Juros para pessoa física registram a maior taxa em 17 meses
Segundo nota do BC divulgada nesta terça, no crédito livre, esta taxa alcançou 37,2%. Juros do cheque especial chegaram a 143,26% em setembro
Os juros bancários para pessoas físicas atingiram o patamar mais alto em 17 meses, ao subir de 36,53% em agosto para 37,2% em setembro, conforme divulgou o Banco Central nesta terça-feira. O número corresponde ao crédito livre, que não tem destino determinado previamente – como o habitacional e o rural, por exemplo. Em setembro do ano passado, esta taxa era de 35,08%. Os destaques foram as modalidades de cheque especial, que cresceu 4,4 ponto percentual (p.p.), para 143,26%, e crédito pessoal não consignado, cujo aumento foi de 2,9 p.p, para 82,07%.
Ainda segundo o BC, no caso do crédito de recursos livres para pessoas jurídicas, houve uma leve alteração, com a taxa passando de 20,63% para 20,69% entre agosto e setembro.
Somando as taxas de pessoas físicas e jurídicas, o segmento de crédito livre, em geral, registrou uma taxa média de juros de 28,4% em setembro, acima dos 28,0% vistos em agosto. No crédito total, que inclui também o crédito direcionado – aquele já com destino específico -, os juros ficaram em 19,5% no mês passado, 0,2 p.p. a mais do que em agosto. Em ambos os casos, esse foi o quarto mês seguido de alta.
Selic – A alta dos juros acontece em um momento de aperto monetário do Banco Central. Desde abril, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, vem aumentando a taxa básica de juros, a Selic. Os juros começaram o ano em 7,25%, o menor patamar histórico, e estão atualmente em 9,5% ao mês. O mercado espera ainda uma nova alta até o final do ano, projetando a Selic em 10% em dezembro.
Diante de juros maiores, o spread bancário geral, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada do consumidor final, ficou em 11,29% em setembro. Somente para pessoas físicas, o spread chegou a 16,70 p.p. no mês, enquanto para pessoas jurídicas atingiu 7,06 p.p. no período.
Estoque – O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 0,8% em setembro ante agosto, chegando a 2,598 trilhões de reais, ou 55,5% do Produto Interno Bruto (PIB). No trimestre encerrado no mês passado, a carteira cresceu 2,6% e, no acumulado do ano até setembro, houve alta de 9,7%. Em 12 meses até o mês passado, a elevação foi de 15,7%.
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De acordo com a autoridade monetária, o saldo do crédito livre subiu 0,9% em setembro e 8,7% em 12 meses, enquanto o direcionado avançou 0,6% no mês e 26,3% em um ano.
No crédito livre, houve crescimento de 0,3% no saldo para pessoas físicas no mês, de 5,4% no acumulado do ano e de 8,4% em 12 meses. Para as empresas, no crédito livre, houve alta de 1,6% no mês, de 4% no ano e de 9,1% em 12 meses. O total de operações de crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) seguiu em 55,5% setembro.
Dívidas – A inadimplência do mercado de crédito brasileiro geral (recursos livres e direcionados) ficou em 3,25% em setembro, repetindo a taxa registrada em agosto. No segmento de recursos livres (sem destino obrigatório) a taxa ficou em 5,07% em setembro e no segmento de recursos direcionados, em 1,06%.
As pessoas físicas são mais inadimplentes do que as jurídicas. As primeiras tiveram um índice de não pagamento de 4,83% no mês passado, contra 2,01% das segundas.
(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)