"O vazio não pode danificar o vazio

Nenhuma das pacíficas ou coléricas visões

Demônios bebedores de sangue, máquinas,

Monstros ou diabos

Existem na realidade

Só dentro de teu crânio [...]"

O Livro Tibetano dos Mortos

 

 

"See the animal in his cage that you built

are you sure what side you're on?"

Nine Inch Nails (Right Where it Belongs)

 

 

 

...OGAPMÂLER

 

 

e você imaginou que eu voltaria como relâmpago, daqueles kamikazes que se imortalizam no céu na forma de cicatriz. Não. Eu retornei tormenta, daquelas que puxam tudo para o ralo, inundando qualquer rastro de rua. Foi o que ela disse, nunca foi tão poeta como neste dia, nem eu que sou poeta o fui alguma vez; beijou minha boca, te amo, também te amo, e partiu. Judas. Seu retorno representou o começo do fim, por mais que eu não soubesse disso no momento. Saí capengando pelo chão do aeroporto com rasgos de bolsas e pedaços de lembranças, enquanto a voz abafada da aeromoça dizia nas caixas de som Luciana Muniz Luciana Muniz pim pim senhora Luciana Muniz. E Luciana devia estar correndo, atrasada, e a voz abafada dizia pim pim o voo 7897 para o Rio de Janeiro... e Luciana jogando a bolsa dentro do cesto para passar no raio-X e Luciana tentando manter a pose com seu corpo mediano, o cabelo ensolarado e laranja, olhos e lábios de ninfeta, e a voz insistindo para a senhora Luciana Muniz embarcar, atrasada, voo 7897, eu parado, esperando ela voltar para dizer perdi o voo, amor. Depois de alguns minutos, a voz parou de dizer Luciana Muniz. Voo 7897. Rio de Janeiro. Luciana dentro do avião, pedindo água. Arranhando a garganta. Inundando minha rua. Sem cicatriz. Segurando o choro, já que ela não chora, só derrama por acidente. Meu cabelo escorria nos olhos, no ombro, na barba bem feita; nutria uma aparência de perdedor amável, daqueles que alguém gostaria de tomar de conta, pois o mundo sempre deseja um brinquedinho quebrado para consertar e controlar. E um destes mundos, talvez não tão controlador talvez não tão homem, estava no banheiro masculino do aeroporto, mijando ao meu lado no mictório. Ele também tinha cabelos longos e negros, olhos e lábios finos, porcelana em forma de gente, eu; reparei porque ele me encarava com uma curiosidade desconcertante. ¿Te conheço?, perguntei. Ele riu. Dentes largos, horizontais demais, arreganhados. Você é o autor de Poetas não morrem com tiro de doze. ¿Certo? Seu sotaque era estranho, meio alemão, soviético, guerra fria, mecânico. Respondi: certo. ¿Autógrafo? Ele perguntou e concordei com a cabeça. Me segue, o livro tá ali. Ele balançou o pau e apontou para o lado de fora do banheiro. Fomos a um café que ficava do lado de fora do aeroporto. Um café no calor de João Pessoa. Não importa o turno, era sete da noite com abafado de meio dia. Eu com olhos vermelhos, lacrimejando, impaciente, ainda escutando a voz da moça do aeroporto dizer Luciana Muniz, e a tal figura cabeluda, óculos escuros na noite, todo de preto feito vela de macumba, tomava um café. ¿Cadê o livro? Ele abriu sua mala de couro, não preciso dizer a cor, tirou um exemplar de Poetas não morrem com tiro de doze. Admirei meu livro, finalista do Portugal Telecom, elogiado pela Folha e Clarín. Evandro Saldanha, grande crítico, disse que é o trabalho de um poeta que não teme a linguagem e seu eterno precipício, ele coloca as raízes do seu estado no mapa da literatura e prova ter... ¿Assino no nome de? Ele sussurra Manuel di Paula. Para o desconhecido amigo, Manuel di Paula. Abaixo coloco Abraços de Yuri Quirino. Passo o livro para ele e me despeço. Ei, ele me segura, calma. Tô apressado, Manuel, problemas pessoais... Ela volta, ele diz. Eu talvez não volte, mas ela volta. ¿Como é? Tenho uma proposta. Não tenho tempo. Tem sim. Acho que não. O seu tempo é eterno, Yuri. Não te apresses. Não te apegues. O tempo caminha na sua direção. Quero te propor um negócio. Envolve seu ofício, arte, vida. Envolve sair deste templo abafado de passado, uma mudança, novos ares, Buenos Aires, cidade e pessoas distintas. ¿Por que você? Porque há anos não leio algo com tanta carne. Você escreve como se matasse. Há víscera aqui, pinga de cada página, alimentei-me do seu livro, literalmente. Busco você há alguns meses, nada difícil, internet, Google, encontrei rápido. Anos mesmo, muitos anos que não leio algo como este breve livro de 100 páginas, senhor Yuri Quirino. Quando digo muitos anos não estou brincando; meu rosto de parafina e olhos tão joviais quanto os seus escondem verdades que não devem ser pronunciadas. Manuel acendeu um cigarro e a fumaça do café invadiu a nicotina. O rosto de zumbi queda escondido por detrás da cortina cinzenta. Volto a me levantar e ele aperta meu braço com força. Fujo do café e entro no primeiro táxi que vejo, seu corpo magro alcançou a janela do carro; ele abriu os braços finos e ergueu a cabeça, deixando o queixo esquelético a mostra; o escutei gritar: deixe-me terminar, poeta Quirino. ¡Manuel di Paula, Manuel di Paula, Manuel di Paula vive, vive! O vive vive vive ficou ecoando dentro do táxi apertado e com gosto de poeira. Ordenei ao motorista para seguir até Campina Grande. Ele assentiu com a cabeça, dizendo que seria duzentos conto. Confirmei sem saber se teria o dinheiro do almoço da semana e abri a janela, deixando o vento arisco da capital paraibana tomar meu rosto em luto. Luciana se foi, se foi, volta daqui a um ano, longe por demais, rodeada de mulatos bronzeados e fortes, Luciana se foi, já era. Luciana de praia boa. Sol bom. Se é que há um sol ruim, talvez para os russos e depressivos. Talvez. Queria eu não ser poeta para poder ter dinheiro, visitá-la todo dia ou fim de semana ou mesmo em um dia qualquer. Escolhi o caminho da derrota, ela mestranda em direito, o caminho da derrota com roupagem de vitória. Somos dois perdedores apaixonados. E lá vai Luciana, voando agora, segurando o pranto, lembrando dos nossos bons momentos, a tormenta no sexo, a calmaria das leituras, o beijo doce que por hora tornava-se amargo, dependendo do ânimo. Do autor. O taxista diz ela volta, eu respondo sei. Sempre voltam, ele repete algumas vezes, enquanto a rádio 89.5 tocava alguma música internacional e com refrães apaixonantes. Me identifiquei com a letra e vi que estava mal: quando a música pop se comunica é hora de pedir arrego. Derrotado, gritei. O motorista deixou quieto o grito, acendeu um cigarro e acelerou. Na maresia da autoestrada, observando os prédios, a noite, os carros velozes e placas de quilômetros, um táxi surgiu ao lado. Vidro fumê descendo, devagar, revelando o rosto decorado de brancura exótica do meu fã. Manuel di Paula. Ele tira os óculos escuros, revelando olheiras, negritude e fineza na mirada. Por favor, ele suplicou, dinheiro não será problema. Deixe-me contar a proposta que carrego. ¿O que você fará em Campina Grande, Yuri? ¿Sarau com outros escritores derrotados? ¿Cachaça em botecos denegridos? ¿Putas e autodestruição? Seu amor se foi, você precisa de vida nova, ares que possam reascender sua mirada criativa. Sou sua salvação, a única, minha mão erguerá seu talento, minha vida e história carregam a essência que Baudelaire tanto procurava nas noites ébrias de Paris, eu sou o alcoolismo de Poe, a chaga que se arregrou em Sylvia Plath. Venha comigo, siga minhas palavras, será o trabalho dos sonhos. ¿Porque você? Acelera mais, pedi ao taxista. O carro ultrapassou uns dois automóveis, no vidro de trás, vejo o táxi de Manuel tentando nos alcançar; suas mãos suplicando atenção. Só você sabe minha história, ele gritou. E após ultrapassarmos um caminhão, o perdemos de vista. O taxista coçou sua cabeça calva e perguntou se era um amigo. Disse que era um lunático. E seguimos viagem sem trocar mais nenhuma palavra. Engraçado, o tal Manuel falou Buenos Aires, estive na cidade com meus pais quando criança. Lembranças que hoje são meras pincelas expressionistas; a infância é uma folha de outono que nunca termina de cair da árvore envelhecida. Cochilei. Quilômetros foram mastigados e alcançamos o objetivo final: Campina Grande, minha rua, meu bairro, meu número e prédio. Chegamos rápido, olhos sem fechar, lembranças dela a cada minuto rodado. Paguei o taxista e desci. Antes que o porteiro pudesse soltar alguma piada envolvendo minha incapacidade de dirigir, alcancei a porta do apê, 302, chave em mãos, abri, chorei. Fui para o chuveiro e ali fiz minha morada da destruição. A poesia arruína por dentro, assim como o amor. Por azar dos Deuses e Demônios, carrego as duas em mim. Enxuguei-me, entrei no Facebook e mandei um recado para Luciana, quando chegar avisa, te amo e já estou com saudades. Achei muito frívolo, levemente seco. Escrevi que realmente a amava, que pensei nela a cada segundo e deambulei palavras vazadas de um fluxo continental de fluidos sem lá nem cá daquelas que vão sendo escritas sem sequer um pingo de discernimento. Dizem que são nelas que residem a tal verdade. Finalizei com um eu te amo. Reli o texto e vi que haviam sete eu te amo. Ela vai me achar um retardado, mas não havia como apagar, já estava enviado. Depois que está na internet não há como deletar. Abaixei a cabeça e perambulei pelo meu apartamento: um quarto, cozinha, abri a geladeira vazia, pisei no tapete felpudo, fumei um maço de cigarros amassados na varanda e suguei lamúrias; olhei o Facebook em busca da resposta dela; acendi mais cigarros e quis digitar um outro eu te amo. Até que decidi ligar para meus amigos, vamos sair, preciso encher a cara, e como bons amigos eles aceitaram de primeira. Beber ajuda, disseram. Frases assim deviam ser proibidas, lugares comuns, psicoterapia de mesa de bar: conselhos de amigos nunca mudam. Chegamos no bar. Traz mais uma, gritaram, assenti com a cabeça e virei a dose de cachaça. Ela volta, Reinaldo disse. Ele tinha o rosto gordo e branco, óculos de aro grosso, jaqueta jeans desfiada e pequena demais para seu corpo grande. Um sorriso cínico. Meu melhor amigo. Ele queria ajudar, mas era filho da puta demais para se solidarizar de verdade. Paga mais uma, pedi. No mínimo isso ele poderia fazer. Carlinhos, negro forte, atlético, entendia melhor da situação. Também usava os clichês para derrotados de plantão, porém uma ou duas palavras de seu discurso eram aproveitáveis. Uma delas foi viajar. Eu poderia sair, aliviar a cabeça, pescar e mergulhar o cérebro por um tempo. O último era Almeida, com seus cabelos desgrenhados e silêncio arrebatador, era o mais sóbrio. Ele colocou a mão em meus ombros e disse que sofrimento serve pra sofrer, foge não. Virei mais uma dose. O bar deixava-me tonto com suas luzes de neon, teto prestes a desabar, forró tocando em caixas de som e putas com buchos grandes desfilando com boys de boné ao contrário e camisas pólo do camelô. Olhei tudo isso e quis gargalhar. E o fiz. Vamos pra um puteiro, berrei. Todos concordaram, menos Reinaldo, que ainda era virgem e temia a ideia de perder o cabaço com uma puta. Relaxa Reinaldo, disse Carlinhos, tu vai continuar donzelo. Entramos no carro de Almeida e rimos sem parar. Tinha um puteiro perto do bar derrubado em que nos encontrávamos. Cabaré da Jósa. Não havia calçamento. Uma casa com pintura azul, motos paradas do lado de fora, swingueira tocando dentro. Entramos sem jeito, sentamos e pedimos uma cachaça Rainha para a garçonete desconjuntada. Algumas moças se aproximaram. Uma era loira, toda arrogante, meio cheinha, boca de boqueteira. Chamei ela, meus amigos fizeram algazarra, coisa de menino, habitávamos a casa dos vinte anos, poderíamos ser idiotas sem pudor, depois dos trinta que é perigoso ser babaca. A loira me conduziu até um quarto, jogou-me na cama. ¿Curte o quê? Violência. Ela riu e arrancou minhas roupas. Pedi para ela me bater. Levei uns quatro sopapos na fuça. Mais força. E tome soco na cara. Ela montou em cima do meu corpo magrelo e deu-me uma surra de boceta, empalava meu pau como se fosse o último pedaço de carne do mundo; o quarto roxo rodava, soca, e socava, soca, e socava, rodava, engoli sangue e gozei. Um tecnobrega tocava de fundo agora. Pago um extra. ¿Quer o quê? Mais soco. Saí grogue, cheio de querosene e fúria, gritei para meus amigos: vamos embora desta pocilga. Vamos, comedor, eles disseram. Dentro do carro cantávamos alguma música gay e cheia de ruídos de tuti frutti. Reinaldo beijou minha boca e chamou-me de louco. Olha a cara do nosso poeta, indagou, olha a cara do nosso poeta, hein. Enfiei minha face no retrovisor, estava tudo torto, barba fora do lugar, olho na bochecha. Olha a cara do nosso poeta, ¿viram? Carlinhos pulava no banco traseiro ao som do vocal estridente da música, Almeida dirigia feito peste, passando sinal, aviso, carro, faixa, sobriedade, tudo. Olha a cara do nosso poeta. Eu meti minha fachada pra fora, deixei o vento dos 120 km levar minhas feridas, auuuuuuu, lati. ¡Uma poesia, Yuri, uma poesia! Hoje a poesia tá de ressaca / hoje a poesia é natimorto. Aplaudiram. Não foi uma poesia, mas com a modernidade, tudo é poesia e ao mesmo tempo não o é. O carro fazendo ziguezague. ¿O Reinaldo comeu alguém? Ele soca meu ombro, rimos e rimos, bêbados, esperançosos, crianças. Terminamos no Açude Novo, vendo o amanhecer e os idosos caminhando. Campina Grande é linda de manhã, dissemos em uníssono. A luz alaranjada no horizonte, a esperança da vida; eles dando tapinhas nas minhas costas e partindo. Ela volta, fica bem, vai passar, viaja. Viaja, pensei. E se foram, cada um para seu canto, cabisbaixos de bebida, tão miseráveis quanto eu. A única coisa que os fazem serem meus amigos de verdade é não serem ligados com literatura. Um é engenheiro, outro psicólogo, terceiro funcionário público. Amigos ideais. Um escritor não pode ser amigo de outro escritor, isso é o equivalente a criar uma víbora no pescoço. Acendi um cigarro e observei uns dez velhos caminhando. Bonito de ver, saúde, enganando a morte e sua foice enferrujada. Valorizo a essência humana em atrasar o inevitável. Fui caminhando para casa, a rua onde vivia era próxima do açude. No meio do caminho, um táxi passou com tudo na avenida, quase jogando meu corpo pelos ares. Dentro do veículo tive a impressão de ver uma figura conhecida. Íntima por demais. Por demais mesmo. A primeira coisa que fiz ao chegar foi ligar o computador. Um recado de Luciana, cheguei bem, meu amor. Que linda sua mensagem, chorei aqui. Tu sabe que te amo muito, Yuri. Vou dormir, amanhã nos falamos. Já era amanhã. Não estávamos nos falando. Ela não me mandou beijo e só disse que me amava uma vez. Algum carioca mulato havia conquistado o coração dela. Ela já não era minha. Ri ao refletir sobre meu ataque neurótico. Olhei-me no espelho: não estava bonito. Dormi inchado. Acordei doído. Não tinha fome, eram quatro da tarde. No Facebook, ela não havia mandando mais nenhuma mensagem. Luciana tinha uma amiga carioca lá, Lourdinha, que deve tê-la levado para praia. Cariocas resolvem os problemas indo para a praia. Seu namorado paraíba tá é enchendo a cara, vamô pra praia ver os bofes. Deve ter sido assim. Fui no posto comprar uísque, o porteiro gritou ¿vai aprender a dirigir quando, seu Yuri? Comprei três garrafas de uísque e duas grades de cerveja. Na hora de pagar, lembrei que combinei de almoçar com meu pai no dia seguinte. Lembrei também que precisava de um empréstimo dele. Poetas vivem de empréstimo. Carreguei os mantimentos como se estivesse carregando minha biografia. Cheguei em casa e detonei uma garrafa. Saí bailando pela residência. Olha a cara do nosso poeta. Enfiei na glote metade da grade de cerveja. Na rede social, Luciana fala comigo. Abaixo da mensagem dela, recados sobre lançamento de livros, uma moça querendo uma cópia autografada do meu, gente convidando para feiras literárias, poetas boçais, dívidas, etc. Te amo, te amo também. A outra metade da grade foi. ¿Você está bêbado? ¿Você bebeu com os meninos? Bebi não, amor. Fiquei em casa pensando em você. Ela neurótica, bebendo também, mandando eu tomar no cu. Fui para a varanda e soquei a parede, ela não voltará. Muito tempo. Outro ano longe dela. Não há como saber, nunca, por isso dói. Meu celular tocando, era o Almeida. ¿Tá livre? Tô. Chego daqui meia hora. Gosto dele, funcionários públicos têm dinheiro e tempo para pensar em paz, por isso Almeida era o mais equilibrado de todos nós. Preparei outra dose. Luciana se despede, diz que vai sair com Lourdinha. Ficou puta comigo porque não quis falar pelo Skype. Não tinha nenhuma desculpa para o estado do meu rosto, então disse que minha webcam tinha pifado. Ela sabia que era mentira. Nem disse eu te amo. Mas eu disse: sete vezes. Interfone: ¿Vai aprender a dirigir quando, seu Yuri? Brincadeira, é seu amigo. Manda subir, pedi e cuspi no chão. Não sei bem se foi cuspe ou vômito avermelhado, mas vazou. Almeida bate na porta, entra. Ele olha pra mim e diz tu tá fudido. ¿Alguma sugestão de melhora? Essa cidade vai terminar de sugar você, Yuri. Passei um copo para Almeida. Apagamos as luzes, acendemos velas vermelhas e bebemos a noite inteira. Em silêncio.

 

 

 

 

[imagens ©ashley joncas]

 

 

 


 

 

 

 

Bruno Ribeiro nasceu em 1989, um mineiro radicado na Paraíba. É tradutor, escritor e roteirista. Lançou o e-book Poluição Mental em 2011 e já publicou em jornais, blogues e antologias de contos. A tradução do seu livro Arranhando Paredes (Bartlebee, 2014) para o espanhol saiu em 2015, pela editora argentina Outsider. Mestre em Escrita Criativa pela Universidad Nacional Tres de Febrero, de Buenos Aires, editor da Revista Sexus e do blogue Quebrando o Gênio, foi um dos três vencedores do concurso Brasil em Prosa, promovido pelo jornal O GLOBO e pela Amazon com o apoio da Samsung.