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"Se alguém é roubado, não são os pensionistas mas os nossos filhos"

O economista João César das Neves considera que quem mais se pode queixar são as gerações mais novas. “Se alguém pode dizer-se roubado, não são os actuais pensionistas, mas os nossos filhos e netos”, afirma o professor universitário no artigo de opinião do Diário de Notícias.

"Se alguém é roubado, não são os pensionistas mas os nossos filhos"
Notícias ao Minuto

09:40 - 27/05/13 por Notícias Ao Minuto

Política César das Neves

Para César das Neves, existem verdades sobre a crise “que muitos tentam esconder”. E uma delas diz respeito a quem já não trabalha. O economista afirma acreditar que “se alguém pode dizer-se roubado, não são os actuais pensionistas, mas os nossos filhos e netos, que suportarão as enormes dívidas dos últimos 20 anos, e não apenas na Segurança Social”.

César das Neves lembra que os reformados estão entre “os críticos mais vociferantes” dos cortes do Governo, para fazer face ao plano de resgate, mas sublinha que “seria bom que notassem que não descontaram o suficiente para as reformas que agora gozam”.

O economista explica que “basta uma continha simples para perceber que a contribuição de uma pequena parcela do ordenado nunca permitiria vir a receber um montante quase igual a essa remuneração durante um período quase igual ao do desconto”.

“Pode dizer-se que têm direito a receber o que diz a lei, aliás escrita pela geração agora reformada. Mas o que não faz sentido é o protestar abespinhado contra o corte como se fosse um roubo dos montantes acumulados”, sublinha o professor universitário.

Na opinião do economista, “outro mito cómodo é o que diz que os direitos dos trabalhadores e o Estado social estão a ser desmantelados”. É que para César das Neves, a lei nunca pretendeu beneficiar os trabalhadores, mas apenas alguns deles: “muitos empregados no privado nunca tiveram aquilo que agora cortam aos funcionários públicos”, defende.

“As maiores responsabilidades são dos dirigentes, mas o povo não foi só vítima inocente de uma festa de que gozou durante décadas”, afirma ainda César das Neves.

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