Edição do dia 06/05/2016

06/05/2016 06h34 - Atualizado em 06/05/2016 06h34

Projeto pretende reunir diversos investimentos em Piracicaba, SP

Objetivo é tornar a região polo de desenvolvimento de tecnologia.
Cidade quer se tornar espécie de Vale do Silício do agronegócio no Brasil.

Larissa CastroPiracicaba, SP

 

A cidade de Piracicaba, em São Paulo, quer se tornar uma espécie de Vale do Silício do agronegócio no Brasil. Um projeto pretende reunir vários empreendimentos e transformar a região num polo de desenvolvimento de tecnologia voltada para a agricultura.

A água parece suja, mas o que a deixa verde são microalgas produzidas em laboratório para tratar a água cheia de resíduos das indústrias antes de ser despejada no rio. As algas se alimentam de gás carbônico, nitrogênio e fósforo e ainda servem de comida para os peixes. O produto é vendido estrategicamente em Piracicaba.


“Isso vai ajudar a atrair a atenção de empresas para os novos negócios que estão sendo estruturados na cidade”, diz Sergio Goldenberg, diretor da empresa.

A alga é só um exemplo das ideias que inspiram a divulgação do projeto Vale do Piracicaba. No lançamento o idealizador explica a vontade de ver a região ser conhecida como uma versão agrícola do Vale do Silício.

“Vai criar uma marca, uma identidade. Quando pensar em Brasil, venha para Piracicaba”, diz Sergio Barbosa, gerente executivo – ESALQTec.

A ideia é aproveitar principalmente o potencial de pesquisa da cidade. A ESALQ, faculdade referência nos estudos de agricultura, já atrai pesquisadores e profissionais de todo país. Um exemplo é a incubadora. Cada sala é dedica a um projeto de inovação na área de tecnologia agrícola. Os espaços são disputados. Para ocupar uma das salas o projeto precisa ser aprovado por um conselho de professores da universidade. O profissional terá todo suporte para montar um laboratório e criar uma empresa.

A pesquisadora Cristiane Tibola cria insetos que comem grãos e folhas nas lavouras. Ela vende para empresas de controle de pragas que usam os bichos para testar os pesticidas.

Outro laboratório é de uma empresa que começou em uma incubadora e hoje já está instalada no parque tecnológico. O produto não é visível, mas causa grande transtorno. A equipe mede quanto a plantação está emitindo de gases que provocam o efeito estufa. O trabalho começou com pesquisadores da própria universidade, que recebiam esse tipo de demanda de agricultores de todo Brasil.