Militante LGBT e feminista, Margot Jung confirma pre-candidatura a vereadora de Maringá

Margot Jung confirmou ao Maringay que será candidata a vereadora de Maringá. Vice-presidente da AMLGBT (Associação Maringaense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Margot participou da organização da Parada LGBT de Maringá, Semana Maringaense LGBT, Conferência Regional LGBT, coordena o Grupo de Familiares de LGBT, faz parte da Marcha Mundial de Mulheres, é pedagoga, sindicalista e blogueira.

“Precisamos mudar a cena política de Maringá. E isso se dá pelo compromisso com políticas públicas, principalmente voltadas para as pessoas LGBT”, disse Margot ao Maringay. Confira a entrevista completa abaixo:

Margot, fale um pouco da sua militância, por que você escolheu militar no movimento LGBT?

Eu tenho um histórico de militância no movimento estudantil, lá nos anos 80. Nos anos 90 e 2000 me dediquei ao movimento sindical e também ao movimento feminista. Por ser uma mulher bissexual e por sempre ter amigos e amigas LGBT, pude perceber que a luta por direitos é muito árdua e que ainda faltam pessoas dispostas a fazê-la, então, agreguei mais essa militância e é a ela que tenho me dedico mais.

O que você espera alcançar com essa militância?

Espero alcançar cidadania plena para todas as pessoas. Conseguir com que os direitos das pessoas LGBT não sejam negados e que os direitos já conquistados não sejam revogados. Hoje vivemos momentos de incertezas no cenário político nacional. Não temos mais Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial nem de Direitos Humanos. Estamos sem representatividade na esfera federal. Além disso, o Congresso brasileiro é muito conservador e fundamentalista e com o fechamento dos Direitos Humanos, ficamos mais vulneráveis a que leis que retrocedam nos nossos direitos sejam aprovadas.

E como você pode fazer isso?

Penso que com muita luta.

Mas como você pretende lutar? Você não acha que só você lutando isso fica mais difícil?

Com certeza fica muito difícil. Mas eu não estou sozinha. Nós temos, em Maringá, a Associação Maringaense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais que é formada por várias pessoas interessadas em fazer essa luta. A AMLGBT organiza já há cinco anos a Parada LGBT em Maringá e também a Semana Maringaense de Combate à LGBTfobia. Durante esta semana, organizamos palestras e debates abertos para a sociedade e isso contribui muito com a reflexão das pessoas a respeito de direitos humanos, erradicação da LGBTfobia, igualdade, cidadania. Também realizamos palestras em escolas e empresas para falar sobre LGBTfobia, sem esquecer do combate ao racismo e à violência contra a mulher.

E isso é o bastante?

Não. Não é o bastante, mas já é uma parte do todo. Por essa razão, em uma das reuniões com o movimento LGBT, refletimos que este ano deveríamos de lançar novamente uma candidatura LGBT à Câmara de Vereadores de Maringá. Por essa razão, após muita conversa e reflexão, é que sou pré-candidata à vereadora. Precisamos mudar a cena política de Maringá. E isso se dá pelo compromisso com políticas públicas, principalmente voltadas para as pessoas LGBT.