Eleições

Dilma x Aécio: A eleição do vale-tudo

Dilma x Aécio: A eleição do vale-tudo

A disputa presidencial é a mais virulenta dos últimos 25 anos. Dilma e Aécio deveriam abandonar as agressões mútuas e lembrar que há um país a governar

FLÁVIA TAVARES, GUILHERME EVELIN E MARCELO BORTOLOTI COM ALBERTO BOMBIG, LEOPOLDO MATEUS, RODRIGO TURRER, RUAN DE SOUSA GABRIEL E TIAGO MALI
17/10/2014 - 21h26 - Atualizado 17/10/2014 21h33
Capa home 855 (Foto: Época )

>> Trecho da reportagem de capa de ÉPOCA desta semana:

É uma mudança histórica. O país irá às urnas no domingo, dia 26 de outubro, cindido ao meio entre eleitores da presidente Dilma Rousseff (PT) e do senador Aécio Neves (PSDB), na disputa mais virulenta dos últimos 25 anos. Nunca houve situação igual. Em 1989, na primeira eleição presidencial depois da redemocratização, a disputa entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva foi igualmente acirrada. Mas não havia a divisão geográfica, entre Norte e Sul, nem a socioeconômica, entre mais ricos e mais pobres, como há agora.

Como agravante, os dois primeiros debates do segundo turno, na semana passada, entre Dilma e Aécio, descambaram para o território do vale-tudo, da violência verbal e da desqualificação do adversário, de uma forma como nunca fora registrada nas disputas presidenciais anteriores entre petistas e tucanos. No primeiro debate, na TV Bandeirantes, ao se referir ao escândalo de corrupção na Petrobras, Aécio falou em “mar de lama”, uma evocação, talvez involuntária, mas funesta, das denúncias de Carlos Lacerda que levaram ao suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954. No debate do SBT, Dilma insinuou que Aécio estava “drogado” ou “bêbado”, ao mencionar um episódio de 2011, em que, detido numa blitz de trânsito no Rio de Janeiro, ele se recusou a se submeter ao bafômetro.

O conflito é a essência da prática política. Numa democracia, a disputa pelo poder entre grupos concorrentes passa pelo debate de ideias antagônicas sobre como governar melhor. Mas tem também uma dimensão moral, que se resume na seguinte ideia: um lado está certo, o outro está errado. Essa dimensão moral da política é menos permeada pela razão que pelos sentimentos. Eles se manifestam, muitas vezes, como indignação, raiva e até ódio. Somados, viram intolerância. Quando a intolerância subjuga o argumento, resta apenas o bate-boca. Quando dois candidatos à Presidência da República se entregam a um bate-boca em que a disputa eleitoral vira uma competição para ver quem desqualifica mais o outro, há dois problemas. Primeiro, os líderes políticos deixam de exercer seu papel educador . Segundo, sobram como lastro da disputa política as mágoas e os ressentimentos. Eles explodiram como nunca nesta eleição. Têm desfeito sociedades, separado amigos e dividido famílias.

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18/10/2014 - Edição 855

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