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5/26/2015

SINO DOBRADO



Por Eric Costa e Silva



Buscar compreender o incompreendido
Saber olhar além da Paisagem
Ver os gestos de outra dimensão também é poesia.


Há tempos não tinha uma tarde especial
Uma nova possibilidade de agir
A cada passo fazia minha alma incandescer a cada quadro.

Todo o brilho de ontem na minha visão
Se esvaia em cada gesto de vai e vem
Todas as palavras de respeito as mulheres
Neste ato o transformava num desconhecido.

O bate pau ao ouvir minhas queixas
Relampeja a apanhar uma grande corda grossa
Tiradentes choraria ao vê-la nas mãos.

Na outra nuvem o poetinha Vinícios sorriria
Ao ver a piada pronta 
De alguém que topa com o portão.

Entre xingamentos, buscas para abrir o cinza de entrada
E uma corda já esticada pronta para mentir
Aos olhos da eternidade hoje encarnam os dias.

Duas ou três memórias cantadas 
Junto de um fósforo a ser queimado
Um pequeno barulho duma corda maior se desenrola.

Entre xingamentos, gritos de pare e olhares perplexos
Um rastilho de corda se queimando é escutado
Enquanto a raiva faz a acauã voar rápido.

De repente, não mais que de repente
O sino dobra por toda a cidade
Durante hoje se faz em esquecimentos.