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Com caos nos portos brasileiros, chineses preferem soja argentina

Importadora chinesa cancelou a compra de 2 milhões de toneladas do grão brasileiro por conta de atrasos na entrega e diz que planeja comprar soja argentina em seu lugar

Por Da Redação
21 mar 2013, 10h24

A maior trading chinesa de soja, o grupo Sunrise, disse na quarta-feira que teria “enorme prejuízo” se não cancelasse a compra de 2 milhões de toneladas de soja do Brasil em razão de atrasos nos embarques e negou que a decisão seja uma estratégia para renegociar os preços do produto. O grupo já havia ameaçado na terça-feira cancelar as compras de soja brasileiras.

“Não adianta nada ter um preço bom se a soja não pode ser entregue. Se a situação do transporte melhorar, nós podemos reconsiderar e voltar a comprar”, declarou ao jornal O Estado de S. Paulo o gerente de grãos e óleos da empresa, Shao Guorui. Segundo ele, a Sunrise estuda a possibilidade de compensar o cancelamento dos contratos com a aquisição de soja na Argentina a partir de abril.

Shao disse que a empresa deveria ter recebido seis navios em fevereiro e seis em março, mas a chegada dos carregamentos foi adiada para abril, por causa do apagão logístico que atinge os portos brasileiros. Caminhões carregados de soja estão parados em filas intermináveis nas estradas de acesso ao porto de Santos (São Paulo), o principal canal de escoamento, responsável por um terço dos embarques. Sem a possibilidade de serem carregados, os navios não podem atracar nos terminais

Diante dos atrasos, a Sunrise cancelou a carga de dez navios que já deveriam ter chegado e de outros 23 que deveriam atracar em portos chineses nos próximos meses. “Não há nem informação de quando os navios estarão prontos”, observou.

Leia ainda: Cancelamentos de cargas de soja assustam mercado

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A Sunrise afirmou ainda que o preço atual da soja na China é maior que o do produto comprado no Brasil, em razão de limitações na oferta. Mas, com os atrasos, os carregamentos só chegariam em abril ou maio, quando as cotações terão se reduzido em consequência da entrada de novas safras no mercado.

A diferença entre o preço atual e o de chegada do produto na China é a origem do “enorme prejuízo” previsto pela Sunrise. “O preço na China agora está alto, porque o suprimento é pequeno, mas em abril e maio, quando uma grande quantidade de soja entra no mercado chinês, o preço vai cair”, justificou.

A empresa é uma das maiores importadoras de soja do país e compra cerca de 8 milhões de toneladas do produto por ano, das quais 3 milhões vêm do Brasil. O Brasil é o principal exportador de soja para a China, que é de longe o maior consumidor mundial do produto. No ano passado, os embarques para o país asiático representaram quase 70% dos 17,5 bilhões de dólares de exportações nacionais do produto.

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O ministro-chefe da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, responsabilizou na quarta-feira o clima e a produtividade do campo pelo apagão que toma conta do porto de Santos. “Temos de fazer um trabalho científico para diminuir as dificuldades”, disse ao ser questionado sobre o que pode ser feito no curto prazo para amenizar o gargalo logístico.”O problema mais grave hoje é o aumento da produção como a quantidade de chuva que está caindo. Com essa chuva, não tem condições de movimentar granel.”

O programa de concessão de ferrovias e rodovias e a Medida Provisória 595, que abre espaço para mais investimentos privados em portos, são respostas do governo para as dificuldades de escoamento da produção. São, porém, iniciativas lançadas na metade da administração da presidente Dilma Rousseff, que até o momento estão no papel. Para a atual safra, o governo mal tem respostas.

Leia mais:

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(com Estadão Conteúdo)

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