. Disse que tinha inventado tudo porque estava com raiva dele e queria que ele aprendesse uma lição", escreveu a advogada.

Segundo Cathy, todo o depoimento no tribunal teria durado sete minutos. Em seguida, o juiz teria instruído o júri para que inocentasse o acusado, afirmando ainda que o "caso era único em toda a sua carreira".